Julgamento e Admiração

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Hello pescoçudas! Como vocês estão? Peço desculpa pela demora, porém trago um capítulo longo pra matar a saudade, mas aviso que alguns trechos possuem conteúdo sensível que podem ser um gatilho. Então se não se sentirem confortáveis, pulem essa parte combinado?

Boa leitura!! 😉


GIZELLY

Após o episódio no quarto de Rafaella, não desci para jantar, apenas troquei as ataduras e tomei o remédio que me deixava grogue. Precisava acordar cedo no dia seguinte e foi o que fiz. Me arrumei, desci, tomei um rápido café e fui, sob protestos de Ângela, até o local em que minha cliente estava presa. Liguei para Clara e pedi que fosse até lá. Vi que Vanessa era um tanto arredia pelo que pude acompanhar pela cobertura da imprensa, então Clara poderia ser de grande ajuda para amansar a fera.

Esperava por Vanessa em uma sala reservada. Logo a moça de cabelos lisos e loiros, olhos que me pareceram pretos muito intensos, entrou na sala com um agente segurando firmemente o seu braço. Seu olhar se mantinha firme ao meu, querendo me intimidar, mas eu era boa naquele jogo. Usava roupas que deveriam ser o triplo de seu tamanho. Sua beleza era inquestionável. Ela sentou a minha frente com mãos e pés algemados. O agente nos deixou a sós, olhando como um felino para a jovem.

- Bom dia, Vanessa. - me mantive altiva - Me chamo Gizelly Bicalho e serei a sua advogada.

- Eu não preciso ser defendida, doutora. - falou com desdém - Agora me deixa voltar para a minha cela quentinha. Minha coleguinha de cela quer me ensinar a colorir o chão com sangue. - percebi um machucado no canto esquerdo de sua boca.

- Fui contratada para defender a sua causa e é o que irei fazer - ela me analisou.

- Você parece ser uma advogada bem cara - ergueu a sobrancelha - Quem iria perder tempo e dinheiro com uma marginal como eu? - perguntou em puro deboche.

- Alguém que acredita fielmente que a senhorita é inocente. - sustentei o meu olhar em seu rosto para analisar a sua reação. Ela tentou esconder, mas eu pude ver a surpresa em seus olhos.

Ponto para mim.

- Diga a essa pessoa que está jogando dinheiro fora. - respirou ruidosamente - Eu tentei matar aquele velho desgraçado, então sou culpada!

- Eu não acredito no que diz senhorita Mesquita. - disse calmamente - Por que não quer ser defendida? Não acredito que seja tão fraca a ponto de desistir da própria vida assim. - repousei meu queixo sobre a minha mão fechada. Os olhos da mulher queimaram em ódio.

- Você não sabe nada sobre mim. Nada! - falou entre dentes.

- Nisso a senhorita está completamente certa. Não sei nada sobre você, mas posso apostar a minha vida que há muito mais nessa história do que uma raiva infantil por seu pai - pela primeira vez os seus olhos vacilaram - E a pessoa que me procurou também tem certeza disso.

- Quem a contratou? - ela perguntou de forma mais calma.

- Ela pediu sigilo. - esperei por mais reações.

- Eu deixo você me defender doutora, mas para isso eu quero conhecer a pessoa que está por trás disso - vi ali a chance de seguir com aquela causa.

- Pois bem. - sorri - Espero que a senhorita seja uma mulher que cumpra seus dizeres.

Levantei e pedi ao agente que chamasse Clara. A moça entrou cautelosa e de cabeça baixa. Pude ver o olhar incrédulo de Vanessa quando a viu. Fiquei ainda mais curiosa em saber o que se passava, mas permaneci calada.

Dilemas do Amor | Girafa - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora