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Cecília teve de faltar à escola depois daquele dia.
Seu pai havia se tornado muito mais agressivo e violento e era quase impossível de ficar naquela casa. A menina faltou vários dias, pois a violência que a atingia a deixavam sem forças alguma.
A situação era tão grave que Cecília teve que sair de casa numa noite para não apanhar. Ela se perguntava se o pai sabia que Gavi havia descoberto de seus machucados.
Nos primeiros dias em que ela faltou Gavi mandava mensagens para ela, mas Cecília nunca respondia e o menino então decidiu parar de manda-las.
Chegou ao ponto de Cecília precisar ir ao hospital, pois as dores que ela sentia eram insuportáveis. Sua boca e nariz sangravam. Como já tinha 18 anos, ninguém fez questão de saber realmente o que acontecia.
Voltou a ir para o colégio quando se sentiu um pouco melhor. Sua aparência assustava quem a encarava, mas ela simplesmente não se importava naquele momento.
Gavi foi um dos assustados, que sentiu seus olhos lacrimejarem ao ver a aparência da menina que tanto gostava. Era torturante e ele se perguntava quem havia feito aquilo com ela.
Aos poucos a menina ia se apagando.
– Gavi... eu tô meio preocupado com a Cecília... vocês ainda estão ficando? – Pedri perguntou e o outro concordou. – Cara... ela tá muito magra e abatida, parece um cadáver ambulante.
Ela realmente parecia. Se Cecília pensava que Gavi iria correr para conversar com ela, estava enganada. Não correria atrás dela dessa vez, pois estava sempre tentando estar presente e ela nunca parecia estar grata.
Infelizmente, naquele dia, haveria aula de educação física e a professora obrigava a todos a participarem. O corpo de Cecilia estava em péssimas condições e ela não aguentaria participar da aula de queimada.
– Eu não estou me sentindo muito bem... – A menina disse a professora.
A mais velha obviamente acreditou, pois via como ela estava péssima. Deixou que Cecília assistisse da arquibancada, mas que observasse o jogo.
