Stay • pjm + jjk • abo

3 | quanto a isso.

eu sou o fogo, você é a gasolina, venha se derramar sobre mim, vamos deixar esse lugar em chamas

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É a última aula e Jungkook está inquieto. A tampa da sua caneta está mastigada e ele não para de mover o pé direito.

Olhando através da janela, tenta puxar na mente se algo durante a aula despertou incômodo, mas não, sabe que não, até cinco minutos atrás estava tudo muito tranquilo. Contudo, é como se uma voz bem baixinha estivesse proferindo contra sua orelha que seu desconforto é relacionado a seu colega de quarto.

Jimin mal falou com ele nos últimos três dias, mas não por sua culpa, o ômega está doente.

Gravou o número do seu celular na agenda do Park. Se o novato precisasse de algo, era só contactar, mas ele não fez isso em nenhum momento, nem mesmo quando foi acometido por uma enxaqueca terrível e o Jeon o flagrou chorando no cantinho da cama.

Cogita que o ômega possa estar com dor outra vez e isso faz todo o seu sistema nervoso ficar mais inquieto.

A aula terminará em meia hora, mas sabe que não conseguirá esperar. Tem algo rolando e ele precisa descobrir. E, rápido. Decide então usar seu passe de aluno ideal e fazendo charminho, consegue fazer com que o professor de matemática o dispense.

Sem olhar para os cantos, segue até o dormitório; é como se houvesse fumaça saindo do prédio e ele precisa chegar a tempo para conter o incêndio.

Apesar de não ter recebido nenhum chamado, a voz contra seu ouvido continua a sussurrar o nome da criatura que é o mau-humor encarnado.

Um sorrisinho toma seu rosto quando chega ao prédio e a memória do chinelo que foi perdido na entrada, surge. Com toda a certeza já estão circulando por aí em outros pés.

Pula os degraus e atravessa o corredor numa velocidade que deixaria qualquer um com vertigem. Nunca foi tão ligeiro, tirando o dia em que foi perseguido por Jimin, que apesar de toda a violência gratuita, é uma pessoa até que fácil de se lidar.

Entra no quarto chamando por ele e seu coração acelera ao receber um resmungo como resposta. Tranca a porta, se livra dos sapatos, caminha um pouco mais e sua mochila cai com a cena que vê.

O Park está deitado no chão, próximo ao guarda-roupa e há um banquinho tombado. A adrenalina quase o rasga ao meio e aos tropeços cai ajoelhado ao lado do ômega.

— Puta merda, o que aconteceu? — Seu cheiro desprende poderosamente, quase engasgando Jimin, que se encontra de olhos fechados e rosto contorcido numa careta de dor.

— Fiquei entediado, queria distrair a cabeça, então lembrei que não guardei todas as minhas coisas.

Guardar as coisas? Em outra situação, Jungkook usaria toda a carga devastadora de sarcasmo que carrega para dizer: ué, mas não foi você que gritou aos quatro ventos que não iria ficar no mesmo ambiente que eu?

Mas ele está a um passo de ter uma crise nervosa. Seu instinto protetor exalando por seus poros e já cogita pegar o garoto no colo e correr com ele para a enfermaria. Se liberar mais feromônios, é capaz de se autointoxicar. Na mente e no corpo de um alfa dominante, tudo é mais intenso. Em sua concepção, é como se Jimin estivesse morrendo.

— E aí subiu no banquinho e caiu? — o alfa questiona. — Onde está machucado? Por tudo o que é sagrado! Você está tendo tonturas corriqueiras, sabia que era perigoso! Por que não me esperou chegar? Eu guardava as coisas que iam ficar no alto!

— Você está brigando comigo?

— O quê? Não! Claro que não! Só estou preocupado. Me perdoa! Agora, por favor, fale onde tá doendo, pra eu poder ajudar.