1 | Não tenho muita certeza

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eu sou o fogo, você é a gasolina, venha se derramar sobre mim, vamos deixar esse lugar em chamas

Jungkook está eufórico. Um novo colega de quarto irá chegar, e é um beta. Não há maior alegria que essa. Compartilhar um espaço fechado com um alfa, em sua visão, é o próprio inferno na terra.

Há tempos não divide o dormitório com alguém, como dito, dividir um lugar tão pequeno com alguém de sua classe é uma prova de fogo e da última vez não deu certo.

Está feliz e torcendo para que dessa vez seja tudo bem tranquilo.

Apesar de muito animado com a ideia, está para lá de nervoso também, os boatos sobre o novato percorreram os corredores feito vendaval. O filho do diretor é o maior fofoqueiro que existe, é lógico que daria um jeito de conseguir mais informações além da idade, nome e a que classe o novo aluno pertencia. E é claro que iria espalhar tais informações por aí.

Jeon quer muito que os burburinhos não sejam reais. Está desejando veemente que seja apenas fofoca de alunos entediados por estarem onde estão. A notícia de que um bad boy estará entre eles, deixa os nervos à flor da pele; tudo o que é fora do habitual, é visto com um entusiasmo descabido por cada aluno.

Que seja apenas exagero, ou como conhecemos, o famoso telefone sem fio, onde alguém diz algo e no fim da fila a informação já se perdeu.

Não se envolva com ele se não quiser ter problemas, foi o que ficaram cochichando para o alfa nos corredores durante a semana. O queridinho da direção não quer se queimar, quer? Chegava a revirar os olhos.

Sabe muito bem separar as coisas e falta pouco para se formar no ensino médio, quer sair do lugar ileso e seguir sua vida sem o pai enchendo sua paciência.

Se a confirmação de que o garoto realmente não é flor que se cheire, vier, ele manterá distância com toda a certeza. De forma alguma criará laços com alguém que pode ferrar com a sua vida.

Resolveu tomar um banho antes da chegada do indivíduo que bagunçou com o centro e durante o tempo embaixo do chuveiro disse a si mesmo que se o outro quiser crescer para cima de si, não irá durar muito ali, não com ele.

Já o calouro Jimin, ou Ji, para os amigos, sente o calor do olhar julgador de sua avó, queimar a pele.

— Aproveite os próximos anos, só sairá daqui, graduado, e aproveite esse tempo para achar um alfa rico, procure o mais rico do lugar e o amarre. — É áspera. Fria. O ar de superioridade faz Park revirar os olhos.

— Por que não cala essa sua maldita boca centenária?

— Que neto adorável — ressalta e toca o queixo do garoto. Limpa os dedos em seguida. — Agora desça do carro, querido. Que você tenha uma péssima estadia, espero não ver seu lindo rosto por longos anos. — Abre a porta do lado do neto, que não a responde, apenas obedece.

— Espero que já esteja morta quando eu sair daqui! — alfineta e mostra os dois dedos. SunHa lança um sorriso contido e um beijo. Jimin bate à porta.

Aperta a alça da mala enquanto o carro começa a sair do estacionamento. Gira o corpo e observa o lugar onde irá morar pelos próximos anos. É deprimente. Lembra um imenso cemitério e se já não estivesse dentro dos portões, daria um jeito de fugir.

Atravessa o gramado que parece não ter fim e adentra o prédio ou mausoléu, não vê muita diferença. Paredes brancas, chão escuro, silêncio ensurdecedor. Estar num lugar assim é como um castigo sem data de término. Alguém feito ele, acostumado com as coisas que faz, com a vida que leva, sente que seria melhor levar socos e chutes na boca do estômago a ser trancado aqui.

Stay • pjm + jjk • aboOnde histórias criam vida. Descubra agora