Aline entrou atrasada na boate e viu Lorenzo sentado no sofá, apoiando a cabeça na mão e a olhando com aquele olhar expectante, sabendo que ele esperava explicações.
Ainda não tinha ninguém, apenas algumas pessoas arrumando e abastecendo o bar. Algumas garotas treinavam no pole dance, incluindo Maria.
— Tive um imprevisto. — disse Aline.
— É, e ele tem nome. — revirou os olhos. — Arthur me ligou e já está a caminho. Por favor, seja boazinha. — segurou os ombros de Aline. — Eu até gosto de você e não quero te ver morta. Entendeu?
— Tenho 19 anos, sei me cuidar.
— Eu sei que sabe... — Lorenzo suspirou. — Minha preocupação é se ele vai cuidar.
Aline ouviu a porta atrás dela se abrir, e todas as garotas daquele lugar olharam para trás.
{...}
Matteo passou a mão no rosto e se espreguiçou. Sorriu e olhou para o lado, que estava vazio.
Levantou-se rapidamente e vestiu sua bóxer preta, procurando Aline por todo o apartamento. Voltou para o quarto e percebeu o que estava acontecendo. Ela se foi, e como um homem experiente, sabia que uma vez nas mãos de Arthur, ela jamais sairia. Contudo, ele ainda poderia evitar...
— Merda, Aline! — Matteo esbravejou, colocando as duas mãos na cabeça desesperado.
{...}
— Ele chegou... — sussurrou Lorenzo.
De Luca caminhou até o bar e pediu uma dose de uísque. Apoiou-se no balcão e observou Aline. Seus dois seguranças pararam ao seu lado. Donovan e Theo, seus fiéis escudeiros.
Aline virou-se para o homem que segurava um copo na mão. Ele era tão sexy, e ela podia jurar que já sentia o seu perfume, mesmo à distância.
Arthur a observava sem expressão. Afinal, era apenas mais um dia normal de troca de mercadorias.
— Vai. — Aline ouviu o sussurro de Lorenzo, e as pontas dos dedos dele a empurraram pelas costas.
Aline caminhou confiante, chamando a atenção de Arthur. Ele acompanhou cada passo com atenção, analisando os olhos verdes da mulher à sua frente.
— Aqui estou. — disse ela, dando de ombros.
Ele apenas levantou o copo em um brinde.
— Não é como se eu fosse cego! — ele deu um pequeno gole do líquido escuro em seu copo.
— Por ficar quieto, imaginei que tivesse problemas de visão. Não seria uma novidade por aqui... — o olhar de Arthur era rigoroso e sombrio.
Mesmo encarando-o profundamente, Aline percebia a falta de alma em seus olhos. Arthur não tinha uma há muitos anos.
— Então... — Lorenzo se colocou no meio da conversa desconfortável. Era a primeira vez que Aline via Lorenzo com medo. — Está tudo certo, De Luca?
— Por enquanto sim, ela é minha agora. — disse ele, colocando o copo no balcão e molhando os lábios para tirar vestígios de álcool. De alguma forma, Aline achou isso sexy.
Ele não precisava se esforçar para ser desejável.
Um barulho alto nas portas fez com que a maioria olhasse na direção do ruído. Arthur ainda estava com os olhos fixados em Aline. Ele nem se deu ao trabalho de olhar. Sabia que, com os homens ao seu lado e uma arma na cintura, era intocável. Destemido.
— Lorenzo... — Matteo entrou ofegante. Seu olhar foi diretamente para Aline. Os olhos verdes dela se arregalaram de medo, seria suicídio se ele dissesse algo, Arthur poderia arrebentá-lo ali mesmo.
— Maninho... — Lorenzo riu irônico. — Camila está te esperando.
Lorenzo foi até Matteo e o empurrou para os fundos. Matteo mirou os olhos em Aline, que abaixou o olhar assim que o viu. Nada poderia ser feito no momento e ela não arriscaria a segurança dele.
— Não deixe, por favor... — sussurrou Matteo.
Continua...
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A Dançarina Do Mafioso
Random"Eu me chamo Aline Vaz e decidi trilhar meu próprio caminho aos 15 anos, fugindo de casa e encontrando minha vocação como dançarina em uma casa noturna. Aos 18 anos, acabei me envolvendo na profissão de prostituta, mas mesmo assim, ainda acredito no...