22 - VINCENT

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CAPÍTULO 22
P.O.V[ S/N]


Deitada, olhando para o teto do meu quarto, eu agradeci mentalmente a Deus por não ter deixado que algo pior acontecesse comigo.

Agradeci pela mulher desconhecida que simplesmente parou o que estava fazendo para ajudar uma garota com hematomas, sangue no rosto e o corpo semi-nu.

Já faziam alguns minutos desde que eu troquei de roupa, tomei um banho e Virgínia passou pomadas nos meus machucados. Não foi nada mais que uma mancha que começava a ficar roxa e amarelada na lateral do meu rosto, um lábio cortado e o canto do olho roxo.

Meu coração acelerava em saber que Vinnie e Adam ainda não haviam voltado para casa. Estava preocupada em achar que Victor faria algo com eles.

Que piada! Victor dando uma surra em Adam e Vinnie? Isso me dá vontade de rir.

- S/n - Ouvi a voz de Adam e sua batida na porta.

Me levantei sentindo meu estômago doer por conta do murro que recebi. Levantei e, com cuidado, abri a porta, encontrando o loiro. Adam me olhou por alguns segundos antes de me puxar para um abraço apertado.

- Eu ainda vou matar aquele desgraçado - Adam alisou minhas costas enquanto eu me esforçava para não chorar em seu peito. O loiro me separou de seus braços e colocou uma mão em meu rosto.

- Pode falar qualquer coisa comigo, se você estiver sentindo dor ou algo do tipo... Eu tô aqui para você, Praga - Disse e me deu um beijo na testa.

- Obrigada, peste - Digo e deixo uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, que logo é limpa pelo próprio Adam.

- Se quiser, eu posso ficar te fazendo companhia e assistir porra de desenhos toscos e chatos - Disse, me fazendo rir fraco.

-... Tá tudo bem - Menti, sorrindo na tentativa de ser mais verdadeira possível.

- Qualquer coisa, grita - Ele disse e logo se afastou, indo para seu quarto.

Antes que fechasse a porta, vi quando Vinnie passou pela frente do meu quarto com a mão apoiada em outra.

Eu queria agradecê-lo, porque embora brigados, ele ainda assim me defendeu de uma forma que ninguém jamais havia me defendido.

Não resisti à minha curiosidade e resolvi segui-lo. Embora ainda fosse cedo, as luzes da sala já estavam desligadas, então me bati um pouco para descer nas escadas, mas ainda assim consegui.

Andei até a cozinha e vi o loiro tentando limpar o ferimento que tinha em todos os dedos da mão direita.

- Porra - Murmurou quando passou algodão nos machucados.

- Talvez precise de ajuda? - Perguntei, mostrando que estava ali.

Vinnie focou seus olhos em meu rosto, e vi sua expressão ficar irritada, e suas mãos se fecharem em punho.

- Deveria ter matado o filha da puta - Ele disse.

-... São só alguns machucados que já foram tratados. O seu é que deveria ser tratado agora - Falo e me aproximo mais dele, pegando o algodão na sua mão e molhando no álcool novamente.

Segurei sua mão direita de uma forma firme e comecei a passar o algodão pelos seis dedos vermelhos e com alguns machucados.

Olhei para seu rosto e vi seus olhos fechados, provavelmente pela ardência que estava sentindo. Tentei suavizar os meus toques e, aos poucos, eu já havia terminado de limpar o machucado.

- Esse caralho arde muito - Vinnie falou, irritado.

- Faz parte - Digo e peguei uma pomada e esparadrapo. Passei a pomada com o auxílio do meu dedo indicador, tentando fazer com que ele não sentisse mais dor.

𝐈𝐍𝐒𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋||  ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ᴴ.Onde histórias criam vida. Descubra agora