𝕋𝕙𝕖 𝕀𝕘𝕟𝕚𝕤

I

Por onde começar?

Bem, vejamos.

As regras básicas são: eu narro os capítulos ímpares e Bruce os pares.

Vamos do início então, antes de tudo. Começaremos com o Homem Morcego e o mini Homem Morcego.

Era uma sexta à noite em que eu inocentemente torturei um homem rico que estuprou algumas mulheres, Ducan Rinaldi. Eu era uma anti-heroína, para falar a verdade.

—Ignis.— escutei a voz do meu herói preferido atrás de mim.

Nossa relação era como de gato e rato: eu roubava bancos, galerias de arte, matava homens filhos da puta e ele tentava me prender. Mas, profissional como sou, nunca fui para a Blackgate. Nem sequer pisei na GCPD (como Ignis).

Só que infelizmente, em um fatídico dia, eu fui obrigada a sair do lado negro da força. Tive que me aliar ao morcegão. Sim, agora imagine a minha decepção. Ser a certinha, não poder derramar uma gota de sangue dos inimigos. Sim, era tão ruim quanto parece.

—Batman!— sorri ao vê-lo. —E você deve ser o... Casa Noturna? Arlequina me contou sobre você.

O mini Batman continuou estoico.

—É Asa Noturna.— murmurou.

Dei de ombros. Realmente não me importava.

—Mas então Morcegão, o que faz por aqui?

Ele olhou para o corpo de Ducan ao meu lado e depois para mim.

—Ah, Bruce, relaxe um pouco.— seu corpo se enrijeceu. —E você também, Richard. Estão muito tensos.

Suas expressões variavam entre dúvida e desconfiança, e talvez um pouquinho de medo. Bem lá no fundo.

—Como sabe nossas identidades?— Dick nem tentou disfarçar.

—Sabendo.— dei de ombros. —Bruce Thomas Wayne, quarenta anos, Batman. Richard John Grayson, vinte e um anos, Asa Noturna. Ah, e também tem o revoltadinho Jason Peter Todd, dezesseis anos, Robin.

Suas sobrancelhas estavam franzidas. Dos dois.

—Isso sem contar Lucius, Kate, Barbara, e Alfred, é claro.

Suas expressões estavam piores do que antes.

—Como conseguiu essas informações?— o morcego deu um passo à frente.

—Não importa.

Descobri quando analisei o modo de andar, falar e postura do Batman e Bruce, quando vi o milionário em uma festa certa vez, e percebi sua semelhança com o Morcegão. Depois, tudo ficou claro, quem era quem.

—E quem é você?— Richard cruzou os braços.

—Claro que não direi. Isso se chama vantagem estratégica, mini Batman.

Ele fez uma careta.

—Por que eu sou "mini Batman"? Jason que é pequeno.

Bruce pulou em sua frente.

—Apesar disso, você ainda deve ir para Blackgate.— se preparou para lutar.

Apenas revirei os olhos. A mesma ladainha toda vez.

—Qual é, B. Novamente esse assunto?— me aproximei lentamente, com as mãos unidas atrás do corpo. —Se quer tanto me levar para algum lugar, me chame para um jantar.

Sorri, ladina. Percebi sua respiração falhar lentamente quando fitei seus olhos e boca.

Richard percebeu os olhares e deu uma risada discreta com a leve queda de postura de seu pai.