WOMEN IMAGINE

𝖠𝗅𝖾𝗑 𝖣𝖺𝗇𝗏𝖾𝗋𝗌 | 𝖲𝗎𝗉𝖾𝗋𝗀𝗂𝗋𝗅

Você se encontrava sentada no chão congelante do corredor da DEO, buscando um momento em que pudesse respirar por pelo menos cinco minutos. Não passava quase ninguém por aquele local, então sempre que tinha tempo você gostava de ficar sozinha. Você não percebeu a hora passar durante o tempo que você passou naquele corredor, mas também não se deu o trabalho de se levantar.

Apenas ficou mais atenta quando escutou passos e notou uma figura familiar se sentar ao seu lado. Alex tinha um pequeno sorriso no rosto e um pote de salgadinho nas mãos. De todos que você conhecia na agência, Alex era, de longe, a pessoa que você mais confiava. Por esse mesmo motivo, apenas ela sabia que você ficava naquele corredor nas horas vagas, e as vezes se juntava para jogar conversa fora.

— Quer afogar as mágoas com salgadinhos junto comigo? — Ela estendeu o pote transparente na sua direção. Você soltou uma risada, pegando alguns.

Digamos que vocês duas não haviam tido muita sorte no amor e acabaram terminando seus relacionamentos quase ao mesmo tempo. Alex estava noiva de Maggie, contudo elas queriam coisas diferentes pro futuro. Com você foi quase a mesma coisa, mas com outros motivos. Você queria manter a calma no relacionamento, mas Sara queria mais do que apenas um namoro, ela queria casar e sempre falava sobre comprar uma casa pra vocês duas. Aquilo começou a pressionar sua mente e vocês terminaram, pois não queriam a mesma coisa.

No fim, você e Alex acabaram sentadas no sofá da casa dela, se entupindo de sorvete e contando uma para a outra sobre o fim de seus relacionamentos fracassados. Aqueles pequenos encontros aconteceram naturalmente durante um mês, e você se viu mais próxima de Alex do que de qualquer outra pessoa.

— Eu prefiro me afundar no sorvete, mas salgadinhos também funcionam. — Você falou enquanto mordia uma bolinha de queijo.

— Deve ter na minha casa, comprei vários potes essa semana. — A ruiva respondeu.

— Então, eu me auto convido pra ir a sua casa hoje. — Alex sorriu, encostando a cabeça na sua.

— Folgada. — Ela revirou os olhos na brincadeira.

[...]

— Minhas roupas ainda estão no mesmo lugar? — Você perguntou assim que chegaram na casa de Alex.

— Estão sim, última gaveta do lado direito. — Você sorriu em resposta, se direcionando para o armário dela, pegando um pijama qualquer. No momento em que voltou para sala, Alex tinha dois potes de sorvete nas mãos, junto com duas colheres. — Sério, eu preciso fazer sexo. — Ela entregou o sorvete e uma colher a você, que soltou uma leve risada com o comentário.

— Faz tanto tempo que nem sei mais como é a sensação. — Foi a vez dela de rir. Alex sentou ao seu lado para dividirem uma coberta. Vocês duas comeram os dois potes inteiros enquanto jogavam conversa fora e assistiam a uma série que passava em um canal qualquer. Você se disponibilizou a levar os dois potes de sorvete pro lixo e colocou as colheres na pia.

— O que acha que iria acontecer se a gente fizesse algo a mais? — Ela perguntou repentinamente. fazendo você juntar as sobrancelhas em confusão.

— Como assim? — Você sentou ao lado dela novamente no sofá. Alex suspirou, se aproximando e passando o dedo indicador pelo colar de borboleta que você usava. Sua respiração prendeu na garganta, a boca pareceu ficar seca quando os olhos dela baixaram.

— Isso que eu quero dizer. — O rosto da Danvers mais velha ficava mais perto a cada segundo, seu dedo indicador traçava de um lado para o outro no metal dourado agarrado ao seu pescoço. Você suspirou.

— Nós duas precisamos disso, vai ser apenas essa noite. Não tem problema, não é? — Você não conseguia para de olhar para a boca dela, tão próxima da sua, desejando sentir ela na sua.

— Não mesmo. — Alex sorriu, juntando os lábios aos seus.

[...]

— Você transou com a... — A boca de Winn foi rapidamente tapada pela sua mão, olhando em volta pra ver se ninguém havia escutado.

— O que foi que eu acabei de dizer? — Sua irritação era perceptível quando você tirou a mão da boca dele.

— Desculpa, mas... como isso aconteceu? — Ele tentou sussurrar, fazendo você revirar os olhos.

— Acontecendo, Winslow. — Você suspirou, virando a cadeira de volta para o computador, fingindo estar fazendo algo importante. — Foi só uma noite, não significa que vamos fazer isso de novo. — Ele soltou uma risada nada verdadeira.

— Acha mesmo que vai ser só isso? — Você concordou com a cabeça, voltando a encarar o homem com a expressão mais limpa que conseguiu fazer. — Duvido, essas coisas de só uma noite nunca dão certo. Vocês vão acabar se apaixonando, vai por mim.

— Nós duas precisávamos de sexo e essa era a oportunidade que a gente tinha. Duas recém solteiras precisando transar, não vejo nada de mais nisso. — Você balançou a cabeça, fingindo não se importar. — Além do mais, tive a melhor transa da minha vida. — Winn revirou os olhos, imitando som de vômito.

— Não preciso ficar sabendo dos detalhes. — Você soltou uma risada, sabendo como ele ficava constrangido com esses assuntos.

— Detalhes sobre o que? — Alex apareceu, se apoiando na cadeira onde você estava sentada.

— Nada. — Winn respondeu mais rápido do que conseguiu pensar, engolindo em seco quando a Danvers estreitou os olhos na direção dele.

— Enfim, preciso que você venha comigo. — Alex decidiu deixar o assunto de lado, notando que você parecia confusa. — Treinamento, esqueceu? — A confusão no seu rosto permaneceu, mas mesmo assim você se despediu de Winn e seguiu com ela até a sala de treinamento.

— Você tem certeza que hoje tinha... — Antes de conseguir terminar a pergunta, você foi cortada avidamente pelos lábios de Alex no mesmo momento em que havia se virado pra olhar pra ela. Ela colocou a mão em seu peito, empurrando seu corpo contra a parede. — Esse era o treino, então? — Você suspirou enquanto sentia a boca dela beijando a pele do seu pescoço.

— Só queria uma desculpa fácil pra ficar sozinha com você. — Alex foi desfazendo pacientemente os botões de sua blusa. - Só mais uma vez não faz mal. — O olhar dela subiu para encontrar o seu por uma fração de segundo, um sorriso crescendo em meio a respiração ofegante.

— Não tenho tanta certeza disso. — Você disse, sabendo que as palavras de Winn tinham a mais pura razão.