WOMEN IMAGINE

Gabriela Guimarães.

Os dedos dela se firmavam na parte externa de suas coxas enquanto a puxava para sentar em seu colo, os lábios tão famintos quanto os apertões que ela deixava em sua pele exposta. A boca dela era tão macia e gostosa que você pensou que poderia se fundir àquele beijo. O cheiro do perfume forte e doce impregnava suas entradas nasais, seus dedos se entrelaçando com os pequenos cachinhos ainda meio úmidos da nuca dela, os puxando quando ela mordeu seu lábio inferior, passando a língua por ele logo depois. O ar gelado não se mostrava mais tão fresco quanto antes, agora o que mais prevalecia era o calor transmitido entre os dois corpos colados e ofegantes. Os toques sutis uma na outra pareciam ser intermináveis, sua cabeça deitada no ombro dela abriu uma brecha para ela desbravar a lateral do seu pescoço, passando os dedos levemente para retirar seus fios de cabelo, fazendo com que arrepios se espalhassem por sua nuca. Os lábios dela foram de encontro à sua pele em pequenos beijos singelos no começo, as mãos apertando sua cintura enquanto você arfava manhosa, mordendo fraquinho o ombro dela.

— Eu senti tanta saudade disso. — Ela disse baixinho perto do seu ouvido. — Senti tanta falta de você. — Mordeu o lóbulo da sua orelha, recebendo mais um gemido manhoso em resposta.

De todos os motivos que poderiam levar aquele momento à realmente acontecer, não se passou pela sua cabeça que seria daquela forma; tão depravada e rendida na palma da mão dela. Com os beijos molhados sendo depositados em seu pescoço e as palavras que eram sussurradas em seu ouvido, a concentração era uma das poucas coisas que parecia ser possível de exercer naquele momento e era exatamente esse mesmo motivo que levava você de volta ao ginásio de treinamento do Imoco Conegliano.

O som do couro sintético das bolas de vôlei batendo contra a mão das jogadoras e sendo arremessadas ao chão se fazia muito presente pelos ecos daquela quadra. As conversas paralelas também soavam junto com risadas histéricas entre uma atleta e outra enquanto você tirava alguns minutos de descanso ao final do treino. Seu peito subia e descia com uma frequência acelerada pelo cansaço e esforço que havia feito nas últimas duas horas passadas treinando, as gotículas de suor escorriam por sua testa e depois de um treino tão intenso como aquele a sua maior vontade era de tomar um banho, deitar na cama e acordar apenas no outro dia para mais um dia como aqueles. E era uma rotina perfeita.

— Cansada? — Gabi sentou ao seu lado no banco, estendendo uma garrafa de água gelada.

— Um pouco, sim. — Aceitou a água de bom grado, mas notou o olhar dela durar mais do que deveria em você. — O que foi?

Antes de responder, o olhar dela desceu para o seu pescoço lentamente onde algumas gotas de suor deslizavam por sua pele, a respiração ainda sendo regulada, os músculos dos braços flexionados pelas suas mãos estarem apoiadas no banco. Essas pequenas coisas fizeram com que ela passasse a língua pelo lábio inferior, voltando o olhar para o seu, no entanto, seus olhos escuros agora brilhavam mais do que o normal.

— Nada. — Ela deu de ombros. — Você só está mais linda que o normal hoje.

Seus olhos se reviraram, mas mesmo assim um sorrisinho escapou de seus lábios — Não começa, Gabriela.

— Estou falando sério! — Ela empurrou levemente seu ombro com o dela, um sorriso de ponta a ponta se encontrava fazendo seu olhar não conseguir desviar por alguns segundos. Quando notou que estava encarando demais, negou com a cabeça e se levantou do banco, pegando suas coisas.

— Até amanhã, Guimarães. — Colocou a bolsa sobre o ombro e se virou, escutando ela reclamar em alto e bom tom.

— Ah, qual é! Nem um obrigada? — Sua voz mostrava que ela estava levando tudo aquilo na brincadeira.

Seus passos permaneceram seguindo em direção ao vestiário. Seu plano era nada mais que tomar uma ducha gelada em uma das cabines, vestir o short de tecido fino branco e seu top de academia azul clarinho, pedir um uber e esquentar alguma comida que havia deixado na geladeira enquanto assistia à alguma série no sofá. Não havia nada mais calmo e tranquilo do que uma rotina dessas e você amava ela por isso. Enquanto exercia tudo o que havia arquitetado na cabeça, as outras jogadoras foram de espalhando pelas cabines e pelo vestiário. Nenhuma delas costumava demorar tanto, pois a maioria optava por tomar um banho melhor em casa, por isso sempre sobrava poucas meninas no horário que você geralmente ia embora. Seu olhar se cruzou com o de Gabriela quando passou por ela para entrar em uma das cabines, o sorriso que habitava no rosto dela sempre se fazendo presente.