𝖢𝖺𝗋𝗂𝗇𝖺 𝖣𝖾𝗅𝗎𝖼𝖺 | 𝖦𝗋𝖾𝗒'𝗌 𝖠𝗇𝖺𝗍𝗈𝗆𝗒

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Nunca passou pela sua cabeça que você iria se apaixonar outra vez na sua vida. Depois de tudo o que havia passado, não sabia se estava preparada para amar alguém novamente. Foram muitos amores perdidos ou desperdiçados. Você tinha medo de ser machucada, como foi no passado.

Isso tudo até uma italiana chegar em sua vida e fazer você mudar sua visão de como era o amor. Sua paixão por ela foi uma que você nunca teve com mais ninguém. Amor a primeira vista. Você não acreditava nessa melosidade, até acabar acontecendo entre você e ela.

Apenas por ter a presença dela te fazia bem. Ter ela por perto te reconfortava. Você se viu completamente apaixonada por aquela italiana. Aquele sotaque forte fazia você derreter. Você amava quando ela falava citações amorosas em italiano.

Um dia você a viu com uma mulher loira, que pouco tempo depois descobriu que seu nome era Maya e que ela trabalhava na Station 19. De início você não se incomodou, até porque não viu nada demais naquilo. Você também era próxima de outras mulheres e nem uma das duas se importava.

Porém elas duas começaram a ficar muito próximas. Até demais da conta. Podia ser coisa da sua cabeça, mas você percebeu que elas pareciam felizes juntas. Talvez Maya fosse melhor que você. Talvez estivesse faltando algo em você que havia nela. Talvez ela combinasse mais com Maya do que com você.

E em todos esses "talvez" que passavam pela sua mente, uma lágrima escorria por suas bochechas. Não era porque você permitiu se apaixonar outra vez, que seus traumas passados teriam sumido. Pelo contrário, eles estavam de volta para assombrar seus pensamentos.

Você se encontrava deitada em sua cama com os olhos vermelhos de tanto chorar e com o peito doendo de tanto soluçar. Você se perguntava do por que tinha que dar outra chance ao amor. Estava tão cansada que simplesmente não conseguia raciocinar direito. E então, você finalmente dormiu.

No outro dia você acordou com os olhos inchados e vermelhos. Tentou esconder o inchaço com maquiagem, porém a vermelhidão não iria sumir tão cedo. Mas teria que ir trabalhar de qualquer jeito, então apenas pegou suas coisas e entrou em seu carro.

Horas depois de você ter chegado ao hospital, estava deitada no colo de Amelia, em uma das macas dos corredores, enquanto ela passava os dedos pelos seus fios de cabelo. Passou o dia evitando Carina, e a única que sabia o que estava acontecendo era a Shepherd.

- Você tem que falar com ela. - Amelia disse e você balançou com a cabeça.

- Não estou com cabeça pra isso, agora. - você passou as mãos no rosto.

- Está dizendo isso a mais de uma semana. - ela parou de alisar seu cabelo e olhou pra baixo pra encarar seu rosto. - Pare de enrolar e vai conversar com ela, antes que seja tarde de mais. - você sorriu sem humor.

- Acho que o tarde demais já chegou. - ela suspirou.

- Eu vejo o jeito que ela te encara pelos cantos desse hospital se corroendo pra falar com você. - você revirou os olhos.

- Então por que ela não vem simplesmente falar comigo? Não é como se eu fosse morder ela ou algo do tipo. - você disse irritada.

- Eu não sei, e você só vai saber se conversar com ela. - antes que você pudesse dizer qualquer coisa, o pager de Amelia bipou. Você levantou a cabeça, saindo do colo dela, fazendo ela sair da maca. - Conversa com ela, por favor. Não consigo te ver desse jeito. - ela falou antes de sair do seu campo de visão.

Você suspirou encostando as costas na parede e pensando se realmente valia a pena conversar com ela. Mas como você sempre diz, sábios dizem 'foda-se'. Você se levantou da maca e caminhou pelos corredores a procura de Carina. Você não a encontrou em lugar nenhum, então imaginou que ela estaria na sala que Bailey deu pra ela temporariamente, pra ela poder fazer a sua pesquisa.

Com dois toques na porta, você escutou um "entre" e a abriu vendo ela olhar para o computador e depois de relance pra você, achando que seria qualquer um, mas não era, então ela te encarou uma segunda vez.

- Ah, oi. - ela falou sem jeito, fechando o computador para lhe dar toda a atenção. Carina sempre fazia isso. - Senta aqui. - ela bateu ao lado vazio do sofá em que estava sentada. Você fechou a porta e fez o que ela pediu. - O que está acontecendo com a gente? - ela perguntou após minutos de silêncio.

- Eu que pergunto isso a você. - você a olhou no fundo daquela imensidão castanha. - Está gostando de outra pessoa? - suas sobrancelhas se juntaram em confusão.

- Claro que não, meu bem. Por que acha isso? - ela tirou o computador do colo e pegou em suas mãos.

- Eu... talvez por ela ter algo que eu não tenha, ou por ser mais bonita, ou... - você suspirou sentindo seus olhos arderem. Não queria chorar agora.

- De quem você está falando? - Deluca perguntou totalmente perdida.

- De quem eu poderia estar? - você disse em um suspiro. - Maya. - você desviou seu olhar dela para o chão. Escutou ela respirar fundo e de relance notou ela fechar os olhos.

- Deixa eu esclarecer uma coisa. - ela pegou seu rosto com as duas mãos delicadas dela, forçando você a encarar ela. - Eu só tenho olhos para a mulher mais linda, inteligente, gentil e preciosa que eu já conheci, que é você. - ela fez um carinho em sua bochecha com o polegar.

Carina sabia o quão insegura você poderia ser em relação a relacionamento. Ela sabia tudo o que você havia passado e tentava ser cuidadosa com as palavras. Mas ultimamente ela percebeu que tem vacilado muito com você, e isso a deixava se sentindo culpada.

- Maya e eu somos apenas amigas. - ela colocou uma mecha do seu cabelo pra trás. - Você é única pra mim, amore mio. - ela disse com o sotaque que você tanto ama.

Você apenas demonstrou um sorriso singelo e deitou a cabeça no ombro dela.

- Desculpa por ter duvidado de você. - você sussurrou.

- Não precisa se desculpar, amore. Eu que vacilei por não ter dado a atenção que você merece esses dias. - você entrelaçou seus dedos com os dela.

- Dorme na minha casa hoje? - você levantou um pouco a cabeça apenas para poder olhar pra ela.

- Claro, meu bem. - ela depositou um selinho em seus lábios e você voltou a deitar a cabeça na curvatura do pescoço de Carina.

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