𝖢𝖺𝗋𝗂𝗇𝖺 𝖣𝖾𝖫𝗎𝖼𝖺 | 𝖦𝗋𝖾𝗒'𝗌 𝖠𝗇𝖺𝗍𝗈𝗆𝗒

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— Preciso que você deixe seu braço parado, tudo bem? — O garoto sentando na cadeira concordou com a cabeça, olhando para o estrago que havia feito no braço. Você estava na garagem da estação cuidando de algumas pessoas feridas, como sempre fazia algumas vezes.

— Tudo bem. — Ele parecia ter cerca de dezesseis, no máximo dezessete anos no momento em que chegou na estação, segurando o braço machucado. O ferimento era mais do que superficial e havia alguns arranhões ao redor, mas você conseguiu estancar o sangue e higienizar a região para fazer os pontos.

— Posso saber seu nome? — Você tentou descontrair puxando conversa, para que o menino não ficasse tão nervoso.

— Thomas. — Ele abriu um pequeno sorriso, olhando de relance para você, mas logo em seguida voltando para o machucado sendo costurado.

— Nome muito bonito o seu, Thomas. — Você retribuiu o sorriso dele. — Como você se machucou?

— Eu estava andando pelo parque da cidade e vi uma garotinha, devia ter seis ou sete anos no máximo, e ela estava olhando para a árvore, chorando muito. — Você concordou, dividindo a atenção para o que ele falava e para os pontos que estava terminando no braço dele. — O gatinho dela estava preso em cima da árvore e não conseguia sair. Quando eu cheguei mais perto, ela me pediu ajuda pra tentar fazer com que ele descesse e, como a árvore não era tão alta assim, eu consegui escalar. Mas no momento em que eu estiquei o braço pra pegar o gatinho, ele pulou em cima de mim e depois pulou no chão. Eu acabei me assustando e escorreguei, bati o ombro em um dos galhos. — O garoto soltou um suspiro, vendo você fechar o último ponto.

— Foi um ato grandioso ao meu ver. — Você tirou as luvas, jogando na lixeira ao seu lado. — Daqui a alguns dias você vai ter que tirar os pontos, aconselho você ir até o Grey Sloan. — Thomas balançou a cabeça.

— Posso perguntar por você?

— Claro, pergunte por... — Você se interrompeu ao perceber que ele não estava prestando mais atenção no que dizia. Quando você seguiu o olhar dele para alguém atrás de você, logo avistou uma mulher de cabelo castanho ondulado e mechas claras entrando na garagem da estação. Ela olhou de relance para você e abriu um sorrisinho. Você sorriu de volta.

— Ela é bonita. — Ele parecia hipnotizado pela mulher. Você revirou os olhos com um sorriso no rosto. — Conhece ela?

— Conheço. — Você balançou a cabeça. — Muito bem, pra falar a verdade.

— Qual o nome dela? — O garoto parecia realmente curioso. Você segurou uma risada.

— Não acha que ela é um pouco velha demais pra você? — Ele estendeu as mãos ao lado do corpo.

— Eu não disse nada, só perguntei o nome dela. — Ele falou sério, mas seu tom era de brincadeira.

— Carina. — Você respondeu, por fim. — DeLuca.

— O sobrenome parece...

— Italiano? É sim. — Você disse por ele o que já havia escutado outras diversas vezes. — E o sotaque dela é tão forte quanto. — O olhar do menino finalmente desviou da figura de Carina quando você se levantou. Ele notou que você a olhava de uma forma diferente enquanto ela conversava com Maya e Warren. Ele também percebeu os sorrisos que você e ela trocaram no momento em que ela chegou na estação. E, quando ele baixou o olhar para a sua mão esquerda, observou que havia um anel prateado em seu dedo anelar com uma pedrinha azul no meio.

— Pode me dizer seu sobrenome? — O garoto perguntou como se não fizesse muito caso, mas ele já havia ligado os pontos. Você sorriu, apenas esperando ele fazer essa pergunta.

— DeLuca. — Você deu dois tapinhas no ombro dele, dando meia volta e seguindo na direção onde Carina estava, chegando por trás e abraçando sua cintura.

— Oi, bella. — Ela encostou a cabeça na sua, sabendo como você se derretia ao ser chamada assim.

— Oi, amor. — Você se inclinou e deixou um beijo na bochecha dela. — Acredita que um garoto deu em cima de você?

— Está falando daquele adolescente que acabou de sair. — Carina apontou com a cabeça para o lado de fora, vendo Thomas indo embora.

— Foi ele mesmo. — Você escutou a risadinha abafada da italiana, deitando a cabeça no ombro dela. — Pelo menos se tem um coração bom.

— Espero que ele ache alguém que o faça feliz. — Carina suspirou quando você deixou um beijinho no pescoço dela e se afastou, entrelaçando os dedos dela nos seus.

— Ele vai achar, sim. — Seu polegar fez um carinho na costa da mão dela. — Assim como eu achei você. — Carina abriu um sorriso bobo, segurando em seu rosto para juntar seus lábios.

— Eu te amo. — Dessa vez, quem deixou um sorriso bobo escapar foi você.

— Eu te amo mais.

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