Os dias se passaram em uma velocidade maior, completando dois meses da minha estadia em Green Leaf. O clima continuava péssimo e o rigor de uma universidade do interior parecia ridiculamente maior que o de uma cidade grande. Por ser uma instituição tradicional, exigiam os mínimos detalhes das matérias em todas as disciplinas, isso quer dizer que cobravam em suas provas até as notas de rodapé do livro de semiologia avançada de Porto.
Estava em uma semana de prova, estressante psicologicamente pois cada nota ruim que você tirasse era uma quantia a mais a ser paga na mensalidade. E além da dificuldade nos estudos que deveriam acontecer com certa disciplina, agora eu temia levemente por meu pai e eu. Há um mês eu havia descoberto um mundo sobrenatural sobreposto ao meu. O "animal" de Port Angeles estava solto... Fazendo mais vítimas. Temia que um dia as vítimas fossem meu pai ou a minha mãe. Eu notei... Que eu não precisava falar disso com Sasuke, ele parecia ler as minha expressões e chegar a conclusão das minhas emoções. Tínhamos uma sinergia curiosa. Muito curiosa. Sasuke também estava sendo uma ótima companhia nos estudos, tinha que admitir que ele era muito inteligente. Seus sentidos mais avançados o permitiam analisar estruturas e suas funções minuciosamente, assim ele podia me dar alguns detalhes cruciais para diferenciar peças anatômicas nas provas de fisiologia. Isso tem me garantido bons resultados fora que tomávamos um do outro a parte teórica das últimas provas. Eu não abordei o Lee sobre saber da sua verdade como lobisomem desde o dia que Sasuke confirmou as minhas teorias. Desde que cheguei, escutava uivos na floresta, mas pensei que se travam de cães. A senhora Lorelay a duas casas a cima, tem um casal de Goldens. Pensava se tratar deles.
Escutar os uivos com o vento e as fases da lua vindos da floresta faziam com que eu me sentisse segura. Me fazia pensar que os meninos estavam patrulhando a floresta com os Uchiha pela noite e assim... Estaríamos seguros. Havia um cheiro de morango no ar, havia comprado algumas velas e agora elas estavam queimando dentro de adoráveis potinhos de vidro que comprei em uma loja de artesanatos no centro. Uma música para meditar tocava no quarto mas eu não estava prestando muita atenção. Havia acabado de sair do banho e secado os cabelos no secador. Me enfiei de baixo das cobertas e depois de tantas provas, me permitia deslizar os dedos pelo celular. Perdida em memes de redes sociais. Eu estava preocupada com Kizashi. Ele teve que viajar pela manhã e dormiria fora de casa em um dos Hotéis perto da mata em Port Angeles em colaboração com a investigação do sumiço de mais um policial. Estava um pouco atordoada porque eu sabia de uma verdade agora. Alguns sumiços e mortes "inexplicáveis" tinham agora uma explicação singular... Vampiros. Me perguntava se haveria caçadores mundo a fora, hora se os vampiros existiam agora, porque não os caçadores? Meu celular começou a tocar me pregando um susto. Encarei o visor "Mamãe". Sorri a atendendo.
...
—E agora estamos pensando em manter uma residência fixa em Jacksonville. -Disse ela depois de conversarmos por horas sobre uma fofoca de uma prima metida a rica da minha mãe. Aparentemente ela havia sonegado impostos e agora corria riscos de ser presa.
—Você vai poder ficar com a gente, tem uma ótima faculdade lá e poderá ter seu próprio banheiro! E tem o calor! -Dizia ela tagarelando animadamente. Ri com ela logo suspirando.
—Eu estou me animando com GreenLeaf. -Disse por fim. Ela gargalhou, eu conhecia bem esse tom. Provavelmente ela pensou que eu estivesse brincando. Ri.
—Estou falando sério! -Disse por fim. Ela ficou muda alguns segundos.
—O que seu pai andou colando na sua comida? -Ela brincou me fazendo rir.
—Sakura! Você odeia o frio! É muito estudiosa, talvez seja por conta da faculdade! Ela está te animando? E não só isso... Deve ter algum gatinho na jogada. Qual é o apelido mesmo? "Cringe", "Crush"? -Sua voz era animada e indignada ao mesmo tempo. Comecei a rir ficando calada.
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Into The Woods
General FictionUm arrepio frio e gelado iniciado na nuca. Essa era uma das coisas mais comuns a serem sentidas ao pisar em Leaf Village, Washington. Poderiam dizer que era pelo frio e chuvas intensas. Quem fosse mais supersticioso, diria que era por causa das lend...