Nos dias seguintes, Sasuke não me buscou em casa, acho que ele entendeu que dirigir me era um momento terapêutico. Naquela manhã, eu optei por um suéter em um tom peculiar que eu gostava bastante, indicolite. Dirigi por toda estrada, a chuva havia dado uma trégua por esses dias embora o frio não tenha feito o mesmo. Estacionei na costumeira vaga e quando desci do meu carro não pude deixar de rir, ele também estava rindo. Usava um suéter largo para variar... Da mesma cor que o meu. Caminhei até ele.
—Esta me bisbilhotando? -Brinquei. Sasuke riu.
—Se eu não tivesse absoluta certeza de que é humana Sakura Haruno, talvez eu pensasse o inverso disto. -Disse ele por fim. Caminhamos juntos até a minha sala e logo nos despedimos.
...
Nos intervalos, dividia a minha atenção entre meus amigos e Sasuke. Eu pensei que ele se sentiria irritado, dolorido ao se confraternizar com humanos, e me perguntava se era sensato deixá-lo perto dos meus amigos. Pelo que sabia, Sasuke e os Uchiha tinham uma grande disciplina e o sangue das pessoas por ali não os castigavam mais. Mas não era prudente confiar cegamente que eram a prova de falhas.
Sasuke por outro lado, como o pai havia escolhido um curso que o obrigava a lidar bem com humanos então por hora havia decidido que estava tudo bem que ele se aproximasse. Sasuke agora estava ao lado de Tenten a explicando sobre algumas enervações de músculos faciais com um enorme livro de fisiologia avançada no colo enquanto beliscávamos batatinhas. Sasuke comeu uma para disfarçar e achei que fosse ter uma crise de risos com as conversas entre os nossos olhares. Uma hora se chega a este nível de intimidade. Ele riu por fim da minha risada depois de segundos nos encarando.
—Do que estão rindo? -Tenten olhava para mim.
—É que tive que explicar a mesma coisa para a Sakura ontem para a prova de fisiologia três. -Ele desconversou rápido. Gênio!
—Voltando ao assunto, o nervo vago será responsável por toda a enervação visceral e...
—Qual é a dos suéteres combinando? -Perguntou Omoi sentando-se ao meu lado. Sasuke o encarou de forma mais atenta.
—Foi acaso! Eu juro! -Disse por fim. Charlote abriu um sorriso.
—Vocês parecem casalzinho de dorama! Uma gracinha! Pedi para Rick e eu combinarmos as cores também mas não rolou! -Disse ela cutucando com os hashis um macarrão. Não sabia onde enfiar a cara e Sasuke não tirava os olhos de mim com um sorrisinho cretino. Me atentei bastante ao fato de que ele... Não desmentiu nada.
...
Naquela sexta à tarde eu estava limpando o meu carro. Havia acabado de passar aspirador nos carpetes e nos bancos. Estava acabando de passar os produtos no vidro quando algo bateu com tudo no teto do carro descendo rapidamente de lá. Senti seus braços quentes enlaçarem a minha cintura. Apoiei as mãos em seu peito.
—VOCÊ ME MATA DE SUSTO! -Berrei lhe acertando o pano no ombro. Ele ria. Ultimamente seu cheiro me atraía mais. Eu estava suada. Me desvencilhei dele.
—Devia ter me dito que viria! Estou suada e cheirando a pinho! -Disse sem saber aonde enfiava a minha cara.
—Não usamos nossos dons o tempo inteiro sabe? Para usá-lo é preciso foco, é preciso um comando da mente para própria mente. Então fique calma, não estou te cheirando o tempo inteiro. -Disse ele por fim. Usava um sobretudo azul e jeans.
—De onde veio? -Sasuke apontou o carro do outro lado da rua.
—Saltou de lá até o teto do meu carro? Não tem medo que vejam você fazendo isto? -Quis saber, retirei os fones de ouvido. Sasuke sorriu.
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Into The Woods
Fiksi UmumUm arrepio frio e gelado iniciado na nuca. Essa era uma das coisas mais comuns a serem sentidas ao pisar em Leaf Village, Washington. Poderiam dizer que era pelo frio e chuvas intensas. Quem fosse mais supersticioso, diria que era por causa das lend...