– Boa tarde de novo vizinho – A voz do nipônico ecoava pelos corredores que rebatiam a voz dele
Joui estava de frente para o seu vizinho de cima: o tal da bruxa do 71 versão prédio brasileiro em 2022. Ele esteva de cabeça baixa e não podia ver seu rosto, mas já tinha visto mais cedo então não o trazia curiosidade.
Joui a mais ou menos a 19 dias se mudou para o novo prédio e logo no dia seguinte fez questão de entregar uma cestinha com um lírio e alguns doces para todos os seus vizinhos, na verdade entregou para quase todos, só não entregou para o meu vizinho de cima, pois em quase 18 dias, não via ele em lugar algum, e sempre que tocava sua campainha, ele não atendia, e como ele sabia que ele estava lá? Toda manhã e noite via uma fumaça e um cheiro de cigarro e sempre que dava uma breve olhada pela sua sacada, via o homem de aparência marcante fumando (algo que Joui não aprovava tanto já que a fumaça do cigarro poderia afetar suas plantas)
Mas digamos que ao longo desses dias, Joui começou a ficar curioso sobre o homem, no começo era apenas uma inquietação por ele nunca ver ele fora de casa, mas depois que foi entregar uma das cestas para um de seus vizinhos e a criança da casa falar para evitar o apartamento 87, o que estava parado em frente nesse exato momento, ficou ainda mais curioso, o que ele tinha feito para virar uma espécie de bruxo pelas crianças? Será que era rígido? Ou era apenas algo que as crianças haviam feito já que o homem saia pouco de casa?
– O-oi – Kaiser falou com um certo susto pela visita repentina do vizinho do andar de baixo, e agora estava com mais vergonha ainda depois de reconhecer seu rosto
– Desculpa se eu tiver atrapalhando qualquer coisa eu apenas vim te entregar essa cestinha – ele estendeu a pequena cesta que estava em suas mãos e o mais baixo que não olhava diretamente para ele pegou – Eu me mudei a uns 19 dias mais ou menos e entreguei essa cesta para todos os meus novos vizinhos, desculpe-me não ter vindo antes, sempre que eu vinha não tinha ninguém em casa
– Há... – Kaiser sabia que ele estava mentindo para ser educado, e antes ele sabia que provavelmente seria mal falado na próxima reunião de condomínio por não atender, mas agora que viu a fama dele provavelmente ficaria mal falado pelo mundo todo, e o motivo de não atender era bobo na visão de Kaiser, mas no fim não era nada bobo, ele tinha "medo" de falar com seus vizinhos – Muito obrigado mesmo
– De nada! Sou da 66 – ele disse se referindo sobre o número do apartamento – Bem então eu já vou indo, se precisar de alguma coisa pode ir lá me chamar
E quando Joui ia se virando para ir embora escutou novamente a voz dele o chamando.
– Espera! – Kaiser disse chamando ele, sua voz era um pouco mais alta que a da última vez mas logo depois sua voz diminui e ele voltou a olhar para o chão – se você é da 66 vo-você é do prédio NÃO... do apartamento de baixo desculpa... eu vi suas flores, como você faz para eles ficarem tão bonitas? As minhas sempre morrem – César se atrapalhava todo em suas falas, gaguejando e trocando palavras, mas isso já é normal
– Bem, pode ser por vários problemas, e sem querer seu inconveniente, mas a fumaça do cigarro pode ser um dos fatores – ele parou um tempo para ver se o homem se sentiria ofendido ou não e nisso pensou em outro fator – bem você usa adubo nelas
– Não...
– Bem pode ser por isso, bem agora eu preciso ir mas se você quiser mais tarde posso vim te dar umas dicas se quiser – ele falava sorrindo um pouco empolgado, já que ginastica e floricultura são suas duas coisas favoritas – Alias meu nome é Joui Jouki, e o seu?
– César Cohen – César disse fazendo o japonês estranhar seu sobrenome pois jurava que já tinha visto em algum lugar – Tchau...
César então fechou a porta e deixou Joui do lado de fora, consequentemente fazendo ele voltar para seu apartamento, era um dia meio frio que foi esfriando com base o tempo passava e anoitecia mais ainda, e assim que entrou só escutou os miados de Jeniffer, a gatinha do seu amigo Arthur, que agora está viajando em turnê pela América do Sul então está cuidando dela por esse tempo de viagem dele, mas que iria voltar em 2 dias, e Joui também gostava da companhia da gata, provavelmente ficaria mais triste na hora de devolver a gata do que ficou quando Arthur foi realizar seu sonho.
Joui se jogou no sofá pegando o celular que estava no bolço da calça e vendo a mensagem que havia recebido de seu treinador.
" Joui você vai estar disponível no dia 26? Vai ter um treino extra para o nacional "
Joui sempre está e estará disponível para treinar. Principalmente que a competição nacional está se aproximando, Joui treinava toda semana repetidamente sem descanso, ele estava extremamente empolgado e nervoso para a competição, o que não fazia sentido, já que na última vez que participou ganhou em segundo lugar, mas para Joui aquilo não era o suficiente, ele podia ter ido para as olimpíadas e levado a medalha de ouro, mas para ele, prata em uma competição nacional não era o suficiente, ele tinha que ser o melhor em tudo que fazia. Apenas mais um trauma dado pelo seu pai biológico que o mesmo nem o considerava mais um pai. Já tinha uma outra figura paterna em sua vida, o que era engraçado pois Thiago Fritz era apenas 11 anos mais velho que o mesmo então fica uma conta meio estranha.
" Claro que posso, vai ser na quadra mesmo? "
Joui respondeu à pergunta via mensagem, mas logo depois recebeu uma ligação de Arthur, estranhando, pois, nessa hora ele deveria estar fazendo um show no Uruguai e quando ele atendeu a ligação escutou um grito extremamente alto do outro lado da linha.
– ADIVINHA QUEM VOLTOU MAIS CEDO! – Arthur falava extremamente animado e feliz, o que fez Joui também ficar muito feliz e dar um pulo do sofá
– ONDE VOCÊ TÁ? – Joui falou mais alto que o normal quase que gritando
– TO SAINDO DO AEROPORTO AGORA JUNTO DA IVETE – Arthur continuava falando alto deixando a intensidade da conversa no mesmo nível
Joui desligou a chamada e foi se trocar com a maior velocidade possível no momento devido a sua animação de finalmente reencontrar o seu irmão de consideração, ele então já ia saindo quando se lembrou da gata, que com certeza iria amar ver o dono, então colocou ela em sua caixinha de transporte e saiu de casa, e entrou no elevador, onde curiosamente estava seu vizinho do andar de cima.
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As flores do vizinho do quarto andar (Sendo Rescrita)
FanficCom uma desculpa besta sobre plantas o tão temido vizinho do último andar acaba interagindo diariamente com seu vizinho do andar de baixo. César Cohen para aqueles que o conhecem fora da internet e como programador, Kaiser para os que acompanham sua...