ÚLTIMO VERÃO | Imagine Kirishima

Cap. 2 - Know Love | Rex Orange County

4º Dia de Verão

Os casais que ambos chamavam de família  provavelmente devem estar escalando montanhas maneiras neste exato momento, ou em alguma trilha pra seja lá onde foram nesta manhã. Esse silêncio constrangedor deve estar entre os dois há minutos, mas soam como horas. A cada tique-taque do relógio no pulso de [Nome], a cada onda que batia na madeira, a cada canto dos passarinhos, a cada música que os grupos de jovens colocavam na praia, a cada vendedor ambulante que passava por perto, o tempo parecia apertar mais.

— Ok, o que foi aquilo? — Kirishima não tinha um tom de voz revoltado, bravo, nada disso. Ele só estava confuso e esperava explicações da garota.

— Olha, eu sei que parece complicado, eu só... — Procurava pela palavra certa, mas nada parecia descrever "o que foi aquilo" para explicar ao moreno.

— Posso ter esses dentes, mas te juro que não sou um tubarão. Não vou te devorar nem nada do tipo — o pequeno suspiro e riso que a garota soltou já deu o resultado que ele queria. — Eu conheço Monoma. Pelos boatos, também sei o que ele te fez. A única coisa que eu quero saber é: por que fingiu que estamos namorando?

Que tal irmos do início?
flashback on! café da manhã

“— Isso é sério? Caramba, [Nome]. Até que você conseguiu alguém rápido, quem diria.

Se isso fosse um pesadelo [Nome] gostaria de perfurar sua própria pele com beliscões para acordar logo. Tantas pessoas no mundo, e justamente o Neito Monoma decide aparecer por ali. Naquele maldito verão.

É como uma grande onda de más lembranças, ciclos passados e destruição estivesse por vir, mesmo que a maré naquela manhã estivesse calma. Tudo isso porque sua mente não para de fazer flashs horrorosos sobre tudo que ele já fizera para a garota.

Para [Nome], é inaceitável que ele tenha se saído bem depois de tudo aquilo. Depois de a ter agredido, criado traumas, feito a mesma se inscrever em uma terapia, e sem contar as cicatrizes que ainda perpetuavam em seu corpo. E lá estava ele, com sua nova namorada, totalmente feliz e achando que se não comentar do passado, ele deixará de existir.

Inventar que Kirishima era seu namorado talvez fosse uma atitude muito severa, mas isso não importava agora. Não podia dar este gostinho a ele de ter seguido em frente depois de ter sido o pior babaca do universo inteiro. Ela mostraria que também estava bem, com alguém novo, renovada. Mesmo que nada disso fosse verdade. Odiava Monoma não somente por tudo que ele cometeu em sua vida, mas também por ela se tornar impulsiva toda vez que ele chegava perto.

— Pois é. Eu e Eijiro estamos muito bem, para minha sorte. Foi até mais fácil... sempre o tive por perto. — Completamente blasé, [Nome] respondeu o seu ex namorado.

O garoto de cabelos pretos podia parecer um pouco besta, mas muito pelo contrário. Ele a conhecia há tanto tempo que sabia até mesmo das atitudes de Monoma, então, metodicamente, entrou na conversa. Encorporou o máximo que pôde.

— Nisso você tem razão, docinho. Nossas famílias já nos considerava um casal há tanto tempo que nem estranharam nada, acredita?

— Não brinca! — Kirishima tinha certeza de que isso foi dito em escárnio. Mesmo que não estivesse entendendo as metas de [Nome] com essa mentira maluca, precisava fazer algo.

— Bom, espero que curtam a estadia por aqui. Aproveitem bem as férias, eu e a [Nome] já planejamos várias coisas para... aproveitar – essa frase não saiu na entonação que ele desejava, ainda mais pelo fato de ter abraçado o braço direito no ombro da garota. — Tenham um bom dia, vamos indo.”