Capítulo 7

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A lanchonete onde Nita marcara sua "reunião matinal", que a mulher classificara de "inevitável" em sábado devido ao fato de Mon ter "ficado tão para trás" no seu treinamento — era o que acontecia quando algumas pessoas deixavam de comparecer a "reuniões essenciais" para ir atrás de louras estonteantes — ficava a poucos quarteirões da pousada. Mas era igual mente pitoresca e charmosa. Mesmo sendo sábado de manhã cedo, havia muitas pessoas nas ruas, tomando café enquanto aguardavam que as lojas abrissem. Mas diferente de Mon, que estava usando suas costumeiras calça e camisa sociais, elas estavam usando vestidos, saias e shorts. Afinal, ao contrário de Mon ali, elas não precisavam trabalhar. Afinal, era sábado, se é que ela não havia mencionado esse detalhe.

Sabia que no mundo dos negócios não havia essa história de tempo de lazer. A maioria dos figurões chegara aonde chegara fazendo hora extra e abrindo mão de fins de semana e feriados. Mas ela sabia também que o verdadeiro segredo do sucesso era amar o que se fazia para viver. E Mon amava o mundo dos grandes negócios.

Sam ainda não tinha um título para o cargo que lhe oferecera, mas ela não estava preocupada. Independente do que fosse, ela o faria bem. Jogaria pelas regras da morena enquanto estivessem reerguendo a empresa, depois a adaptaria às políticas e aos procedimentos dela, e deixaria nela a sua própria marca. Apesar de sua retórica conservadora, Sam sempre fora uma mulher de negócios de visão. Era parte do que a tornava tão bem-sucedida. A magnata permitiria — não, esperaria — que Mon quisesse fazer as coisas do seu próprio jeito. E Mon mal podia esperar para começar.

Aproveitando a deixa, Nita DeGallo apareceu na esquina naquele exato instante, erguendo a mão para acenar para Mon. Ela notou que Nita estava tendo um sábado informal, usando jeans desbotado e uma camisa colorida.

— Não havia necessidade de se vestir para trabalho — Nita disse, sentando-se diante dela.

— Bem, visto que deveríamos estar trabalhando, me vesti de acordo — ela disse, sugestivamente.

— Mas é sábado — Nita disse, com um sorriso, fazendo sinal para um dos garçons. — Não precisa ficar toda enfatiotada. Viva um pouco a vida.

Como você fez ontem à noite, Nita?

Mon teve de morder os lábios para impedir que as palavras escapassem de sua boca. Esforçando-se para ser um retrato de polidez, perguntou:

— O que houve ontem à noite? Nita parecia sinceramente confusa.

— Ontem à noite?

Mon assentiu.

— Ficamos de nos encontrar para o jantar para discutirmos qual seria o melhor plano de saúde da OmniTech para mim.

Ela sacudiu a cabeça.

— Não. Vamos fazer isso hoje à tarde.

— Não, deveria ter sido ontem à noite, Nita. Na verdade, quando nos despedimos ontem à tarde, lembro-me distintamente que você disse "Eu a vejo às seis e meia". Aguardei durante 20 minutos, mas você não apareceu.

Nita parecia um pouco surpresa, provavelmente com o tom dela, que, Mon tinha de reconhecer, não era o tipo de tom que deveria ser usado com a chefe. Especialmente uma chefe recente. Não, era mais o tom usado com um cachorro que acabara de fazer xixi no tapete.

Nita estreitou os olhos e sorriu friamente.

— Eu quis dizer às seis e meia da tarde de hoje.

 — Não. Quis dizer de sexta-feira — Mon afirmou, com toda a confiança. — Não costumo cometer esse tipo de engano.

O Despertar do Amor  - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora