Sex Without Commitment, 02. | MYG

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— Meu doce?

A voz de Yoongi é manhosa e bem arrastada. Ela soa baixa, pertinho do meu ouvido. Mas, além de sua voz baixa e potencialmente cansada, eu conseguia sentir o peso do corpo dele sobre o meu. O corpo quente, quente o suficiente para me fazer perceber que ele havia saído do banheiro a pouco tempo, vestido somente da cintura para baixo. Seus dedos brincavam com os fios soltos dos meus cabelos, que estavam caídos sobre a frente do meu rosto, como uma criança que enche o saco dos pais e os aguarda acordarem.

— Pelo amor de Deus, Yoongi. — Bradei, tentando afastá-lo de cima de mim. Mas, perdendo de forma miserável. — Me deixe dormir, só mais uns minutinhos..

— Dias atrás você me encheria tapas se eu não te acordasse na hora. Agora você quer dormir mais uns minutinhos. Parece que temos um avanço! — Ele beijou minha bochecha, rindo divertido, afastando as mechas da frente de meu rosto. — O que acha de ir tomar um banho e se vestir para irmos ver o dia? Tá tudo tão bonito lá fora..

— Eu ainda não consigo acreditar que a gente não combina como casal. — Ele ri novamente por minhas palavras e eu confirmo sorrindo. — Já tomou banho?

— Acordei alguns minutos antes de você, então sim. Tô todo cheiroso, sinta... — Seus comentários vêm acompanhados de risos. Ele se aproxima de mim, para que eu consiga sentir o cheiro de seu perfume e assim o faço, confirmando que ele realmente está cheiroso. Como sempre, nenhuma novidade. Mas, ainda sim eu sorrio. — Vamos, vá tomar um banho. Vamos ver o dia, tomar um sol e comer algo.

Lentamente pude sentir o lençol ser removido do meu corpo, fazendo com que o jato de ar gelado batesse contra. Me arrancando um gemido baixo e um tremor irreconhecível, além do bater de dentes. Às vezes eu me esqueço de que a Coreia é sempre muito fria e são épocas específicas de calor.

— Sabe que de repente eu me esqueci como se toma banho. — Escondo meu rosto nos travesseiros, rindo. — Poderia me ajudar a lembrar?

— Se isso for um pedido de ajuda, por gentileza senhorita, erga uma mão. — Yoongi responde.

Sua voz continua calma, mas, ao olhar nos olhos dele, sei que contém o riso. Um sorriso largo e sem vergonha se abriu em meus lábios e cautelosamente eu ergui minha mão, balançando-a suavemente. Me sentando na cama, passei as mãos pelo meu rosto e esfreguei os meus olhos com cuidado, para não machucar.

Mas, o sorriso malicioso ainda se encontrava em meus lábios. E lá estava ele, me observando atentamente. Pronto e aguardando os próximos passos.

— Por favor, me ajude. — A maneira como eu sorrio, me faz ficar sem enxergar por alguns minutos. E eu consigo em seguida ouvir as risadas de Yoongi.

— Sorrindo assim para mim, eu ajudaria pelo resto de minha vida. — Sorri.

Meu coração se aquece por uns momentos com suas palavras e ele também nota isso, então fica sério. Mas, não sério o suficiente para quebrar o clima. Sério ao ponto que voltássemos à estaca zero.

Novamente.

— Não vou demorar. — Sorrio ao dizer, depois de me levantar.

Yoongi não diz nada. Ele me observa sair e me encaminhar até a porta do banheiro, abri-la e entrar, observando-me até me ver fechá-la.

Encosto as minhas costas sobre a porta e respiro fundo. Lembro-me das brigas que tínhamos quando estávamos tentando ser um casal. Éramos muito jovens, devo confessar. Não sabíamos o que fazer e por muitas das vezes o tentar realizar algo, saia pela nossa culatra e sequer conseguimos lidar com as consequências de nossas atitudes. Por isso, muitas brigas.

Era cômico. Sempre foi e sempre será. Já que hoje olhamos as nossas tentativas falhas, com outros olhos e até mesmo sentimos saudades. Fazemos uma dupla e tanto e sabemos disso. Mas, como casal, somos uma tragédia. Eu gosto da companhia de Yoongi, de seus toques, de seus beijos e de como ele consegue ser extremamente atencioso e cuidadoso comigo. Contudo, eu sei que não fomos feitos para relacionamentos.

Não cabemos dentro do mesmo compasso. Ele segue um ritmo diferente do meu. A música que toca para nós dois é divergente.

Sabemos disso, devido a uma sequência absurda de falhas. De falhas terríveis e extremamente exaustivas. Falhas que ocasionaram o nosso fracasso e o nosso cansaço. Falhas que sequer pensamos em voltar atrás. Não desejamos corrigir o passado e muito menos acertar com o futuro. Paramos de tentar ou tudo ocasionaria com nós dois nos odiando. E no fim, talvez seja por isso que nós ficamos tão tensos e frustrados com o mínimo contato afetuoso que temos. Não somos bons, mas, faríamos um bom casal, um casal perfeito.

Aos poucos abri a porta e encarei seu rosto. Eu não precisaria ser um gênio da lâmpada para saber que ele já esperava na porta. Yoongi já esperava, porque tinha certeza que eu iria abri-la. Quando se trata dele, minha porta sempre estará aberta.

— Yoon...

— Não! Não diz nada não... — Ele encosta seu polegar em cima de meus lábios e me empurra devagar para dentro do banheiro, enquanto suas mãos se livram das calças de moletom largas o suficiente para ficarem no meio do caminho. — Fica de costas, apoia as mãos na parede e afaste as suas pernas.

Eu obedeci. Como uma boa menina, enquanto sentia seu corpo se posicionar perfeitamente atrás de mim. Suas grandes mãos subiram por minhas pernas, ele segurou somente uma, erguendo-a numa altura confortável.

— Você precisa que eu me empine para você, Senhor? — Provoco-o com o que eu posso e tenho a meu favor. Sua risada rouca e abafada soa leve e suave dentro do banheiro. Mas, seus lábios estavam contra meu pescoço, enquanto seus dentes faziam todo o trabalho de marcar a pele sensível dali.

— Se não for muito difícil para você.

Eu ri. Mas, não demorei para me empinar a ele, da maneira que desejava.

Tentei agarrar em alguma coisa, para que pudesse me ajudar a controlar os gemidos que subiam pela garganta. Contudo, a única coisa que eu conseguia era bater contra a parte assim que eu o senti se encaixar em mim e me preencher com toda a força, até o fundo.

Gememos juntos. Suas mãos apertavam minha bunda e minhas unhas arranhavam a parede em busca de um alívio para todo aquele tesão, enquanto meus seios eram pressionados e batidos contra ela.

A cada investida firme, forte e funda, nossos gemidos soavam sincronizados e altos.

Suas mãos grandes me seguraram pelas coxas e de alguma maneira que eu não consegui identificar, ele me tinha em seus braços. As pernas entrelaçadas em sua cintura, nossas bocas se mexendo descontroladamente enquanto o beijo era desesperado. O quadril dele se movimentava com tanta força, que meu corpo batia firme contra a parede.

Continua...

BlackSwan Imagines ©Onde histórias criam vida. Descubra agora