Kisses And Cuddles After a Fight | PJM

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— O que você pensou que estava fazendo? — Você ouviu a voz de Jimin. Ele estava com as mãos dentro dos bolsos e a mandíbula totalmente rígida. Como se estivesse se segurando para não gritar.

Ao observar aquilo, encolheu-se. Estava assustada e sabia que suas atitudes não foram as melhores. Mas, ele deveria reconsiderar, já que você precisava sair e espairecer. Estava cansada e sozinha, não sabia o que estava acontecendo. Mas, ainda sim, precisava sair.

Porém, sair com outras pessoas e ficar cercadas de outros caras, não parecia uma boa ideia. Principalmente porque você se encontrava assustada e completamente horrorizada. Não imaginava que um de seus amigos pudesse tocar em você, que fará te obrigar a fazer coisas que não deveria e não queria.

Se não fosse por Jimin, com certeza algo pior poderia ter acontecido.

— Jimin, por favor..

Você viu ele negar. Colocando uma mão a frente do rosto, pedindo pacientemente para você não dizer nada.

— No momento eu estou puto o suficiente para não querer conversar. Então, deixe-me em paz. — Então subiu, sumindo de sua visão.

E encolhida no sofá, você chorou. Sentiu-se culpada, mesmo que não fosse culpa sua e só quisesse descansar.

Mas, apesar de desejar ficar ali, quieta, seguiu o contrário e levantou-se, subindo atrás de Jimin, completamente trêmula e com as lágrimas caindo descontroladamente por suas bochechas.

A situação fora estressante e assustadora o suficiente. Não estava conseguindo se controlar, com os nervos a flor da pele.

Ao entrar no quarto, encontrou-o sentado, com as mãos sobre o rosto. Enquanto respirava fundo e aos poucos ia apertando as mãos em punho.

— Minnie..

Baixo você o chamou. A voz vacilando, até cair num choro inconsolável. Foi inevitável para você, não conseguiu segurar. Não quando tudo que sentia dentro de si, lhe consumia aos poucos. A decepção que sente, devido a tudo que aconteceu, é quase palpável. Sentiu vontade de vomitar.

E para ter sustento das próprias pernas, você colocou as mãos sobre os joelhos, chorando de forma desesperada. Tossindo e engasgando nas próprias lágrimas inconsoláveis que caíam por seus olhos.

Essa chateação machucava.

O choro se perdurou até sentir os braços familiares lhe abraçando como se sua vida dependesse disto. E de fato dependia. Nos braços de Jimin, você desabou mais do que imaginava que desabaria.

— Nunca mais, está me ouvindo? Nunca mais saia assim! —  A voz dele parecia autoritária, mas ainda sim carregava um peso de nervosismo. Ele não estava de fato te culpando de nada ou brigando com você pelo que aconteceu. Era mais um nervosismo, misturado com alívio que só ele estava sentindo. — Eu sei que você passa maior parte do tempo sozinha nessa casa e que eu não tenho direito algum de te barrar de sair. Mas, ainda sim, precisa ter cuidado com quem você sai.

— Era o meu amigo, Jiminie. Eu confiei nele, porque normalmente, nos confiamos nós nossos amigos. — O choro foi ainda mais forte. Você sentiu algo dentro do seu peito quebrar-se. — Nunca imaginei que isso aconteceria, Minnie. Eu nunca imaginei que ele me-

A garganta travou e as palavras não sairam. Somente o choro. Estava desolada nos braços dele. Tremendo dos pés à cabeça pelo desespero de lembrar do que poderia ter acontecido. O 'e se' é algo que lhe deixa atordoada. E mesmo segura, nos braços de Jimin, ainda sim as cenas do que aconteceu, dele forçando você a beijá-lo doía.

— De qualquer forma, nem todas as pessoas nesse mundo, que se dizem amigas, são de fato amigas meu amor. No fim das contas, algumas delas, só querem sua ruína ou o seu mal. São raras as pessoas de coração bom que desejam seu bem acima de tudo.

A voz dele parecia ainda tremida, mesmo que aparentasse ainda mais paz.

— Me desculpa. Eu só queria ter saído, só queria me divertir um pouco. — Você suspirou, soluçando a cada palavra.

— Não me deve desculpas. A única coisa que eu desejo é que você me avise quando sair, para que eu já fique avisado. Você sabe que eu me preocupo com você, amor. - Ouviu Jimin suspirar fraco e te abraçar ainda mais forte. — Se acontecer algo com você, eu não sei nem do que serei capaz.

— Eu sei, Minnie. — Devagar você se afastou, para encará-lo melhor. Jimin tinha um sorriso terno nos lábios bonitos, mesmo que os olhos estivessem vermelhos. — Você chorou?

— Quando eu cheguei em casa e sequer encontrei você, e muito menos um aviso no celular. Me desesperei, foi impossível não chorar. Achei que algo havia acontecido. — As bochechas de Jimin coraram ainda mais e ele respirou ainda mais aliviado, te abraçando mais uma vez.

Porém, daquela vez, ele pareceu ainda mais pequeno em seus braços. Ele estava de joelhos, te abraçando pela cintura e com a cabeça encostada em seus seios. O alívio que percorreu seus ombros fora gigante e ele parecia chorar.

Seus olhos se arregalaram ainda mais. Já que era difícil Jimin ficar daquela maneira. Mesmo em todos os anos de relacionamento que vocês tinham, vê-lo daquela maneira lhe deixou triste.

Não queria preocupá-lo. Então, respirou fundo, e mexeu nos cabelos dele e beijou os fios loiros.

— Quando eu vi aquele péssimo ser humano tocando em você, sequer agi por mim mesmo. — Encarou seus olhos, ainda ajoelhado. — Eu me sinto péssimo por não ser tão presente, mas, eu prometo que serei mais presente a partir de hoje. Faremos coisas juntos, sozinhos, o que você desejar. Eu só não quero que se sinta triste ou sozinha.

— Jiminie, não fique assim. — Colocou as mãos nas bochechas dele, acariciando-as devagar. — O que aconteceu não é nem minha, nem sua culpa.

— Mas, se eu não tivesse deixado você sozinha..

Você suspirou, beijando os lábios dele calmamente.

—  Vamos esquecer isso? Eu não quero ter que lembrar do que aconteceu, eu quero somente esquecer. E se deseja fazer a sua maneira, nós faremos amor. — Ele confirmou devagar, com um sorriso fraco. — Eu quero você e sua companhia, por favor.

— Como você quiser, meu anjo.

Depois daquele acontecimento, você jurou esquecer e se afastar daquele louco, que um dia chamou de amigo e que tentou te forçar a fazer coisas que você não queria. Agradecia aos céus por ter seu Jimin ao seu lado.

E naquele finalzinho de noite, ele se desculpou por ter sido grosso em uma situação que não precisava e você se desculpou por não avisá-lo onde iria. Já que tanto você, quanto ele, tinham esse hábito de sempre avisar.

Ali, entre as cobertas e a luz bonita da lua, vocês se beijaram e trocaram carinhos, até que pegassem no sono.

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