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COFFEE | PJM

Você estava lá, sentada no sofá, com as mãos apoiadas nas próprias pernas, esperando. Nada além de esperar. Perdeu as contas de quantas horas passou esperando e isso não era algo corriqueiro.

Fazia horas que Jimin não voltava para casa, você sabia que ele não era o tipo de pessoa que se atrasava. E mesmo quando isso acontecia, ele sempre costumava ligar para você.

Mas, daqueles dias para aquele exato momento, as coisas estavam estranhas demais. Além do quê, você não poderia deixar de ressaltar que ele vinha se comportando de maneira diferente da habitual. Você tinha certeza de que algo estava acontecendo. Afinal, seu Jimin jamais se comportaria daquela maneira. E caso estivesse passando por algo difícil, ele falaria com você.

A relação de vocês, além de ser baseada em confiança, é repleta de honestidade e sinceridade. E ao notar aqueles comportamentos com o mais velho, teve a ciência de que algo estava errado.

Já se passava das três horas da madrugada, seu corpo estava exausto, mas você não dormiria até que ele chegasse. Era algo que você deveria fazer, ficar esperando para se certificar com seus próprios olhos de que ele voltaria para casa. E que voltaria bem.

Quando ele passou por aquela porta, seu coração se aliviou, mas, você não ficou menos chateada. Inclusive, sua chateação foi notável e quando ele viu você ali, respirou fundo.

— Sinceramente... — Você pausou. — Eu preciso saber onde você estava Jimin. — Tomou a iniciativa, se colocando de pé. Os seus braços se cruzaram, sua expressão, apesar de cansada, tornou-se chateada. — Quase quatro horas da manhã. Eu não falaria nada, se isso já fosse hábito seu. Mas, não é.

— Eu não quero conversar agora, S/n. Por favor, eu só não consigo conversar com você. — Seus olhos se arregalaram pelas palavras dele. Jimin retirou a parte de cima do terno e se livrou dos sapatos pretos.

— Acontece que você nunca quer conversar, Minnie. E já não é a primeira vez que você faz isso, pelo amor de Deus. — Seu coração estava angustiado, era impossível negar que sua insegurança agora falava mais alto. Sua expressão estava mostrando seu desespero gradativo. — Estou começando a achar que está se cansando de mim ou coisa muito pior.

A atenção dele voltou para você, os olhos de Jimin pareciam mais desacreditados que os seus olhos. Então, ele riu. Mas, fora um riso de nervoso.

— Está pensando que estou traindo você, S/n? — Indagou, jogando os cabelos recém loiros para trás.

— Você está? — Rebateu. Você se aproximou, a expressão também dura e séria, exatamente como a dele havia ficado.

— Pelos céus, claro que não. E me deixa profundamente triste que pense algo assim de mim, sendo que você me conhece o suficientemente bem para saber que não. — A voz saiu baixa, mansa.

— Então me diga o que está acontecendo com você, droga! — Os seus olhos se encheram de lágrimas. Seu peito apertando, o corpo cansado quase se rendendo.

Você pode perceber que tanto ele, quanto você, estavam cansados. Aquela discussão se tornaria exausta, extensa e vocês acabariam ofendendo um ao outro, sem mais nem menos. Mas, o caos já tinha sido instalado somente com sua alteração de voz.

— Não grite! Eu não estou gritando com você, em momento algum fui agressivo. — A voz de Jimin se tornou alta também, quase no mesmo tom que a sua. Mas, ele sequer gritava. — Eu não quero conversar! Não há nada para conversar!

Você começou a chorar. Sentia diferença em Jimin, então se afastou. Tentando inutilmente secar os próprios olhos. Não conseguiu se conter. O cansaço, a preocupação e para piorar, o estresse. Tudo se tornou a perfeita bomba relógio para te fazer explodir de uma única vez.