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Sex Without Commitment, 01. | MYG

— Do nada você resolveu que estava preocupado comigo? Ou foi porque saíram fotos minhas pela mídia e você ficou preocupado em perder sua foda de cada dia? 

O tom debochado em minha voz foi impossível de ser controlado a partir do momento em que ouvi as palavras aparentemente cheias de cobrança de Yoongi. Sempre ficou tudo tão claro desde o início, o nosso relacionamento intermediário e até mesmo quando e onde nos encontraríamos. Era tudo um mero passatempo, nada mais do que isso.

Nada que pudesse envolver nossos corações e até mesmo nossos sentimentos tortuosos. Somos tóxicos um para o outro e sabemos disso, já tentamos. Tentamos e com certeza essa tentativa não foi o que esperávamos e nos custou mais dor de cabeça do que imaginávamos. Somos ótimas pessoas quando estamos transando, mas, somos as piores pessoas quando estamos tentando ser um casal. A gente sempre chega na estaca zero. Decidimos que ficaria do jeito que sempre ficou, até que a gente se cansasse da cara um do outro o suficiente para não fodermos mais. Por isso, cortar o mal pela raiz e evitar que se multiplique, é um bom começo. Não somos compatíveis um com o outro e tá tudo bem.

— Você não me comunicou que sairia de casinho novo, S/n. Eu merecia um aviso, não acha? Pelo menos um lembrete a respeito? 

— Claro, justo... — Eu pauso, soltando um riso sarcástico. — Mas, eu não me lembro em momento algum, qual foi o dia em que eu assinei um contrato onde eu preciso te dar satisfações dos meus casos, Yoongi.  — Reviro os meus olhos, encarando o relógio de pulso que marca exatamente duas horas da tarde. — Você se lembra? Opa! Pasme, é isso mesmo, não há! Eu não te devo satisfações dos meus casos, Yoongi.

— Outch! — Seu tom é alto, como de alguém que verdadeiramente foi afetado por algo. Me contento em soltar um arzinho indignado pelo nariz. Mas, ouço seu suspirar. —  Precisa ser tão estúpida? Está na defensiva por que? Eu só te questionei! — Ele ri. — E devo pontuar, claramente, que quando sou eu, a gente inverte os papéis, não é? Quando sou eu, eu te devo satisfações. Isso é realmente engraçado, S/n. Nós vivemos em uma democracia.   — Minha risada soou alta o suficiente para saber que ele já revirava os olhos, somente pela indignação que poderia e estava sentindo naquele momento.

— É óbvio.

— Você tá realmente me dispensando?

— As vezes você é tão ruim de memória, que eu não sei se eu debocho ou sinto pena. E em último caso, pago um neuro. — Comento, aos risos. — Acho que você não decorou o suficiente a cara de Jung Hoseok para saber que era ele ali. — Yoongi suspira e esse suspiro faz um barulho típico que fazemos quando percebemos que nossa idiotice falou mais alto.

— Ah... — Esse ah é mais extenso do que eu esperava e isso me faz rir. — Mas, eu não me dei conta..

— Claro que não. Por que eu não estou surpresa? Estava preocupado em criar paranoias na sua cabeça, do que perceber que era o meu melhor amigo ao meu lado.

— Entendo. Mas, não acha que essa discussão está sendo muito casal?

— Acho, totalmente. — Ele ri.

— Perfeito. Agora abre a porta.

— Não vai me dizer que saiu de Londres pra vir para cá? — Me coloquei de pé, caminhando a passos calmos em direção à porta que estava trancada. Eu podia ver uma sombra pela fresta da porta. — Yoongi?

— Só saberá se abrir a porta.

Dito isto, ele desligou o celular. Meu coração já batia estranhamente forte e eu não sabia se era pelo nervoso de estar completamente desajeitada ou por ele estar aqui, na Coreia do Sul, sendo que a dias atrás ele estava em Londres, com os pais.