[...] O coração já não acelera mais, quando escuta a música começar, estou tentando levantar, parece que o tempo parou. Oh, essa seria a minha primeira morte, aquela que eu sempre temi [...]
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— Jungseok e Jaemin, parem, os dois! – entrei no meio das duas crianças que rapidamente se desgrudaram, formando um bico imenso nos lábios pequenos.
Ambos os gêmeos estavam brigando, eu sabia pelo que se tratava mas apenas respirei fundo.
— Ele começou, omma! – Jaemin iniciou, os olhos se enchendo de lágrimas e ele rapidamente me agarrou pelas pernas, me abraçando e eu suspirei.
— Eu não fiz nada, Jaemin! – Jungseok se defendeu, enquanto respirava fundo, os olhinhos redondos arregalados.
— Eu não quero saber qual dos dois começou. Os dois estão de castigo, enquanto não aprenderem a se respeitar, não vão sair do castigo. – puxei levemente o pitoco de gente, para desgrudar das minhas pernas e dei um leve tapa em sua bunda — Os dois, para o quarto. Vão pensar no que fizeram, e não ousem brigar novamente ou mexer em seus brinquedos. Castigo total.
– Omma! – disseram em uníssono.
— Já, os dois! – então ambos saíram correndo e resmungando para o andar de cima. Eu ri e suspirei, voltando em direção à cozinha, sendo parada unicamente pela campainha que tocou.
Não pensei duas vezes antes de voltar para abrir a porta, e assim que o fiz, os meus olhos encontraram a única pessoa que eu não esperava encontrar depois de 6 anos.
— Taehyung.. — Ele confirmou, piscando rapidamente. Parecia nervoso, era para estar. Estava diferente, os cabelos cortados em undercut e ele usava apenas uma roupa social, composta por um terno preto assim como todo o conjunto.
Mesmo depois de tanto tempo, ainda aparenta ser o mesmo jovem de antes. O jovem inconsequente que me deixou sozinha e virou as costas quando eu mais precisei de si.
Agora, depois de tanto tempo, ele voltou.
– Haru-ssi.. – o mesmo tom doce e voz, tom esse, que foi o suficiente para fazer os meus olhos se encherem de lágrimas.
Vê-lo novamente era como despertar um milhão de sensações e lembranças que eu me esforcei tanto para mandar embora. É injusto, é injusto depois de tanto tempo ele voltar.
— O que você está fazendo aqui? — ele piscou algumas vezes, dando alguns passos para frente, então eu recuei. Recuei dois passos, observando os olhos grandes e afiados, como os de um cervo adulto. Os mesmos olhos que nunca mentiram para mim, os mesmos olhos que eu olho todos os dias quando coloco Jungseok e Jaemin na cama.
— Eu voltei.. – eu ri, em nervoso e ele apenas respirou fundo.
— Você quer o que? Que eu te abrace e te encha de beijos, depois de seis anos? Você quer uma festa? Poupe-me com isso, Taehyung. – apenas levei a mão até a porta para fechar, mas, ele colocou o pé na frente e segurou a minha mão, me fazendo encara-lo.
— Não faz isso, me deixa explicar. — eu neguei.
— Você tinha chances de explicar a seis anos atrás, quando você me deixou sozinha e grávida de gêmeos. Seus dois filhos, você se lembra deles? Das crianças pequenas, que são a sua cara. Você é um grande, um grande estúpido egoísta. — comecei, os olhos cheios de lágrimas e as mãos tão trêmulas que eu senti ódio de si por causar isso em mim — Eu nunca me importei comigo, mas, quando eu descobri que estava grávida, a história mudou. Eu contei a você e você..– apontei o dedo em seu rosto, ele soluçou.
