Aemond não conteve seu sorriso quando a figura esbelta de sua noiva passou pela Grande Porta, acompanha de Rhaenyra Targaryen e Harwin Strong.
Era uma noite simbólica, assim podia-se dizer. Na Grande Mesa, os Verdes estavam sentados, com o Rei Viserys, mas suas vestes eram negras. Alicent Hightower usava orgulhosamente um vestido preto de detalhes vermelhos e dourados, escolhido por Rhaenyra, e seu cabelo estava solto com apenas duas tranças prendidas para trás, deixando seu rosto livre para apreciarem. Aegon, Helaena e Daeron estavam cobertos de peças pretas e detalhes vermelhos, realçando a beleza Targaryen já conhecida, mas agora misturada com o sangue Hightower.
Rhaenyra usava um vestido verde, com mangas estufadas e um decote quadrado que, segundo Alicent, a deixava tão bonita que nem mesmo o título de deleite do Reino a fazia jus. Seus cabelos estavam presos num coque médio, como os que Alicent usava na adolescência, e havia pequenas pedras esverdeadas os enfeitando. Alicent se sentia orgulhosa de ver Rhaenyra usando as cores de sua Casa, mas não conseguia explicar o motivo. Jacaerys, Lucerys, Joffrey, Aegon e Viserys estavam logo atrás, com o mais velho liderando os irmãos e os mantendo na linha, enquanto Harwin e Rhaenyra estavam a frente, junto de Visenyra, a mais nova estando no meio da irmã e do cunhado.
A troca de cores daquela rivalidade tão conhecida por King's Landing era chocante. Não foi à toa que uma falácia explodiu no salão quando notaram tal fato. Era uma provocação, as pessoas deduziram.
Mas não era.
Visenyra e Aemond usavam o mais branco dos tecidos, com pequenos detalhes em prata banhando suas vestes. Em nada eles se pareciam com os outros. Naquele momento, eles mostravam a ligação única que compartilhavam desde que Aemond viera ao mundo.
Aquele momento, aquela noite como um todo, era uma declaração de paz. Era o fim de uma rivalidade que ninguém além de Otto Hightower sabia dizer como havia começado.
— Minha noiva. — Aemond a chamou, observando o imediato sorriso que se formou nos lábios da platinada. Ele sentiu seu coração errar uma, talvez duas, batidas.
— Meu noivo. – Ela respondeu, estendendo sua mão para que Aemond pegasse, e ele o fez com prazer. Viserys, que não foi rápido o suficiente para se levantar antes da interação entre seus dois filhos, deu uma risada fraca antes de ficar de pé, com Alicent ao seu lado. Fazia tanto tempo que não era testemunha de atos impulsionados pela paixão que ele quase desconhecera a pressa de Visenyra e Aemond.
— Vossa Graça. – Harwin cumprimentou Viserys, que apenas balançou com a cabeça, e em seguida se virou para Alicent. – Majestade. – Ele disse e a rainha sorriu.
— Meu Rei. Pai. – Rhaenyra deu um abraço no pai, rápido, e se direcionou para sua velha amiga, que sorria sem parar. Rhaenyra entendia a felicidade genuína de Alicent. Depois do fracassado casamento de Helaena e Aegon, ver Aemond feliz na cerimônia do próprio casamento lhe deixava aliviada e em êxtase. Ela era mãe e tudo que mais desejava no mundo era a alegria e segurança de seus quatro filhos. – Minha Rainha. – Ela a chamou e Alicent somente a agarrou, trazendo-a na direção de seu peito num abraço apertado e duradouro. Rhaenyra relaxou ali, deixando-se descansar num calor já conhecido e tão reconfortante. Alicent, mesmo depois de tantos anos e de tantos momentos ruins, ainda era sua melhor amiga.
— Princesa. – A Rainha exasperou, desfazendo o abraço enquanto olhava para a platinada.
— Aemond. – Aegon quase gritara o nome do irmão, enquanto ele e Jace separavam os noivos. Aemond era um homem virtuoso, qualquer um que falasse o contrário seria um mentiroso, mas ele não podia evitar de querer beijar Visenyra todas as vezes que a via. Naquele momento mesmo, ele só não a estava beijando porque seu irmão e seu sobrinho o impediram. – Vocês terão a noite toda, por favor, deem-me o privilégio de não ser testemunha de carícias entre meus dois irmãos. – Ele dissera a última parte num tom baixo, para que somente os noivos e Jace pudessem ouvir.
Aegon estava sem ingerir um gole de álcool desde o dia do Torneio. O mesmo dia em que vira Helaena chorando pelo casamento solitário e o mesmo dia em que tivera de presenciar sua irmã implorando para que fosse um marido melhor e superasse a bebida. Casar-se com Helaena nunca foi de seu desejo, até mesmo a desprezou enquanto eram somente noivos, mas ele havia crescido. Por mais surpreendente que fosse, ele havia melhorado. E para aquele Aegon, mais velho e mais consciente, ver sua irmã chorar era desconcertante. Mesmo que não nutrisse uma paixão avassaladora ou um desejo inebriante por Helaena, ele se tornaria um bom marido.
Por isso estava ali, agindo como um verdadeiro moralista perante os atos dos irmãos.
— Poupem a todos nós. – Jace reforçou o pedido de Aegon. – Já temos fofocas demais na Corte e nas Cidades, não precisamos de mais uma. – O primogênito de Rhaenyra falou, um olhar repreendedor no rosto.
— Já somos noivos, Jace. – Aemond se defendeu.
— Nada impede o Septão de castigar vocês dois por atos indevidos antes do casamento. – Jace disse.
— Eu diria que os dragões que montamos impedem sim, mas como estamos do mesmo lado... – Aegon disse, botando Aemond atrás de si e o distanciando ainda mais de Visenyra. – É, nada impede o Septão de castigar vocês dois.
Com uma risada de Visenyra lhe preenchendo os ouvidos, Aemond observou Jacaerys a levar para longe, onde estava os Targaryen-Velaryon-Strong da Casa. O coração de Aemond, que uma vez fora obscuro e revoltado, estava calmo naquela noite. Completamente inebriado pelo amor e pela presença de Visenyra Targaryen.
Aemond, o terceiro filho que por muito tempo fora o único sangue de Dragão sem um Dragão, nunca experimentou a calmaria de um amor. Com sua mãe, mesmo que houvesse amor, nunca houve paciência. Ela não era agressiva, mas era caótica. E com seu pai, até poucas semanas atrás, ele nunca havia sentido amor ou afeto. Era uma relação sanguínea muito próxima mas repleta de estranheza, um sentimento de vazio que não se preenchia. E assim seguia uma linha de estranheza nas relações de Aemond. Foi por isso que ele se agarrou tão firmemente a Visenyra quando ela apareceu.
Visenyra, que tão facilmente abraçava Alicent e Viserys e assim quebrava os códigos da Corte. Visenyra, que tão facilmente fazia Rhaenyra gargalhar alto na frente de lordes e lady's. Visenyra, que tão descontraidamente provocava o Lorde Mão com suas atitudes mundanas e ignorava a própria posição na realeza. Era aquela Visenyra que havia provocado curiosidade em Aemond e trouxe para ele um sentimento que ele não sabia que existia: um amor que não o machucava.
Talvez fosse um sentimento pré-existente. Pelo que Viserys contava, Aemond sempre teve os olhos em Visenyra. Rhaenyra chamava aquilo de destino. Já Aemond não sabia definir e Visenyra apenas não queria definir o que eles tinham.
E ele só poderia se considerar um homem abençoado. Enquanto ele se apaixonava, sua mãe e sua irmã mais velha finalmente faziam às pazes. Apesar de que tudo acontecera por um pedido de Viserys, ainda era uma benção na visão de Aemond. Com certeza não era a primeira vez que Viserys pedia para que aquela rivalidade tivesse um fim, mas era a primeira vez que as duas mulheres lhe davam ouvidos.
E naquela noite onde estrelas brilhavam intensamente e a luz lunar iluminava gentilmente a Fortaleza Vermelha, Aemond e Visenyra tornaram-se um perante os olhos dos Sete.
Era o ápice do poder da Casa do Dragão.
Notas da autora!!!
Eu costumo levar cerca de uma semana para escrever um capítulo, mas esse levou apenas um dia ~por motivos de pressa~, então obviamente não está bem construído e eu queria pedir desculpas por isso. Foi muito tempo sem trazer atualizações e eu não tinha intenção alguma de fazer isso, mas acabei tendo bloqueio criativo e alguns problemas acadêmicos.
Falta muito pouco para terminar Heir Of The Iron Throne e, apesar de ter alguns rascunhos e um roteiro em mente, mal posso esperar para escrever os últimos capítulos e publicar aqui 🤞🏻🥺
Obrigado pela atenção! Fico muito grata por todos que estão acompanhando essa obra. ❤️
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heir of the iron heart. | aemond targaryen
Fiksi PenggemarVisenyra Targaryen é a segunda filha de Viserys Targaryen e Aemma Arryn. A garota possuí todos os traços etéreos da mãe, mas era a dona de uma beleza além disso. Ela era doce, gentil e capaz de arrancar um sorriso da mais sombria alma. E ela conheci...