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Senti meus olhos pesados, não conseguia os manter abertos e nos segundos que o fazia a claridade me deixava com dor de cabeça.

Após algumas tentativas falhas tive controle o suficiente para olhar o lugar onde eu estava.

Era um quarto com paredes na cor creme, bem iluminado e com amplas janelas do seu lado direito. Haviam duas portas, uma que dava para um banheiro e a outra obviamente era a de entrada no local.

Notei os aparelhos em volta da minha cama e suspirei ao perceber que se tratava de um hospital.

Tentei buscar na mente os últimos acontecimentos, mas só o que consegui foi fazer com que minha cabeça doesse ainda mais.

Que diabos havia acontecido? E porque estava sentindo um aroma adocicado extremamente enjoativo desde que acordei?

Estava na festa com Amberlly e Jeffrey, depois fui ao banheiro? Ou era à piscina? Não me lembrava e isso já estava me irritando. Como faria para sair do hospital se eu não me lembrava o motivo de ter ido parar lá?

Levantei o lençol que cobria-me e sufoquei um grito. Minha perna esquerda estava engessada e haviam parafusos a prendendo em um aro. Ou era o que achava, não fazia ideia do nome do objeto.

Olhei ao redor na intenção de identificar algo a mais no quarto, mas fui surpreendido quando a porta do mesmo foi aberta e um homem uniformizado entrou carregando uma prancheta, ele leu algo na mesma e franziu a testa. Parecia confuso, talvez até mesmo descrente.

- A quanto tempo estou aqui? - Fiquei satisfeito ao notar que minha voz saiu firme e não indicou nenhum dos meus sentimentos conflituosos.

- Aqui neste quarto, ou aqui no hospital? - O homem perguntou ainda olhando para a prancheta que tinha em mãos.

- Os dois? - A frase saiu como se fosse uma pergunta e não gostei disso, mas relevei.

- No hospital a dois dias, nesse quarto a algumas horas. - Finalmente levantou os olhos do papel e me encarou. - Você foi submetido a uma cirurgia de emergência para evitar que perdesse os movimentos da perna esquerda, e depois foram feitos alguns exames e um raio-x para vermos se suas costelas estavam fraturadas. E caso estivessem, em quais locais. - Devo ter demonstrado o quanto estava nervoso com o rumo da conversa já que ele tentou apaziguar a situação. - Elas estavam apenas com algumas fissuras nos pontos que receberam o impacto, então não achamos necessário intervenção cirúrgica.

- Que impacto? Do que você tá falando?

- Você não lembra?

- Sem querer ser grosso, mas eu não estaria perguntando se me lembrasse...

Ele bufou e revirou os olhos, mas deu uma risadinha.

- Okay mister simpatia - Foi a minha vez de revirar os olhos e tentar reprimir uma risada. - Vou fazer uma recapitulação para você dos últimos dias, ou melhor, do que sabemos sobre eles...

"Você ligou para a polícia na noite do dia 31 e disse que havia alguém na sua casa, naturalmente eles seguiram o protocolo e pediram para que você se escondesse até a viatura chegar. No entanto, quando os policiais chegaram te encontraram caído próximo à escada e chamaram uma ambulância para te socorrer. Em seguida foram procurar o invasor, mas não encontraram ninguém na casa. E agora aqui estamos."

- Minha irmã está ciente disso? - Tenho certeza que vai estar surtando caso esteja...

- Sim. Contatamos seus familiares assim que você saiu da cirurgia.

- Espera ai, vocês avisaram todos os meus familiares? - Arregalei os olhos e desejei sumir quando o vi assentir positivamente. - Merda.

- Seus pais estavam muito preocupados quando chegaram. E sua irmã teve de tomar um calmante durante sua cirurgia...

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