Ohana:
Eu estava sozinha na boate, no quarto de Lúcifer com Dafne, enquanto ela me olhava longínqua e atenta.
-Ohana: Senta aqui, mais perto. - perdi, tentando fazer com que ela perdesse a timidez.
-Dafne: Acha que estou tímida? - ela questionou como se houvesse lido meus pensamentos. - Tenho respeito pela minha rainha.
-Ohana: Não estou pedindo que faça nada desrespeitoso, apenas que se aproxime. - fui sincera e ela assentiu milimetricamente, aproximando-se.
-Dafne: Lúcifer me arrancaria a língua e os dedos, se imaginasse que toquei em você. - ela parecia estar muito convicta e aquilo me fez engolir em seco. - Ela fez todos os demônios e príncipes, prometerem respeito à você.
Eu rapidamente me vi extremamente valorizada pelo Diabo. Me amava tão intensamente.
-Dafne: Você não faz mesmo idéia do quanto a tem nas mãos. - ela sorriu ao sussurrar.
Eu olhei-a duvidosa e mais uma vez Dafne, a cobra agora em forma humana, sorriu.
-Dafne: Você será rainha, seus filhos serão príncipes e... princesas infernais. - ela disse baixinho. - Serão vangloriados dos céus á terra, e nada, nada ficará no seu caminho. Arielle deu-te a vida, puritana. O Diabo pode dar-te a eternidade e uma vida de glória.
-Ohana: Eu não a quero pela eternidade ou qualquer outro benefício, Dafne. - respaldei enquanto a olhava. - Eu a quero porque a amo.
-Dafne: Acha que não sentimos isso? - ela disse baixinho e eu me vi confusa outra vez. - Se soubéssemos que não fosse quem diz ser, arrancaríamos cada pedacinho de você em um estalar de dedos.
Lúcifer podia me dar o mundo e eu reconhecia isso.
Dafne ergueu-se e então passou a caminhar pelo quarto. Apontou para a foto no móvel ao lado da cama, era uma foto minha e de Lúcifer, tirada em uma sorveteria. Ela dizia que era meu lugar favorito e o qual sempre íamos, por isso tínhamos que ter uma foto.
-Dafne: Lúcifer é sua.
Narrador:
Lúcifer tornava ao trono, depois de uma madrugada de tormento para com o irmão. Lúcifer tinha ido sozinha com ele até a terra de desalento, onde o abandonou em meio a escuridão e gritos de lamúria, aos perigos infernais, para que lutasse pela própria sobrevivência, sem poder algum.
Acontece que, tudo era um interminável pesadelo. Lúcifer tinha sentenciado e condenado o irmão mais velho, a lamúria e desalento eterno. Ou até que reconhecesse-a, como soberana.
-Ariel: Não o estraçalhou de dentro para fora? - ele questionou tendo Lúcifer sentada ao trono.
-Anitta: A morte, é uma dádiva de paz, pequeno. - ela disse calma como nunca. - O sofrimento eterno, sim, é uma vingança, de alto nível.
Lúcifer despediu-se momentaneamente antes de ir para os seus aposentos, e antes mesmo de chegar ao quarto, lançou a moeda pentecostal em mãos, levando-se aos devaneios enquanto seu corpo transferia-se para outro plano. Lúcifer tocou os pés descalços no chão gélido da boate, e rapidamente buscou um dos lençóis finos de seda, cobrindo sua nudez.
-Ohana: Que susto! - a loira disse assim que chegou a sala, depois de escutar o barulho de alguns objetos caindo.
-Anitta: Desculpa, meu amor. - ela disse meio frustrada, inquieta.
-Ohana: Continua de olhos fechados... hum? - a loira disse para Dafne. - Sei que já viu esse corpo nu, mas não precisa ver outra vez, eu tenho ciúmes.