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Ohana:

Durante a manhã, ela foi me buscar no fórum de Los Angeles, eu tinha participado de uma audiência logo cedo. Ela estava um pouco estranha, mas eu compreendia, afinal de contas ela não era uma pessoa comum. Tinha vastos problemas, vastas ideologias e causas. Nem sempre eu entendia todas elas, mas confiava nela.

Ultimamente ela estava mais silenciosa, pensativa e quieta. Desde a vinda do seu pai a terra, Lúcifer tinha colocado-se neste ciclo quase que interminável. Que eu ainda tentava me adaptar.

-Ohana: Lúcifer! - gritei com ela quando ela jogou o carro para a lateral e estacionou com tudo, desligando o carro logo em seguida.

-Anitta: Desculpa... - ela sussurrou, antes de descer do carro.

Eu claramente não entendia o que estava havendo de errado com ela. Mas logo sai do carro e a segui por uma calçada. Olhei em volta, e percebi que estávamos no campus de uma escola infantil de Los Angeles, era próximo de casa.

-Ohana: Por que paramos? - questionei e ela parou por alguns instantes, observando em volta.

-Anitta: Eu não sei. - ela respondeu baixinho, ainda dispersa. Parecia procurar por algo, estava inquieta.

Levei a mão a segurar a sua por alguns segundos, enquanto dava um tempinho pra ela. Ela me olhou nos olhos por uns minutos e então tentei intervir.

-Ohana: Vamos? Eu dirijo... - dei a sugestão e ela moveu a cabeça em negação.

-Anitta: Eu não posso. - ela disse baixinho, e então eu fiquei ali com ela. Sem ao menos entender o que se passava em sua cabeça.

Respirei fundo e permaneci quieta. Ouvimos o soar do alarme da escola, observei o relógio de pulso e vi que era a hora da saída. Lúcifer então pareceu ainda mais atenta. Os alunos começaram a sair, e o olhar dela parecia buscar um, em meio a multidão.

-Anitta: Vem. - ela agarrou-me pelo punho, e então passamos a andar juntas em direção a uma garota.

Nos aproximamos de uma garotinha, de aparentemente oito anos. Ela segurava um guarda-sol, tinha uma mochila de cor padrão escolar nas costas e os cabelos lisos soltos. Era morena, pele parda, olhos chamativos e puxados, além de um sorriso lindo.

-Anitta: Livia? - ela chamou e eu olhei rapidamente para Larissa. Era incrível como ela se conectava com todos. Quando queria.

-Livia: Eu não conheço você, a mamãe me disse para ficar longe de estranhos. - a garotinha disse.

-Anitta: Sua mãe está certa. - ela dissera. - Eu posso te acompanhar até em casa?

-Livia: Não. - a garota disse.

O diabo então se agachou, fincando da altura da garota. A olhou nos olhos por alguns segundos, e então recordei-me da eloquência que ela tinha com os humanos.

-Livia: Na verdade, você pode. - a garotinha disse em questão de segundos.

-Anitta: Ótimo. - ela sorriu ladina.

Lúcifer segurou a mão da garota, e eu segurei a sua. Passamos a caminhar toda a rota até a casa da garota, e no caminho, houve demasiadas inconsistências. Desde quando a garotinha tropeçou e quase caiu em meio a rodovia, mas a infernal a agarrou no colo, protegendo-a. Até mesmo quando passamos por um caminho perto da escola pública, um beco, entre o muro escolar e uma quadra pública de basquete. Havia um homem sentado ali, tinha uma garrafa de bebida em mãos e parecia emocionalmente abalado.

-Anitta: Vem todos os dias por aqui? - questionou.

-Livia: Sim. - respondeu. - Sempre por aqui.

Desejo Pecaminoso - Ohanitta. - Continuação!!Onde histórias criam vida. Descubra agora