12 ~ Capítulo 75 ~

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Naquele momento Kara Zor-El havia sido clara, não deviam vir lhe pedir nada, deveriam se virar sabendo que regras não podiam ser quebradas. Se o Espantalho quisesse mesmo recrutar o Fox para mais aquele seu trabalho em tentar liquidar de vez a dor de cabeça que a resistência de heróis vinha lhe trazendo, o meta teria que agir por conta própria, o convencer de ajudar com os seus próprios méritos e jogos mentais. Sabendo toda a história por detrás daquela relação, ela jamais pediria algo tão absurdo ao rapaz.

Com aquele infeliz desfecho, o Crane só estava à salvo devido ao crédito recebido por suas vítimas fazerem parte da equipe inimiga. Sabia lidar com tudo dentro do seu próprio tempo, e por esse motivo até aquele instante o comandante dos Corvos não sabia o que havia ocorrido com sua filha. Mas suas estratégias começavam a se quebrar por causa da ambição de quem desejava segurar tudo em suas mãos depois do problema já ter sido resolvido, e não pareciam temer quem estava do outro lado sempre portando a capa que por muito tempo trouxe esperança ao ser levada pelo vento, mas que atualmente é sinal de alerta e perigo toda vez em que se faz presente nos céus de cada cidade.

O plano arquitetado era simples, tudo o que o Espantalho queria era trazer para o mundo a verdadeira face da Batwoman, assim como em um universo alternativo, mesmo sem o seu saber atual, ele havia feito de forma muito parecida com o Batman. Mas a verdade é que ele não esperava tudo aquilo. Quando conversou com Lucas Fox, ele não pensava que a nova figura por trás do vigilante de gotham fosse ser a prima do Bruce Wayne. Se sentiu nostálgico com aquela descoberta, então entendeu que não existia mesmo um plano melhor.

Sendo cirúrgico ao buscar pela ajuda do hacker de Gotham, ele sabia o que precisava ser feito, o impacto que aquela notícia causaria em meio mundo. Era o que queria, o que precisava para concluir aquilo que tanto passou a desejar desde o primeiro momento. Estava perto de chegar ao seu próprio desfecho, sentia isso a cada palavra dita entre o diálogo pouco disputado entre a morcego e seu antigo aliado. Com isso, puxando os holofotes para a sua persona, junto das ação executada pelo Fox, ele cantou a revelação com uma narração eufórica.

— Nesse exato momento, na frente dessas câmeras que exibem uma transmissão mundial, para que todos possam ver em primeira mão. O presente dado por seu melhor amigo para a população, trago a vocês o saber sobre quem se esconde por debaixo da máscara – fazendo uma pausa precisa e se preparando para mais do que apenas colocar um alvo nas costas da vigilante, o meta respirou fundo – Batwoman é a garota rica filha do líder dos Corvos, Kate Kane.

Assistir aos programas de TV não era mais algo muito comum para o povo da terra, mas Luke sabia onde teclar para levar aquele programação a todos no planeta, ele era considerado um gênio dos computadores. E com essa sua ação, quando as telas se ascenderam sozinhas com aquelas imagens, o mundo parou da forma que era esperada. Em seu esconderijo, os heróis se perguntavam o que estava acontecendo, e não souberam o que dizer ou esperar quando Kate permitiu que seu rosto fosse transmitido em rede mundial. Mas foram rápidos ao executar o seu resgate quando Luke caiu sem vida ao chão em sua frente. Frente ao olhar do arqueiro, Barry a trouxe de volta.

— Que merda foi aquela? O que acha que estava fazendo? – não escondendo a preocupação sentida ao entender que o próximo alvo daquele disparo seria a morcego, Alex não considerou que ela pudesse ainda estar se recuperando da viagem feita junto do velocista, apenas elevou o seu tom batendo de frente com a vigilante.

Segurando o azul dos olhos de Kate com toda sua força, a Danvers tentou não considerar a possibilidade de tudo ser apenas mais uma jogada da sua irmã, pois mais uma pessoa havia perdido a vida por nada. Luke havia os deixado, mas eles ainda o considerava como parte daquela equipe. A covardia do meta havia sido guardada, e pela primeira vez a ruiva se convenceu de que o limite não devia mais existir para aquele caminho repleto de perigo. Afinal, do outro lado daquela guerra, os inimigos estavam prontos, apenas esperando a oportunidade perfeita para riscá-los do mapa da existência. Se era esse o jogo, estava na hora dos ideais finais serem igualados, ou jamais poderiam ter uma chance de verdade.

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