16. The Show Must Go On

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Bom diaaa!Aqui vai a att!

Boa leitura❤️

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Londres estava um verdadeiro inferno. A crise no Parlamento era capaz de deixar Louis de cabelos brancos - ou aumentar a quantidade dos poucos que ele já tinha - e não aguentava mais aquela instabilidade dentro do governo britânico, ainda mais porque não podia fazer absolutamente nada, nada, para resolver aquela crise. A sensação de impotência o deixava bastante chateado e o fazia se sentir inútil, sofria a cada dia por não poder fazer mais pelo seu país sem parecer um tirano porque, como rei, ele podia dissolver o Parlamento, mas a merda seria grande e colocaria a monarquia na berlinda, além de ser uma coisa nada democrática a se fazer. Aquilo nunca passou por sua cabeça, sabia que muitos reis ingleses ao longo da história fizeram isso e alguns acabaram sem cabeça - não que aquilo fosse acontecer com ele em pleno século XXI - e de qualquer forma aquilo o prejudicaria, prejudicaria o povo e não adiantaria absolutamente nada.

A imparcialidade que ele deveria manter como soberano o tirava do sério, porque às vezes ele só queria dizer para o primeiro-ministro que ele era um bostinha idiota, mas obviamente não podia nem mesmo comentar que ele era inadequado para a política. Louis tinha que ser pleno, calmo e sereno com todos os primeiros-ministros que passavam por ali, e em seu reinado de somente seis anos, era o segundo que ocupava o cargo. E Louis não gostou de nenhum deles. Achava que a política do Reino Unido era bastante confusa e a democracia era complexa, afinal o primeiro-ministro não era eleito diretamente pelo povo, e quem ocupava o cargo era o líder do partido que tinha o maior número de cadeiras no Parlamento. Como o cargo era concedido pela Coroa como uma formalidade, Louis não podia pegá-lo de volta e entregá-lo a outro, só voltaria para as suas mãos em caso de uma renúncia, quando o premier atual viesse lhe devolver o posto, e o monarca o guardava até que o Parlamento escolhesse alguém.

A política britânica era cheia de tradições, formalidades e burocracias e Louis duvidava que existia outro país no mundo que tivesse tantas coisinhas como o seu. Ele gostaria que pudesse fazer mais, porém não podia, o monarca reinava de acordo com a Constituição, com a magna carta, e seus poderes eram limitados há séculos. Sua esfera era restrita e aquilo o irritava.

Na verdade, a fonte de sua irritação não era somente a crise no Parlamento, mas também a ausência de Harry. Louis estava sem supressores e ficar longe do seu ômega, cujo cheiro o acalmava, era como puxar o pino de uma granada e aguardar sua explosão. Sentia-se como uma bomba relógio prestes a explodir porque era um alfa lúpus de instintos fortíssimos dentro dele, longe do seu ômega e estressado com a crise do governo; era uma combinação perigosíssima e para ele perder as estribeiras não precisava de muito. Seu copo já estava cheio, só precisava de uma gota d'água, uma única gotinha, para transbordar e tudo ir pelos ares e, por Deus, se ele perdesse o controle, seria levado para o hospital para receber tranquilizantes em doses cavalares, isso depois de uma luta para enfiá-lo dentro de um carro porque um alfa lúpus descontrolado era um perigo para qualquer um ao redor.

E não precisava de muito para saber que era ainda pior quando o alfa lúpus em questão era o rei da Inglaterra.

Lidar com a falta de supressores estava sendo um desafio. Era mais fácil do que o caso de Harry, seu esposo estava sofrendo muito mais para se adaptar à vida sem eles, mas isso não significava que não era difícil para Louis também. Controlar aquele lobo insano dentro dele era um trabalho árduo, todos os dias achava que estava por um fio entre sanidade e caos e a sensação era péssima. Estava muito melhor que na primeira semana sem os medicamentos, mas ainda era horrível sentir aquela selvageria percorrendo sua corrente sanguínea em pequenas quantidades e saber que ações banais poderiam desbalancear o equilíbrio entre sua razão e o lobo alfa dentro dele o deixava tenso e irritado. Estar sempre à espera de um descontrole era sofrido, era uma ansiedade, e o medo de perder as estribeiras o fazia ser uma companhia insuportável.

Between Two Crowns • Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora