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                                       S/N

Dias se passaram mas uma série de sonhos vieram a me incomodar.

O sonho é sempre o mesmo.

Estamos todos no carro juntos, indo para praia. Estou fazendo birra com a minha mãe, que faz de tudo para que eu pare e volte a colocar o sinto, não lembro o porque de estar tão alterada, afinal faz anos que isso aconteceu. Meu pai vira para mim para me tranquilizar, esse é o tempo que minha mãe prende o sinto e a tragédia acontece.

Eu lembro dos nossos últimos momentos juntos e me condeno por cada segundo.

Os sonhos me mostram algo que não me recordo, após todo conflito, ouço diversas sirenes, vejo muita movimentação no lugar e então uma mulher.

Todas as vezes que sonhei ela aparentava ser dócil mas o que ela falou não me fazia sentido algum. Ela sussurrava algo sobre proteger sua coroa, a mulher aparentava ser jovem, era loira usava roupas bem estilo medieval.

Era sempre a mesma coisa, as vezes era como um enigma ou talvez seja fruto da minha imaginação. Com tantas coisas acontecendo, devo realmente estar alucinando.

No momento estou na escola, perdida em meio aos pensamentos.

Peguei o lápis, sentindo meu corpo inteiro agitar-se em antecipação, e tentei me concentrar na solução das equações ao quadrado.

Abaixei a cabeça e me obriguei a prestar atenção na tarefa; meu lápis cravando-se na superfície de madeira abaixo da folha, enquanto eu piscava, tentando focar nos exercícios.

— Encontre o vértice da parábola — sussurrei para mim mesma.

Olho ao redor e percebo que não há ninguém na sala além de mim e Ashy.

— A aula terminou faz dez minutos, S/n — a mesma cutuca minha testa — o que essa cabecinha tanto pensa?

— A aula já terminou?

A mesma concorda juntando meus materiais.

— Vamos logo almoçar, o treino logo vai começar.

Fomos em direção ao refeitório, almoçamos e seguimos em direção ao treino.

O treino seguiu intenso como das outras vezes, estamos treinando para um campeonato próximo.

Infelizmente meu rendimento não foi muito bom, minha cabeça não para de martelar no mesmo assunto, sinto que talvez possa ser importante.

— Você quer uma carona? — Ashy balança as chaves.

— Um carro? — ergo a sombrancelha.

Ashy ri.

— Melhor — ela me guia — uma moto!

Arregalo os olhos, porra, sério que os pais dela lhe deram uma moto?

— Deixa para a próxima, Ashy — toco em seu ombro — não quero morrer tão cedo.

Ela faz careta.

— Tá de sacanagem, S/n? — ela joga o capacete em meu peito — eu piloto bem pra caralho, porra. Vamos, te levo em casa.

— Você tem carteira pelo menos?

— Larga de ser careta, S/n — ela me encara — sobe logo.

Suspirei.

Eu simplesmente fiz o que a morena mandou e então seguimos o caminho.

No trajeto algo não me agradou, um Honda Civic estava meio que na nossa cola. Talvez tudo isso seja coisa da minha cabeça.

— S/n — me chama — vou entrar nessa rua para ter certeza de algo, mas nós vamos repetir esse curto caminho de novo.

MEU QUERIDO SLENDERMAN Onde histórias criam vida. Descubra agora