Slenderman
Sinto seus olhos sobre mim, a mesma me encara como se estivesse prestes a explodir.
— Por que? — indaga ela — por que? — repete dando socos em meu peito.
— Por que? — pergunto segurado seus ombros para que ela pare de me socar, e então sua expressão muda completamente.
— Eu não entendo — volta a me encarar — por que caralhos você morreria por mim? — ela se afasta — você me conhece a uma semana — franze o cenho.
Me aproximo novamente colocando minhas mãos em seu rosto, que a mesma se encolhe com o ato.
— Por que você escolheu Sitka para fazer o intercâmbio?
A expressão dela se torna sombria.
— A cidade é pequena — ela tira minhas mãos de seu rosto — queria um lugar tranquilo.
Ela vai em direção a porta mas antes de abri-la eu volto a falar.
— Errado — ela se vira em minha direção para me encarar — você tem memórias.
— Memórias? — ela força um sorriso — minha família nem era daqui, porra.
— Você amava passar a primavera com seus pais aqui — a mesma cruza os braços — mas você voltar para cá de uma hora para outra não faz sentido.
— Eu não me recordo de memória alguma aqui.
— Mentirosa — digo suavemente — você matou os seus pais nessa pequena cidade — ela arregala os olhos — não se recorda, criança?
— Ora seu... — ela parte para cima de mim furiosa.
Apenas seguro sua cabeça, nos mantendo em uma boa distância.
— Não encoste em mim — voscifera a menor — espera...
S/n para de se debater e então eu a solto.
— Como você... — ela exita — como você sabe?
— Eu te observava.
— Oi?
— Você sempre exalou uma energia diferente, você sempre foi diferente das outras crianças — me aproximo — e eu tive a prova no dia em que você hipnotizou seu pai.
Ela aparenta ter ficado surpresa.
— Hipnotizei meu pai?
— Antes da tragédia você queria ir ao show infantil que teria no litoral, mas como já estava tarde seus pais negaram — ela arregala os olhos — você ainda se lembra dos olhos do seu pai na sua última tentativa?
— Merda — ela coloca a mão na nuca — ele havia repetido tudo que eu tinha falado, como eu não percebi?
— Você era apenas uma criança, S/n — vou em direção a janela — pensava apenas em si própria.
Vejo pelo reflexo do vidro que a mesma fez uma careta.
— Afinal de contas — me viro para ela — por que voltou?
— Meus sonhos — sussurra — sempre diziam para voltar...
— Isso acontece a quanto tempo? — ela ergue as sobrancelhas — os sonhos.
— Ah... faz tipo uns quatro anos, por que?
Quatro anos? Se Atena já sabe a bastante tempo, por que ela não tentou nada?
— Como são os sonhos?
— Eles sempre me lembram do incidente, mas uma mulher loira sempre está presente nele.
— Tudo isso não teria acontecido se você ainda estivesse no Brasil — coloco a mão no meu rosto — ela quer te matar aqui, S/n, assim como você o matou.
— Ela?
Concordo impaciente.
— A mulher loira dos seus sonhos é sua tia, irmã do seu pai, rainha de Penumbra.
S/n arregala os olhos, incrédula.
— Isso não pode ser verdade, pode? — caminha em direção a cama, se sentando — eu era apenas uma criança, se eu pudesse voltar no tempo, nada disso teria acontecido — seus olhos começam a lacrimejar.
Caminho também, em direção a cama. Ajoelho-me em frente da mesma e coloco minhas mãos apoiadas em suas coxas.
— Tudo isso é muito difícil para uma garota de 17 anos lidar, mas eu peço que você seja forte, S/n — a mesma me olha secando suas lágrimas — seus poderes vão aparecer novamente, assim como da última vez, eles estão ligados aos seus sentimentos.
— Aquela não foi a última vez — sussurra em meio aos soluços.
— Não foi?
Ela assente.
— Eu matei uma menina, quando tinha treze anos — ela cerra os punhos — ela e o grupinho de amigas estavam me espancado logo após o término das aulas, eu já estava acostumada com tudo aquilo, mas quando tocaram no nome dos meus pais — ela soluça — eu só queria que a cabeça da garota explodisse... — ela faz uma leve pausa — e assim foi.
— Qual foi a sensação?
Ela volta a me olhar.
— Eu me senti a porra de um monstro!
Sorrio fraco.
— Bem vinda ao meu mundo, cuidado para não se perder no caos.
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MEU QUERIDO SLENDERMAN
FanfictionMe chamo S/n, atualmente tenho 16 anos. Perdi meus pais quando bem pequena em um acidente de carro, e eu presenciei toda a cena, incrivelmente apenas o meu acento ficou intacto. Estou no meu último ano escolar, e por sofrer muito bullying na minha a...