me perder, o que seria?

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me perder tá sendo estranho, sofrendo por pessoas que não voltam mais e procurando elas em novas pessoas, ainda assim não querendo ninguém.
o que seria? então, tudo isso, em vão?
quem eu tenho agora? será que alguma dia eu se quer tive alguém?
quem? quem vai me ouvir agora?
eu sou cristã mas não consigo orar, creio em Deus mas não consigo falar com Ele,
e sinto culpa culpa culpa culpa culpa.
um vazio, um desespero, que me consome cada vez mais, eu não sei explicar o porquê das lágrimas mas também não consigo para-las.
me sinto suja e fraca quando desabafo.
julguei ser drama a minha visão turva, a falta de ar e a palpitação, falei internamente pra enxugar as lágrimas e seguir em frente, mas não, não enxergo estrada pra seguir.
aprendendo a chorar em silêncio porque o quarto está cheio, não quero que me vejam, de jeito nenhum, quero lidar com isso sozinha, mas eu não gostaria de estar sozinha agora... irônico não é? isso não é nem um terço da confusão que ta na minha cabeça.
desde de não acreditar no amor até sofrer por amor.
de ponta a ponta eu sou a mesma garota com sonhos e desejos enterrados no buraco do peito.
saudade do que estava escrito mas não  chegou a acontecer, saudade daquilo que agora me obriga a prantear em cada esquina que eu passo, e não é pra encontrar você que eu caminho tanto nessa vida, não é pra te achar no fim do arco-iris.
sera que falo do meu amor ou da felicidade?
escrever não resolve mais, ser poeta é mais uma coisa em que sinto falha.
só queria voz, queria que vós todos escutassem o que digo quando não digo nada.
seria difícil acreditar que até os mais loucos pensavam, e que perder a cabeça é se achar e ver a confusão que carregamos? não estamos preparados pra essa dimensão, se perder é achar tudo e não saber encaixar, não saber lidar, minha mente pequena não tem espaço para os meus grandes pensamentos aterrorizantes.
me chamem de jovem desesperada por atenção, digam que tropeço nas palavras e não sei o que digo, mas reparem que tropeçar em palavras é o de menos, ser eu é muito mais desgastante que só nao saber o que digo.
não sei nem o que sinto, mas sei que dói e não quero.
me iludi achando que fugir resolveria, mas primeiro: a unica fuga é fugir de mim mesma.
segundo: não tem como fugir de mim mesma, seria literalmente se tacar no abismo.
mas seria ruim, depois de tudo, eu agradecer por não ter ficado?
sendo quem sou, acho benefício.
muitas feridas em você, mas você escolhe: doar seu sangue ou sangrar em cima das pessoas.
seria isso controlável? não.
são coisas, muitas coisas, que não sei explicar, não tem sentido, mas eu tenho sentido tanto...
não aguento mais perguntas, mas e se? será?
me perder tem sido dançar, sozinha, no escuro, uma música que eu já sei a melodia inteira, mas a letra é sempre inesperada, ou vice-versa?
é clichê falar que me perdi tentando me achar, mas só é clichê pra quem não sente realmente o que isso quer dizer.
tentar se achar.
é como um cachorro correndo atrás do proprio rabo, circulos e circulos e círculos e no final ele fica tonto e cai.
não gosto de associar a vida a coisas belas e mágicas, é uma luta constante, uma das unicas coisas constantes.
mas e se eu falar agora que é tarde demais, você diria o que eu precisava ouvir antes de falar.
pode estar um texto fragmentado, mas pensamentos são isso, fragmentos, por isso eu me perco tanto, são muitas peças pra encaixar.

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