Cap.06 - Espíritos e sanduíches

29 4 7
                                    

POV. Deidara

Quando Konan arrastou Kira até seu quarto, Sasori me levou até o dele. Era grande, com as paredes brancas, diversos desenhos e projetos de marionetes nas paredes, uma grande escrivaninha bagunçada e o chão coberto de peças quebradas, provavelmente de projetos antigos.

-Senta aí, empurra as coisas e cuidado - Ele disse, saltando sobre a cama. Consegui fazer o percurso com um pouco de dificuldade, mas sentei ao lado dele.

-Papo sério agora -Ele continuou - Você gosta da Kira?

-É... Não. Não desse jeito.

-Por que são tão próximos então?

-Sei lá.

-Sei lá não é resposta.

Pensei um pouco.

-Acho que é porque somos parecidos. Nos entendemos, gostamos das mesmas coisas, e nos conhecemos desde pequenos, nossa vida não era muito boa, então nos apoiamos, fomos para a Soul Society juntos, treinamos juntos. É uma conexão bem forte. Mas não é paixão.

-Entendo. Certo então.

Continuamos conversando até que ele me mostrou o meu quarto e o organizamos.

No outro dia...

-Bom dia.- Estava fazendo café com leite para mim e para Kira, que não conseguia nem falar direito. Ela não lidava muito bem com manhãs. Não interessava se eram 9 da manhã como agora. Tomei café pensando no que Sasori me dissera ontem.

* E se eu fosse ver ela como um par romântico? Ela é bonita, inteligente, extremamente talentosa. Todo mundo se apaixona com o olhar torturador e com a postura que ela tem. Ela irradia poder, carisma e sedução. É incrível. Ela é tão invejada e tão desejada. Ela só não levava o título de rainha porque não queria. Mas ela era... Era difícil achar as palavras. filha de Hades, o deus grego, acho que Rainha das Flores, por exemplo, não era um aboa opção. Só se ela fosse filha de Deméter. Talvez... Rainha das Trevas? Não... Acho que... Rainha do Inferno. *

Eu pensava tudo isso encarando-a. Até que ela estralou os dedos na minha frente, acho que não pisquei.

-Tudo bem?- Ela pediu, parecendo preocupada.

-Claro. -Disse, voltando os olhos para minha xícara. Terminei, levantei, lavei a louça e sumi no meu quarto até o meio dia, quando Konan me arrastou para fora dizendo que o almoço estava pronto. Conheci mais gente.

POV. Kira

Na mesa, tinham pessoas novas. Pain foi me apresentando uma a uma, enquanto eu repassava fichas criminais, escolares e psicológicas de cada um na minha cabeça.

As palavras Criminosos Rank-S martelavam minha cabeça. Eu e Deidara também éramos.

1 ano depois

Incrível.
Eu estava entre os futuros maiores criminosos do mundo.
Eu estava entre meus futuros melhores amigos.
Só faltava Indra.

Naquele dia, resolvi que ia buscar meu ancestral. Arrumei uma mochila e fui.

-Gente, vou dar uma saída ok? Se cuidem, se forem sair abaixem a cabeça pro chifre não enroscar na porta, tá? Beijos!! -E saí. Amizade é tudo. Ouvi alguns gritos.

Andei por um tempo, até achar uma clareira. Me ajoelhei e conjurei um espírito. Ser filha de Hades tinhas suas vantagens.

-Olá?

-Kira?- Uma voz familiar ecoou, se transformando em uma silhueta na minha frente.

-Sim. Indra, escuta. Tenho uma forma de trazer você para o plano físico. Preciso que confie em mim.

-Tudo bem eu acho.

Rituais sigilosos se seguiram, e é tudo que vou falar, não quero que meu pai me pulverize.
Não que ele pudesse.
Os espíritos conversavam comigo. Eram como manifestações de névoa. Eram meus amigos. É uma gama de poderes que é complicado de explicar. Mas basicamente, uma descendência divina te dá poderes semelhantes ao do seu pai ou mãe divinos. Que no meu caso, era uma árvore genealógica complicada. É algo como:

Ares + Alguém = outro alguém. (o.a)
Poseidon + o.a = meu bisavô
Atena+ meu bisavô = meu vô
Afrodite + meu vô = minha mãe (Mikoto)
Hades + Mikoto = eu mesma (Kira)

Como eu disse, é complicado. Mas tenho poderes e características de todos eles. Mas como Hades é o mais próximo, meu poder com espíritos é o mais forte. Só não é mais forte que a minha rinite.
Mas ok.

Continuando...

Após os rituais, a forma na minha frente foi ganhando solidez, substância, e brilho. Raios emanavam dela. Era como um Power Edo Tensei. Até que ele botou os pés no chão, se sentou, esfregou os olhos, olhou para mim e resmungou:

-Princesa?

-Aqui Indra. Aqui. - Dei um passo à frente e o abracei, enquanto ele tentava ficar de pé. - Vamos pra casa.

Comecei a caminhar devagar, segurando a mão dele, até que ele conseguiu se orientar.
Seguimos por cerca de 12 minutos até chegarmos no esconderijo. Bati na porta e entrei.

-Gente, cheguei!- Eu gritei, puxando Indra para dentro.

Após dezenas de dias falando dele, tentando trazê-lo de volta, ele estava ali, na minha frente.

-E aí cara? - Hidan foi o primeiro a aparecer. -Cansou de ser um espírito?

-É - Ele concordou, rindo.

Tecnicamente, todos já o conheciam. Ele vivia por ali, mas na forma de... Assombração? Fantasma? Acho que fantasma.
Deidara e Sasori apareceram logo em seguida, correndo para abraçar Indra.

-Vamos lá -Guiei ele para seu novo quarto, apresentei, depois o arrastei para o meu. Lá nós ficamos, eu, Indra, Deidara, Konan e Sasori.

-Talvez ele não seja um sanduichinho de beleza e ódio no fim das contas. Ele é bem engraçado. Agora foi promovido a sanduichinho de beleza, ódio, piadas, inteligência, poder, rinite, Sharingans, doença de Uchiha, e muuuuuita beleza.

Comentou Konan no final do dia. Ela tinha o hábito de classificar as pessoas como sanduíches. Ela alegou que sanduíches tem várias camadas, que nem as pessoas. E quem sou eu pra discordar?

U.K.

Imagine Deidara - Rainha do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora