Jealous

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Cidade do México

Para certas coisas, não existem explicações. A maravilhosa e irresistível química entre Anahí e Alfonso eram parte dessa teoria. Mais de quinze anos haviam ficado para trás e aquele arrepio na nuca e as mariposas no estômago, toda vez que se viam, ainda permaneciam presente nos dois.

Anahí sabia no que convidá-lo para a sua casa implicava. Sabia que desde que abrira aquela maldita porta e o viu, ali, irredutivelmente mais másculo e mais bonito do que se lembrava, que já não era mais dona de si e nem de suas ações. Sabia também que não conseguiria disfarçar e que naquele momento, qualquer um poderia ler cada célula de seu corpo e como estas reagiam a aquele homem.

Bem, o mesmo ocorria para Alfonso, com a única diferença de que ele desenvolveu uma técnica para, ao menos tentar, maquiar o que uma Anahí mais gostosa e sedutora do que o normal, despertava em si.

Quando a viu abrindo a porta, precisou se agarrar em cada fibra de autocontrole existente em seu corpo para não demonstrar o que realmente sentiu olhando-a face a face. Céus! Anahí era uma deusa, uma Afrodite desde sempre, porém, como podiam os anos só a fazerem bem? Era justo algo assim? Ele tinha certeza que não.

Os olhos, sempre tão azuis e tão envolventes, pareciam mais duas bolas de vidro refletidas no mais belo e límpido oceano, e o rosto de boneca, mais maduro do que ele se recordava, só acentuava a tamanha sedução que saía dela e encontrava abrigo nele, o enredando, em uma teia de luxuria e perdição.

E o que falar de seu corpo? Alfonso sentia-se tão provocado e ultrajado por ela o tempo todo, em como ela adorava se exibir no Instagram enquanto malhava, porém, agora, olhando aquele par de pernas tão torneadas, e aquela cintura fina fazendo coro com os seios fartos dela, ao vivo e em cores, teve ganas de agarrá-la pelos cabelos e levá-la para qualquer lugar que fosse e possuir aquele corpo até ela pedir clemência. Não era justo ela desfilar aquilo tudo se não fosse só para ele.

Toda essa constatação durou menos de um minuto, até que ele resolveu quebrar o poderoso magnetismo que já os tinha envolvido, perguntando da forma mais irônica possível se ela estaria surpresa em vê-lo. Ora, mas é claro que estava. Anahí podia jurar por Deus que ele não iria, mas ele foi. E ansiedade que estava sentindo, escalonou de uma tal forma que se sentia à beira de um ataque.

- Alfonso! Eu... Meu Deus, a previsão do tempo precisa ser atualizada pois tenho certeza de que vai cair um temporal hoje. - Anahí não sabia o que estava dizendo, só disse. Simplesmente. Não sabia como se comportar com ele, nunca soube. Era transparente até demais.

Ali, na frente dele, falando tamanha besteira, tentando quebrar o clima bizarro que os abateu, Alfonso teve certeza de que ela também não estava imune.

Com Dulce e os demais, ela tinha todo o controle. Os recepcionara como uma boa anfitriã que era, os abraçando, os acolhendo, mostrando a casa. Porém com ele, tudo fugia de seu tato, como água escapando das mãos.

- Há-há-há! Como você é engraçada señora guapa bonita - Alfonso sempre fora debochado, fazia parte do seu DNA, não conseguia se conter. E ele viu a reação que o ''apelido'' causara nela. Sorriu internamente, gostando até demais do poder que ainda exercia em Anahí.

Quando percebera a situação embaraçosa que havia deixado nela, ele rapidamente contornou a situação e explodiu em uma gargalhada estridente, repuxando os cantos dos olhos. Anahí sentiu que seu coração saltaria em sua garganta e sairia quicando pelo chão.

- Venha cá, Ani, me dê um abraço que eu sei que você está morrendo de vontade. - Não esperou uma reação dela e logo quanto pode, a puxou pelas mãos, enlaçando os braços dela em seu pescoço, enquanto tomava a fina cintura de Anahí para si. O perfume que saia dela quase o tirou de órbita, quase o embriagou, se ficasse muito tempo ali não resistiria.

O Rio Entre Nós (AyA)Onde histórias criam vida. Descubra agora