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𝙀𝙍𝘼 𝙅𝘼𝙉𝙀𝙄𝙍𝙊, e eu não podia acreditar que tudo aquilo havia acontecido mesmo comigo

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𝙀𝙍𝘼 𝙅𝘼𝙉𝙀𝙄𝙍𝙊, e eu não podia acreditar que tudo aquilo havia acontecido mesmo comigo. Abro os olhos de leve e me vejo na cama onde costumava dormir com Valentina, e novamente me vejo sozinha lá, sem meu amor ao meu lado. Por um segundo, imagino escutar a voz calma da outra em meu ouvido, e me viro a cabeça rapidamente para meu lado, em busca de algo. Obviamente, nada estava ali, além de um pequeno gato preto que provavelmente entrou sobre a fresta na janela. Vou até o bichinho pequeno, machucado e inocente. Me agacho sem movimentos rudes, para assim não espantar o animal, e aliso de leve os pelos dele. No começo, o gato parecia querer recuar, mas por algum motivo confiou em mim. Então, solto as palavras, devagar e calmamente, me comunicando com aquele pequeno ser que parecia ter sofrido muito na mão humana:

-Oi, amiguinho. Você sofreu bastante, não é?

O gato solta um miado trêmulo de resposta, fazendo a garota sorrir se leve.

-É, eu sei que foi difícil. Você é tão pequeno, onde está sua mãe?

Eu novamente escuto um miado de leve, os olhos clarinhos brilhando e me observando.

-Sim, entendo. Mas está tudo bem, você não vai mais sofrer aqui. Tenho certeza que te tiraram de sua mãe á força, certo? Ou, pior, mataram-a enfrente de ti? Oh não, isso é pessimo. Tudo bem, eu estou parecendo uma maluca agora, sei que tirei conclusões precipitadas.

Por um segundo, pensei ver um pequeno sorriso sobre o rostinho pequeno e adorável do gato, e então, alargo meu sorriso e pego o pequeno ser e o coloco sobre meu colo, agora sentada sobre o chão.

E então fico ali. Somente acariciando os pelos arregaçados do gato, pensando em tudo que já ocorreu em minha vida. Percebo que o serzinho já caiu em um sono profundo, e começo a me questionar sobre o gênero daquele gatinho. E então observo que ele não tinha os órgãos genitais masculinos. Obviamente, era uma gatinha. Passo mais ou menos uma hora somente pensando em algum nome para ela; e no final, decido a nomear de Amora Delphi. Seria o nome que eu ia dar á gatinha que ia adotar, mas pouco antes de entrar com o contrato, ela acabou falecendo. A gatinha já havia acordado, e agora explorava o quarto. Observava seus passinhos, ainda bem lentos, já que percebi que ela ainda era bem nova, devia estar se desenvolvendo ainda. Observo aquele serzinho entrar no meu banheiro, e depois de um minuto escuto um miado bem alto. A gata sai do banheiro toda molhada e com os pelos arrepiados, o que me faz soltar uma gargalhada e escutar um barulho de água. Me levanto, pego a gatinha em meus braços e vou até o banheiro, desligando a torneira da pia. Como aquela gata subiu ali?

-Você é uma aventureira, não é? Já tomou um banho. Vamos, vou lhe secar.

Eu então procuro dentro de seu armário uma toalha de rosto, para enxugar a gatinha. Após enxugar o neném, eu me sento na cama, tentando criar coragens para sair do quarto. Me levanto novamente e vou em direção á porta. Coloco meu filho no chão (sim, meu filho), e destranco a porta de madeira. Lá embaixo, a gatinha me espera pacientemente, quietinha, me fazendo querer a apertar e guardar em um potinho. Destranco a porta e logo ela corre, indo se aventurar pela casa. Gargalho de leve, indo em direção á cozinha, preparando um café balanceado para mim. Pego o prato, já com minha refeição pronta, e me sento no sofá, procurando o controle e ligando a tv. O gatinho, ao ver a luz da tv, tenta subir na estante onde ela fica, mas acaba caindo para trás, no tapete fofinho, me fazendo gargalhar e levantar, indo a pegar. Seus olhinhos estavam arregalados do susto.

𝙁𝘼𝙈𝙀; 𝙅𝙚𝙣𝙣𝙖 𝙊𝙧𝙩𝙚𝙜𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora