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A construção da casa, mesclava entre o moderno e o rústico e era extremamente aconchegante. Era bem grande e possuía grandes janelas de vidro na parte de baixo, o que fazia o ambiente ser bem iluminado, os móveis, eram de sua maioria de madeira, e casavam perfeitamente com o estofado de cores claras.

- Vou colocar nossas malas no quarto. – ele me avisou e me deu um beijo estalado.

- Venha minha filha, vou te servir um suco. – seu Juarez ofereceu, tentando me deixar a vontade.

Eu apenas o segui, até a área externa dos fundos, que ficava perto de uma grande cozinha e fogão de lenha.

- Aqui. – seu Juarez me entregou um copo cheio de suco de laranja. – Fresquinho, minha filha.

- Obrigada, seu Juarez. – eu lhe agradeci sorrindo e pegando o copo de sua mão. – A casa de vocês é linda. – elogiei, tentando puxar assunto.

- Eu amo esse lugar, e eu espero que vocês venham sempre aqui. E tragam meus netinhos no futuro pra brincar nesse gramado. – ele disse esperançoso com um grande sorriso no rosto, eu apenas devolvi o sorriso e assenti.

Olhei para o gramado por um tempo, e por alguns segundos me permiti imaginar a cena de nossos filhos brincando ali, e sorri com o pensamento. Era a primeira vez que me permitia pensar em ter filhos, antes isso nunca fez parte dos meus planos. Mas só de imaginar de ter filhos do Rodolffo, meu coração se aquecia.

Acho que ele seria um bom pai.

Apesar de meu sogro estar sendo bastante agradável, ainda me sentia estranha perto da mãe de Rodolffo. Eu sabia o quanto a família era importante pra ele, e era vital que eu me desse bem com todos.

Dona Vera estava de costas, picando alguns legumes. E achei que seria a hora certa de tentar me aproximar um pouco dela. Tomei um gole do suco, tomando coragem, e fui até ela.

- Se precisar de ajuda, ficarei feliz em ajudar. – ofereci dando o meu melhor sorriso.

Ela olhou para mim por um instante e deu um sorriso tímido, antes de voltar sua atenção para os legumes que picava.

- Não precisa, querida. Já estou quase terminando.

- Tudo bem por aqui? – Rodolffo perguntou, me abraçando por trás e pegando nós duas de surpresa.

- Tudo sim, meu filho. – ela respondeu sorrindo. – Sabia que encontrei a Duda ontem no mercado? – ela perguntou e percebi os músculos de Rodolffo enrijecerem e seu rosto ficar sério. – Ela está tão bonita, meu filho. Sabe que eu ainda tenho esperanças...

- Mãe, por favor! – ele pediu sério, a interrompendo. – Não quero saber da Eduarda.

- Mas, filho...

- Vera, chega! – seu Juarez interrompeu lançando um olhar bravo a ela.

Eu engoli em seco, tomei mais um gole do suco e tentei não parecer tão desconfortável quanto me sentia. E por mais que eu tentasse parecer impassível diante de tudo, eu sabia que meu rosto havia se contorcido em uma cara de extremo desgosto.

Minha sogra não gostou de mim, e fez questão de jogar isso em minha cara. E pior, quis jogar o meu noivo para a ex que o desprezava. Imagine quando descobrisse como nosso relacionamento começou.

Um silêncio ensurdecedor tomou conta da cozinha, e eu podia ouvir perfeitamente o barulho da lenha sendo queimada, e das labaredas de fogo esquentando as grossas panelas de ferro. Fora o barulho do metal se chocando com a tábua de madeira, enquanto minha sogra permanecia picando alguns tomates.

Bebi o restante do meu suco todo de uma só vez, claramente desconfortável. Não parecia que ninguém estivesse disposto a quebrar aquele silêncio constrangedor.

Um noivo para Juliette, parte IIOnde histórias criam vida. Descubra agora