Capítulo X - Passo infalso

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Em uma visita à uma civilização antiga.

Era com Rayan se sentia caminhando junto a mini guia excursionista por toda aquela vila sob a água.

Rayan devia ficar mais preocupado, óbvio. Estava em um local desconhecido e cheio de pessoas desconhecidas. Mas Jambo estava ali com ele. Ela garantiu segurança a Rayan e ainda prometeu que poderia falar com Saile no fim do dia. Ele não conseguiu pensar em um plano para achar Saile e dar um fora dali, então o que tinha que fazer era só andar com Jambo pela vila.

Mas, Rayan estava com a atenção toda admirando a vila. Tinha deixado sua guarda baixa, o que era perigoso, mas sua curiosidade e fascínio por aquele lugar falavam mais alto que qualquer pensamento de cautela. Cada construção, cada ângulo e textura traziam de volta lembranças de sua infância.

Quando era criança, ele e seu amigo Dan passavam horas juntos, estudando a arquitetura de antigas civilizações. Eles eram fascinados pelos vikings, pela Roma Antiga e por qualquer estilo que remetesse ao passado. Com muito desafio, reproduziam essas vilas no Minecraft, em uma tarde na casa de Dan.

E ali estava ele agora, em um vilarejo que parecia saído de um sonho antigo, com a mesma estética que ele e Dan adoravam. Uma alegria tomou seu peito enquanto ele planejava cada detalhe que queria levar para o jogo. Estava ansioso para contar para Dan de sua aventura.

— Me acompanhe. — disse Jambo.
Rayan não entendeu no primeiro momento, ele estava parado e perdido em seus pensamentos. Jambo cutucou seu joelho.

— Vamos, vou mostrar vila para você.

Sustentada por pilares robustos de madeira, a vila erguia-se alguns metros acima da água. O chão era feito de uma madeira escura, típica da floresta onde Rayan encontrara Pablo, e cada casa seguia o mesmo padrão, construídas com essa madeira resistente. Os telhados, feitos cuidadosamente de cobre oxidado, possuíam um brilho sutil, como se fossem polidos regularmente. Até a madeira era bem preservada, com uma camada espessa de óleo que a protegia da umidade e dos danos causados pelo sal da água.

A vila era aberta e arejada, permitindo que a brisa do mar soprasse livremente, mantendo o clima sempre ameno. Nas extremidades, cercas de madeira escura delimitavam o espaço, e placas estratégicas indicavam os caminhos e pontos importantes, com letras escritas em um azul intenso que se destacava no cenário.

O cobre recém-polido e o óleo espresso na madeira refletia o cuidado e o conhecimento sobre o ambiente que os cerca. Mas as placas e as cercas destacavam um toque de organização que trazia uma certa harmonia e um respeito dos habitantes.

Os nômades usavam a mesma roupa que Jambo entregou para Rayan. Até mesmo ela estava vestida igual aos outros, como se a roupa fosse padrão daquele local.

Era uma camisa slim fit preta com as mangas enroladas até o ombro. Colocavam uma calça folgada, da mesma cor, por cima da camisa e um cinto de couro também preto. Todos usavam gravatas de cores diferentes. O lugar estava muito bem limpo e bem calmo, e o povo que morava lá parecia respeitar muito bem seus costumes.

A vila costeira era um lugar turístico muito interessante e diferente de todos que Rayan visitou. Para ele era difícil imaginar um vilarejo sob a água com tantas construções incríveis seguindo um único padrão de cor e construção. Para um admirador de arquitetura, aquilo era uma grande descoberta.

Rayan estava tão distraído que nem viu um grupo de pessoas passando na frente dele, ele se esbarrou em um adolescente que passava pisando no seu pé e derrubando ele no chão.

— Desculpas. Eu não... Desculpa — Rayan disse num instante.

O garoto se levantava lentamente do chão, tendo alguns centímetros a mais que Rayan. Seu rosto, avermelhado de raiva, exibia uma expressão de puro ódio, com seus olhos incendiados.

Uma nova face do mundo: Um novo heróiOnde histórias criam vida. Descubra agora