Rayan dispencava muito rápido em direção ao solo.
O bracelete de gelo parecia estar se revoltando contra o dono, porque Rayan congelou da cabeça até a ponta do dedo.
Enquanto caía, ele sentiu um frio na barriga. Sem nenhum apoio nos pés e o medo de altura só contribuíram para que ele ficasse sem reação, imóvel e com muito medo.
Caía de costa. Acima dele a rocha flutuante ficava cada vez mais distante. O brilho do sol escureceu sua visão nos cantos dos olhos.
Rayan escutou uma voz que foi capaz de retomar a consciência.- Rayan, acorde. - Saile tentava falar mais alto que o vento - Acorde!
- O quê?
Saile não o escutou, mas sabia que ele já estava respondendo.
Rayan olhou para baixo. Se assustou quando viu Saile caindo e o chão ainda distante. Azulo estava mergulhando para o chão do lado de Saile.
Rayan se virou, abriu os braços e as pernas, imitando o movimento que faz os paraquedistas para diminuir sua velocidade de queda no ar.
- O pássaro. Por que ele não cresce? - Rayan gritou.
- Está cansado - explicou Saile.
Saile começou a usar fogo azul para se direcionar pelo ar.
Soltando poucos jatos de fogo ele conseguiu chegar perto de Rayan, mas não o pegou. Um chicote de vinha enrroscou no seu pé e puxou Saile para baixo.
Ele ateava fogo sobre a vinha para ser solto, mas aparecia outras. Elas se enroscavam na barriga, outras nos braços, nas pernas, imobilizando Saile. Ele se debateu e atirou fogo em várias direções esperando afastar as vinhas, mas quanto mais ele lutava para se soltar, mais aparecia.
Azulo tentou ajudar bicando as vinhas esperando que elas se patissem. Ele foi atingido com um chicote de cipó que o desacordou.
- Azulo! - gritou Saile mais preocupado com o pássaro do que si mesmo.
Sem ideia do que fazer, instintivamente Rayan imaginou uma placa de gelo entre Saile e as vinhas. Sentiu que conseguia e deslizou a mão sobre o ar. Um pouco abaixo de Saile, um bloco pequeno de gelo foi invocado suficiente para quebrar as plantas e fazer Saile cair de cara no gelo.
Rayan sentiu uma descarga elétrica sair do bracelete e percorrer todo seu corpo.
Doeu bastante.
Abaixo, Saile tirava algumas vinhas mortas que ainda estavam enroscadas nele, e se posicionou a tempo de pegar Rayan nos braços. Rayan sentiu um alívio ao ser pego e seu estômago, que parecia enfrentar uma tempestade, estava voltando ao normal. Era quase uma sensação de pousar em terra firme, mas ainda estavam no céu. O chão de gelo diminuiu a velocidade da queda.
Invocar aquele pedaço pequeno de gelo fez com que seu corpo pesasse. Se sentiu no fim de uma maratona, puxando dois pneus de carro amarrados nas pernas. Ficou de pé com dificuldade tentando manter o equilíbrio no gelo escorregadio.
- Você está bem? - perguntou Saile.
- Vai buscar o corvo. Eu vou ficar bem.
Sem pensar duas vezes, Saile se impulsionou no ar atirando fogo pelos punhos. Rayan viu Azulo cair girando pelo ar, mas sua visão estava embaçada. Ele estava estonteado e tentava se recuperar da queda.
Viu uma sombra no gelo embaixo dos seus pés que ficava maior muito rápido. Olhou para cima e viu o grande sapo roxo caindo na sua direção.
Rayan já estava perto do chão e se jogou nas árvores desviando da rota do sapo. Ele se enroscou em alguns cipós das árvores antes de se chocar contra o chão que amorteceu o impacto.

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Uma nova face do mundo: Um novo herói
FantasiUm jovem adolescente que luta pela paz no mundo de ficção e fantasia ·•·•·•·•·•·· Rayan era um garoto estudandante do primeiro ano, tinha um grande destaque em sua escola. Dan e Rayan era grandes amigos, Rayan morava em Detroit, nos EUA, e Dan em Wi...