YOUNG BLOOD

1. Jaymes

Nota

Um dos personagens principais possui o diagnóstico de autismo, nunca feito com a intenção de ser parte do plot, mas sim porque ele é um garoto como todos os outros. Sendo assim, peço desculpas antecipadamente caso tenha escrito algo de alguma forma ofensivo, e peço que me falem caso algo incomode e eu possa mudar. Eu fui estudante de pedagogia e tive a oportunidade de estudar um pouco sobre o espectro autista, mas mesmo assim não sou adequada para saber com totalidade sobre esse assunto, então erros são possíveis, por isso peço que me avisem. Enfim, boa leitura. <33

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Jaymes

A época de final de ano é minha época favorita porque é quando viajamos para Nova York.

Eu e minha família vivemos em Palo Alto desde os meus sete anos e desde então, todo final de ano vamos para Nova York passar as festas com meus tios. Minha mala está pronta e arrumada no porta-malas do táxi. Meus irmãos gêmeos mais novos, Rana e Eridanus, de nove anos, estão depositando as próprias malas na parte de trás agora. Aposto dez dólares que está entupido de coisas desnecessárias.

"Eri." Meu pai apanha uma mala cheia de doces do porta-malas. "Por que isso?"

"É pra viagem."

"Você quer morrer, por acaso?" Ele tira a mala e fecha a porta, meu irmão faz uma carranca, eu acabo rindo. "Sem birra, entra no carro, já vamos sair."

"Sem birra, entra no carro, mimi." Eri dita, imitando o sotaque australiano remanescente do meu pai.

Eu geralmente detesto viagens, principalmente de avião. Eu tenho medo de altura e o barulho dos motores me deixa em pânico - tenho muita sensibilidade com barulhos -, também tem o fato das muitas pessoas no mesmo lugar, e caso eu tenha uma crise, não tenha para onde correr. Tudo sobre aviões me deixa mal, mas eu gosto tanto de Nova York que acabo ignorando a maior parte das coisas ruins que vem a minha cabeça ao subir naquele negócio enorme e gigante que sobrevoa sobre os Estados.

Assim que subo no avião, abraço meu cavalo de pelúcia e visto os fones contra-ruídos, tentando ficar calmo. Pedi um remédio de dormir para o meu pai, que me deu, era melhor que eu dormisse. Usei o tempo que tinha antes do sono chegar para ler algumas páginas do meu livro favorito - Uma breve história do tempo.

Tem duas coisas que eu amo mais do que tudo: O universo e cavalos.

Sou obcecado.

Posso ver e falar sobre isso o tempo todo se deixarem.

Meu pai estava lendo também, e meu outro pai está dormindo na poltrona de trás, no meio dos meus irmãos mais novos. Eu sempre digo que posso ficar com a Rana e o Eri nas viagens, mas acho que Jonathan Rockenback não confia tanto em mim à ponto de me deixar com as pragas, então ele sempre se senta comigo - ele realmente acha que eu não sei que ele não confia em mim como um todo, que eu não sei que ele sente que posso quebrar a qualquer momento e não consegue ficar longe nem por um segundo.

Tudo bem. Eu entendo. Mesmo. É irritante, mas entendo.

Não demorou para eu dormir, fiquei feliz por isso, quando acordei, já estávamos pousando em Nova York. Deixamos o avião e meu pai foi buscar as malas com Rana e Eri. Meu outro pai, como sempre, ficou do meu lado enquanto eles se afastaram.