11. Ainda há um segredo

61 17 4
                                    

A quantidade de xingamentos que Daniel direcionou para as duas do outro lado da delegacia dariam um diálogo longo e cansativo de mais para ser escrito. Ele conseguiu até inventar expressões apenas para ofender as duas, principalmente Juliette.

Todo o teatro que ele tentava fazer desde o momento que entrou na viatura havia ido por água abaixo. Ele entregou tudo, disse que elas deveriam ter sido os alvos, que errou ao dar o veneno para Rodrigo, que quando ele saísse dali elas estariam mortas, além de várias outras ameças relacionadas a sexualidade das duas, como se ele tivesse moral para falar de alguma coisa.

Ele estava tão transtornado que começou a bater os braços contra as barras de ferro e quando cansou os membros foi a vez de sua cabeça. Os polícias tiveram que conte-lo antes que ele se machucasse mais e precisaram fazer curativos na sua testa.

Os amigos do rapaz olharam toda a cena espantados. Todos tinham ciência de que Daniel não era alguém que conseguisse se controlar muito, ele era agressivo, ainda mais quando contrariado, era a companhia perfeita para assistir um jogo, se você quisesse apanhar no final do evento, ma ninguém imaginava que ele conseguiria agir daquela forma.

Ele estava sendo levado para sua cela quando Evandro e Abadia chegaram na delegacia. Os mais velhos foram para perto de Sarah e Juliette e ele aproveitou que passaria ao lado delas para ofende-las mais um pouco.

— Eu mesmo vou fazer questão de mandar vocês duas pro inferno, e se alguém ficar no meu caminho vai junto. — havia para os pais da loira quando disse a última parte.

—  Ele não vai ser solto, vai? — Evandro perguntou ao policial que segurava o rapaz.

— Não. Ainda não.

— Eu quero prestar uma queixa contra ele. — o rapaz não conseguiu sentir o impacto daquilo, estava anestesiado pela raiva — Mas queria fazer isso pela manhã, agora só quero levar minha filha e nora para casa.

— Devia levar essas nojentas em algum lugar que concertasse elas. São duas aberrações. — não conseguia falar baixo.

— Duas queixas. — o Andrade se corrigiu, fazendo o policial sorrir.

— Ele vai ficar aqui por um tempinho, senhor Andrade. — e colocou Daniel de volta na cela.

— Cara, você é muito burro. — Arthur tinha vontade de rir do colega, já Arcrebiano não controlou essa vontade e ria sem medo do que Daniel poderia fazer, já que estava algemado.

— E você é muito inteligente, não serviu pra matar ninguém hoje.

— Mas, pelo menos, ele não ameaçou um dos maiores advogados no estado na cara dura. — Lumena defendeu o primeiro a falar — Se a gente tá fudido, não tem como te descrever.

Dessa vez sim Daniel se assutou. Ele estava se confiando que não ficaria preso por ter dinheiro, todos ali tinham, mas agora era Evandro Andrade que estava contra ele. Ele lembrava bem no nome, mas, por algum motivo, não o havia associado com a namorada da sua ex namorada. Um dos maiores advogados do estado, com uma das famílias mais ricas do estado.

Talvez ele não tivesse escolhido bons alvos para aquela noite e ideias piores ainda.

Depois de conversar um pouco com o responsável pela delegacia naquela madrugada, Evandro garantiu que Daniel estaria ali quando ele voltasse e logo depois foi para seu carro junto com a família. Juliette e Sarah estavam no bando do trás, a loira sentada na janela e a namorada no meio, deitada com a cabeça em seu ombro. Era uma cena fofa, elas pareciam alheias ao mundo, mas ele sabia que a história delas não estava completa.

— O que aconteceu naquela casa? — não tirava os olhos da estrada.

— Queriam matar a gente. Colocaram veneno na bebida, depois conseguiram dar veneno pro Rodrigo, ele atacou a gente, nos defendemos e quando descobriram pagamos de doida. — Sarab explicou sem muita expressão. Ela não precisa mentir e nem poderia, se precisasse seu pai seria seu advogado e ele precisava saber a verdade.

— Juliette? — Abadia chamou a atenção da morena, ela sempre tinha algo para falar.

— A Sah tomou o celular da minha mão e me deu o canivete, e eu posso ter me defendido demais... eu só não queria morrer. — se defendeu — Ah, e eu também posso ter exagerado um pouquinho na ligação. — a Andrade mais velha riu.

— Onde tá a arma? — Evandro tornou a perguntar.

— Em algum canto da casa. É o canivete do Nando e muita gente tocou nele depois da gente. — sorriu maldosa — E também não nos sujamos.

Os mais velhos se encararam rapidamente depois das falas da filha e sorriram.

— Parece que fizemos um bom trabalho. — o homem ainda sorria quando colocou a mão na perna de seu esposa.

Não demoraram muito para chegar a mansão Andrade. Os pais de Sarah voltaram logo a dormir, enquanto as jovens ainda fizeram um lanche na cozinha antes de irem para o quarto da morena e aproveitarem um banho juntas antes de finalmente deitarem.

A ideia de apresentar Juliette como sua namorada em um café da manhã acabou não dando muito certo, já que seus pais já sabiam de tudo e gostavam bastante de Juliette, ainda assim a Andrade mais nova fez questão de reafirmar a morena como sua namorada e futuro membro já família, já que já ostentava o anel de herança.

Naquela manhã também Evandro voltou para a delegacia, ele prestou sua queixa contra Daniel, que finalmente conseguiu falar com os pais e eles lhe enviaram um advogado e pagaram sua fiança.

O grupo estava sob investigação, mas conseguiram ir para casa, onde foram alvos de inúmeras reclamações. Até mesmo a reitoria da faculdade já sabia do ocorrido e expulsou os sete. Aquele seria apenas o começo de uma série de punições.

As investigações foram rápidas.

O canivete tinha digitais de mais para poder dizer quem usou aquilo para matar Rodrigo, mas a necrópsia revelou veneno de beladona em seu organismo e Daniel havia confessado dar aquilo ao colega. O sangue nas roupas e sapatos de alguns do grupo era bem problemático, o que os colocou na cena do crime antes da polícia ser chamada.

No final, apesar de ter tentando ajudar, mesmo que pouco, Carla também cumpriria sua pena por ajudar a planejar o crime.

Arthur, Arcrebiano e Thaís forma acusados por sintetizar uma droga sem autorização. Lumena, assim como Carla, foi culpada por planejar tudo. E Fernando estava torcendo para não acharem o canivete, assim poderia se livrar daquilo, mas ainda estaria preso compactuar com ideias de homicídios premeditados.

Daniel, por fim, havia confessado quase tudo e ainda entregou os amigos. Com a ajuda e a insistência de Evandro, ele passaria um bom tempo pensando se deveria ou não sujerir algum outro tipo de segredo para unir uma sociedade secreta.

Juliette e Sarah de livraram de tudo, apenas tiveram que contar suas histórias mais algumas vezes, mas eram espertas o suficiente para contar a mesma coisa sempre.

Os pais da morena demoraram um pouco para entender toda a situação. Eles gostavam de Daniel e não conseguiam acreditar que um menino bom como aquele tinham planejado algo tão ruim para sua filha. Eles também foram um pouco resistentes com relação a namoro de Juliette com a Andrade, mas não tiveram muito o que fazer além de aceitar, elas já estavam juntas a um tempo e não conseguiam fazer com que se separassem, mesmo tentando.

Acabou que a Beladona continuou existindo, havia um segredo ali, aqueles que estavam presos sabiam que Juliette ou Sarab havia matado Rodrigo, mas para culpa-las eles precisam assumir tudo o que fizeram, o que significa mais tempo presos.

Talvez a ideia não tivesse sito tão ruim, agora eles estavam ligados para sempre.

//---//

Eai, pessoas!
Oq acharam?
Comentem e votem q eu quero saber!

E acabou... Ficou maior q o planejado? Ss, mas estanho seria de n ficasse.
Obg todo mundo q ficou até aq. Eu espero q todes tenham gostado e até a próxima 💕💕🌙

Beladonas - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora