O sol adentra a janela do meu quarto, meus olhos se abrem devagar enquanto me espreguiço na cama. Olho para o relógio despertador que esta em cima da escrivaninha e me levanto da cama, sigo para o banheiro para meu banho matinal. Era domingo e estava um lindo dia, desço pelas escadas e sigo para a cozinha, a casa estava estranhamente silenciosa talvez pelo fato de não haver nem sinal dos meus pais em casa, quando me aproximo da geladeira há um bilhete colado com letras arredondadas.
"Não nos espere acordado"
Ri com o bilhete explicativo do meu pai, provavelmente Caleb havia escrito, sem muitas explicações. Meu pai é do tipo que não fala muito sobre algo u da muitas explicações, ele é direto e odeia rodeios. Pego uma maçã que estava em cima da fruteira no balcão da cozinha e sigo para a escada para voltar ao meu quart quando a campainha é tocada.
Olho para a porta rapidamente e penso em atender ou não, a campainha toca mais uma vez, suspiro com a curiosidade e com a possibilidade de ser algo realmente importante, então sigo para a porta e abro sem mesmo espiar pelo olho mágico, vai que era uma testemunha de Jeová me perguntando se eu tinha medo da morte.
Era quase onze da noite e eu estava sozinho na sala vendo filme de terror quando a campainha toca, reviro os olhos e ignoro então ela toca mais uma vez, suspiro novamente resmungando baixo porque diabos meus pais compraram uma campainha tão chata e alta que mais parecem os sinos do catedral de Notre-Dame tocando. Então mais uma vez e insistentemente a droga da campainha toca então me levanto e jogo o coberto em cima do sofá e sigo para a entrada.
Já não estava de bom humor e apenas abri a porta, lá estavam duas mulheres. Ambas usavam saias longas, tinham um sorriso irritante no rosto e carregavam a bíblia na mão. Nada contra pregar, mas que diabos alguém vai fazer isso as onze da noite? Vocês não tem vida não?
- Boa Noite, tudo bem?
- Boa pra quem mesmo? – resmunguei.
- Como? – perguntou ela num sorriso meio sem graça.
Só então lembro que estou apenas de cueca boxer branca que deixa marcado as joias da coroa, e que pelos olhos arregalados de ambas, acho que nunca viram algo do tipo ou... Enfim... Elas poderiam pregar comigo naquele estado ou na melhor das hipóteses elas iriam embora, mas pro meu azar uma delas pigarreou e começou a falar.
- Você tem medo de morrer?
- Não.
Elas se olharam e deram um sorriso desconfiado, olhei para ambas com a cara mais seria desse mundo esperando que elas argumentassem. Geralmente a maioria das pessoas responderia que tem medo, mas quem diabos tem medo de morrer quando esta é a maior certeza da nossa vida?
- Quando vocês tiverem um argumento e pararem de olhar para meu corpo vocês voltam.
E logo em seguida fechei a porta atrás de mim e voltei a me sentar no sofá para continuar vendo meu filme.
Francamente eu esperava que não fossem elas com os argumentos, porque eu estava novamente apenas de cueca e dessa vez ela era preta o que escondia melhor o que eu tinha. A propósito espero que Deus não se zangue comigo, usei muito a expressão "que diabos" só nessa pequena narração. Que me lembra outra coisa, mas a campainha toca novamente e me lembro o que eu estava prestes a fazer.
Abri a porta e dei de cara uma mulher loira que estava parada a alguns passos da porta com um singelo sorriso no rosto. Ela usava um vestido rendado branco e um colete florido, seus cabelos loiros estavam amarrados em um rabo de cavalo e seus olhos azuis estavam focados em mim.
- As testemunhas de Jeová finalmente foram ao Esquadrão da Moda?
Ela deu um leve sorriso.
- Não, não sou testemunha de Jeová. Sou Angelina Cyrus. – ela estendeu a mão.
Eu apertei a sua mão, minha boca deveria estar meio aberta com a afirmação que ela acabara de fazer, ela soltou um risinho e eu balancei a cabeça em seguida me tirando daquele momento em que eu agia como um retardado.
- Você não é parente da Miley Cyrus é?
Ela riu novamente. Ta eu só posso ter cara de palhaço ou eu sou um, porque nunca vi uma mulher para rir tanto da minha cara como ela.
- Também não, na verdade vim aqui convida-lo para almoçar comigo.
- Almoçar?
- Sim, algum incomodo para você?
Ela falou com aquela cara de Umbridge do Harry Potter. Por um momento a visualizei baixinha, gordinha e toda vestida de rosa. Que horror!
- Você não vai me fazer tomar nada ne? Nenhum dopante? Ou algo do tipo vai?
Risadas.
- Definitivamente me sinto como um palhaço. – mumurro.
- E então você aceita?
- Claro, eu só vou me trocar.
Olho para baixo e ela acompanha meu olhar.
- Oh meu Deus. – diz ela envergonhada.
Coço a cabeça e rio envergonhado.
- Só um minuto. – então a fecho a porta atrás de mim e subo correndo as escadas.
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Eu sou Gay - Livro I | Romance BL
Fiksi RemajaEu queria ser original e não começar essa estória de uma forma clichê. Mas sou o típico garoto de 19 anos que estuda na Elite University, ta eu admito isso não é nada típico. Sou bolsista e tenho uma boa aparência, eu acho. Eu sou gay. E é aqui onde...