Kedrick

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ATO I - O PACTO


    Era uma noite sombria em Droaam, os ventos fortes levavam a brisa gélida por entre as árvores balançando suas folhas cuja algumas caiam por cima da rápida carruagem que percorria uma estreita trilha no meio da floresta. A luz pálida da lua entrava pela pequena janela na porta de madeira esculpida. La dentro um homem alto e bem apessoado, um humano vestido com uma rouparia fina de linhos e pele de animais, em seu dedo um anel reluzia com uma insígnia que representa sua casa, seu clã e nas costas desta mesma mão ao qual o anel residia um sigilo, uma marca podia ser notada com um símbolo parecendo uma tatuagem arcana que emitia uma pequena energia e uma luz que sibilava entre ela. 

    A frente dele sentado no banco oposto um senhor de idade de olhos cansados e fundos, barbas brancas que escondiam metade de seu pescoço. Vestido em um manto de linho em um tom de azul igual aos céus no crepúsculo. Em sua testa estampada por cima de suas marcas te idade enrugadas a mesma marca brilhante podia ser vista por baixo de sua franja acinzentada.

    O senhor estava inquieto como as árvores do lado de fora, apertava o livro que levava a seu lado como se aquilo o trouxesse conforto naquele momento, porem suas unhas chegavam a marcar o couro da contra capa o que chamou a atenção do homem mais novo.

   - Fique calmo padrinho - disse o homem afagando as mãos do senhor.

   - Temo que isso não seja uma boa ideia, meu filho - respondeu o velho agora fitando a lua por entre a copa das árvores que dançavam a musica da tempestade que se aproximava - Elas são traiçoeiras, podem lhe conceder o que quer, porém devem ser pior que os gênios o preço deve ser incomensurável.

   - Padrinho, eu pagarei qualquer coisa que me pedirem, o sacrifício será feito para que eu consiga ser o mais forte de nós e destronar aquele infeliz que senta no topo de nossa casa, lugar esse que é meu por direito.  

A carruagem trepidava várias vezes pelo fato da trilhar não ser pavimentada e a forma que o cocheiro conduzia os cavalos de metal não ajudava muito, era como se o tempo estivesse acabando de algum jeito, e a cada vez que a lua se aproximava mais a seu ápice a velocidade aumentava.

   - Podem existir outros meios meu filho, nós só... -  e antes que o senhor pudesse terminar a frase com sua voz rouca e arrastada a carruagem parou bruscamente num solavanco que o fez quase derrubar seu precioso livro.

    Com dois toques no teto dado pelo cocheiro eles sabiam que tinham chegado. O homem mais novo saiu primeiro sua capa esvoaçava rapidamente por causa do vento acompanhado pelos cabelos negros e ondulados.

    Logo em seguida desceu o senhor com a ajuda do cocheiro. O homem lhe fez um gesto de que eles precisavam ir sozinhos daquele ponto em diante, com isso o cocheiro tomou seu posto novamente em cima da carruagem e os cavalos de aço agora imóveis pareciam estátuas.  

    Assim o homem e o senhor adentraram pela floresta densa sem um rumo aparente, porem a cada passo que se dava a cada arvore que se passava o vento ia ficando mais leve, a brisa ia melhorando era como se eles estivesse entrando em um furacão e indo em direção ao seu centro, ao seu olho.

    Após alguns minutos a caminhada ficou mais estranha, se olhassem para trás não se via mais o brilho das tochas da carruagem, e não se escutava absolutamente nada, nem o balançar das árvores, nem o canto de uma coruja ou até mesmo o quebrar das folhas secas que os dois iam pisando. A única direção que podiam seguir era a lua, o velho sábio havia sido alertado, nenhuma magia ou luz deve ser feita naquela floresta ou a perdição seria inevitável,  a sua bússola seria somente o brilho prateado do luar.

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⏰ Last updated: Oct 29, 2023 ⏰

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