Desde quando dei meu primeiro suspiro, quando meus pulmões se inflaram com ar, e mesmo assim, eu como bebê não dei um simples choro minha família percebeu que eu era especial. Quando tinha por volta de quatro anos entendi o porquê, eu tinha nascido com um dom, uma percepção mais aguçada que a do resto do mundo, uma aptidão para sentir o sobrenatural. Naquela época eu já conseguia ouvir, sentir e me comunicar com eles, alguns anos depois passei a conseguir invocar-los.
A minha família, os Giovanni são uma linhagem muito antiga e tradicional europeia, mais precisamente de Veneza, a cidade das águas. Apesar de muito estranhar meus parentes eram até legais comigo, pelo menos até eu ter dez anos. A partir do meu aniversário de 10 verões tudo mudou, meus estudo ficaram voltados a somente ao outro lado da família, ao lado mais obscuro.
Comecei então meu treinamento, como prodígio que eles acharam que eu era já tinha meu lugar por entre os Membros antes mesmo de ser abraçado. Aparentemente os anciões do clã achavam que eu era uma boa aquisição pra o circulo deles. Me aperfeiçoei nas artes ocultas e marciais nos anos posteriores até ser designado à minha primeira incumbência. Teria eu que acompanhar e averiguar uma negociação entre um dos Membros, meu tio, e uma Maga que devia-lhe um favor.
Seguimos viagem de Veneza à Rovereto uma cidade montanhosa ao norte. Chegamos lá quase ao amanhecer, meu tio já parecia meio cansado abatido com o chegar da alvorada. Rapidamente saímos de nossa carruagem e fomos para uma estalagem, ao qual já estavam a nossa espera. Aquele vilarejo era bem modesto, em reflexo disso assim era a estalagem e nosso quarto, duas camas bem humildes uma cabeceira com um castiçal e um lava mãos, não havia cortinas nas janelas, porem placas de madeira estavam pregadas sobre as mesmas para assim impedir a entrada do sol. Apesar de sempre estar em volto ao luxo eu n estava incomodado com a situação daquele lugar, em contra partida meu tio já havia xingado tudo umas três vezes antes de cair petrificado na cama.
Pouco antes do sol se por eu acordei, já estava um pouco acostumado com essa rotina noturna, porem como tenho sono leve pra dormir durante o dia pra mim era ruim pois qualquer tipo de ruido já me acordara. Após me levantar preparei minhas coisas e já separara um pouco pouco de sangue para meu tio, que acordou um pouco depois, estressado como sempre, seus olhos fundos e sua expressão de nojo eram bem notáveis.
Partimos então subindo as montanhas até chegar a uma pequena vila. Estava tudo deserto, aparentemente pelo horário somente tochas deixavam o caminho por entre as casas iluminados. ao final da vila tinha uma casa que se destacava das outras a frente dois homens estavam de prontidão provavelmente a nossa espera. Nos aproximamos e eles nos levaram para dentro desta casa. Lá dentro encontramos uma moça por volta dos seus vinte e sete anos vestidas com uma saia bem longa de cor ocre uma blusa de linho branca e um sinto preto. Portava tbm uma pequena coroa de flores em sua cabeça. Ao seu lado um jovem que deveria ter a idade mais ou menos que a minha na época, uns dezessete anos. Ele vestia roupas simples uma calça de algodão preta e uma blusa azul também de algodão.
- Boa noite Titânia - saldou meu tio fazendo uma reverência - A senhora está cada dia mais estonteante.
- Poupe-me dos seus elogios Ambrogino - respondeu a moça andando até a porta - Me acompanhe.
Ela com o jovem rapaz ao seu lado guiaram o caminho por dentro da floresta densa até uma clareira. Era um pouco ampla com seis pedras pontudas de uns dois metros de altura apontando para o céu que estava bem azul e estrelado sem nenhuma nuvem. Ao centro estava um tipo de altar de pedra todo entalhado de runas, em uma das extremidades tinham um pedestal com um braseiro que parecia vazio, na outra subia um carvalho ainda jovem um pouco mais alto que as pedras que estavam em volta de nós.