Capítulo 42.

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Christopher.

Abrir os olhos, várias tentativas mas simplesmente não conseguia e estou preso dentro do meu próprio corpo sem conseguir falar e me mexer. Eu não conseguia vê-los, mas podia sentir e escutar eles, minha matilha..minha pequena.

Meu pai dizia que minha mãe sentia minha falta, que ele também, às vezes eu podia escutar os soluços presos na garganta dele, ele sempre segurava minha mão dizendo que tudo ficaria bem.

Minha mãe, não devo esquecer que levei um sermão, mas não doeu...não tanto quanto ouvir ela chorar, meu peito apertava por causa disso, ela sendo médica sabia que eu estava bem...mas a preocupação não a deixava.

Daniel, meu irmãozinho assim como nossa mãe contava como meu quadro ia desde que ele chegou, ele falava da faculdade e de uma garota por quem estava interessado.
" Ela é demais, me pergunto se poderia sentir o que você sente pela Izabelle " Ele perguntava.
" Você vai, irmão" Era o que gostaria de responder .

Verônica, simplesmente se sentava e falava sobre o trabalho, me entretendo com as fofocas que apareciam no Instagram dela. Ela sempre perguntava quando eu ia acordar.

Larissa, uma das minhas amigas mas próximas comentava sobre seus restaurantes, sobre Park que se sentia culpado por não conseguir sair do trabalho, dizia que levaria minha Izabelle para trabalhar com ela, falava das tentativas ridículas da sogra tentar separá-los, eu gostaria de falar sobre o pai da Izabelle.

James, depois das brigas eu não esperava que ele falasse tanto.

- Pode até ser engraçado mas o Oliver e o Hugo estão indo bem, o pai tem falado com eles todos os dias, eles estão muito preocupados com você...a Lily liga todo dia para saber como você está, a Esther...a sua Moranguinho, ela mandou um áudio para você sabia...aquela menina é demais. - A voz dele embargava, não nego que sentia vontade de chorar, de gritar. - Depois eu coloco para você ouvir...pela Lua, eu sinto sua falta...eu só queria ouvir você..eu..me desculpa Chris, quando soube do que tinha acontecido pensei que tinha perdido você, que nunca poderia resolver isso...você é o meu irmão, meu melhor amigo..eu sinto muito por ter deixado você.

Eu queria abraçá-lo, consolar ele e dizer que tava tudo bem, que tudo aí dar certo.

- Izabelle...eu espero que você acorde logo, porque não sei quanto tempo ela aguenta mais...ela não está bem, tenho medo de perdemos ela..não sei como ficaríamos se isso acontecesse. Ela não dorme, mal come...não fala mais como antes...você tem que acordar irmão..ela precisa que você acorde.

Minha pequena, eu sentia a presença dela..mas com o passar do tempo foi como se ela estivesse sumindo, mesmo sentindo o cheiro dela sentada ao meu lado, havia algo diferente..seu cheiro estava diferente, tinha tanto medo, angústia e tristeza que me lembrava quando ela estava com os Dantas.

seu cheiro estava diferente, tinha tanto medo, angústia e tristeza que me lembrava quando ela estava com os Dantas

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Minha cabeça doía, meus olhos queimavam e meu corpo estava chegando no limite. Mas aquilo me distraía, dele deitado naquela cama...sem falar, sem se mexer..aquilo me matava.

- Você tem que dormir...tem que dormir. - Eu dizia para mim mesma, mas o sono estava muito distante.

Amélia tinha decretado que não poderia voltar ao hospital antes de ter dormido pelo menos quatro horas, o que era crueldade na minha opinião, estar deitada na cama era difícil.

- Você quer companhia ? Posso ficar ?? - Daniel perguntou da porta do quarto, um sorriso singelo em seu rosto.

- Você é sempre bem-vindo...deita aí. - Ele sentou ao meu lado ou melhor, ele estava sentado e eu deitado sobre as cobertas quentes, sinto falta do meu ninho nessas horas.

- Sabe, já vi cadáveres parecidos com você...

- Idiota...eu sou mas bonita. - Disse rindo.

- Ah sim, com certeza é...então já contei para você sobre a Nina.

- Não !! Quem é Nina ?? Nossa deixa para contar agora...que maldade.- Me acomodei na cama para escutar ele.

- Conheci ela na faculdade, ela faz artes cênicas...ela é fofa..mas é foda também.

- Vai lá, conta mais pra mim..- Ele atiçou minha curiosidade.

Por mais uma noite, James se encontrava em claro sentado em uma poltrona no escritório bêbedo uma dose de whisky, todos dormiam até mesmo Izabelle, Daniel havia conseguido a proeza de fazê-la dormir

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Por mais uma noite, James se encontrava em claro sentado em uma poltrona no escritório bêbedo uma dose de whisky, todos dormiam até mesmo Izabelle, Daniel havia conseguido a proeza de fazê-la dormir.

O porta retrato em suas mãos era pesado, os dois sorrindo para a foto que sua mãe tinha tanto insistido, foi em seu casamento... Chris foi seu padrinho, os irmãos sempre foram parecidos uns com os outros, apesar de Oliver e Daniel terem os cabelos mais claros assim como sua mãe, mas sempre disseram que os dois eram idênticos.

Nunca haviam ficado tanto tempo brigados um com o outro, nunca houve essa distância antes. Se James era teimoso, Christopher era mil vezes pior, dar o braço a torcer não era uma característica deles.

O acidente do mais velho dos irmãos Cross havia aberto os olhos dele, perder Christopher significava perder seu melhor amigo, seu irmão mais velho...perder um membro da matilha. James se sentia culpado, culpado por não estar conversando com o irmão, culpado por não ter viajado com ele.

Christopher estava somente a dois dias em Londres, voltava para seu apartamento quando aconteceu, um problema mecânico disseram, ele perdeu o freio, seu irmão bateu o carro contra um muro de concreto...várias costelas quebradas, perna esquerda perfurada pelos vidros, perna direita presa entre as ferragens..foi sorte o airbag não matá-lo. Se fosse um Beta, se fosse um Ômega...se Izabelle estivesse no carro com ele, não seria provável que estivesse viva, Alfas tinham mais resistência, curavam mais rápido.

Foram cinco dias, cinco dias para que Christopher pareça novinho em folha, surpreendendo os médicos e Amélia...como ?? Como curar tão rápido, para os Cross era uma alívio, não haveria sequelas..porém, Christopher não acordava.

Isso os matava, cada um deles estava no limite... à espera que Christopher finalmente despertasse.

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