𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧𝐭𝐞𝐞𝐧

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Quando acordei, pensei que o que tinha acontecido ontem a noite fosse um sonho. Cai na realidade quando senti seu cheiro ainda impregnando em mim. Camabaleio ainda meio dormindo quando escuto o telefone tocar, atendo, era Makima na ligação.

ㅡ S/n? ㅡ afirmo para elaㅡ Ótimo! Queria falar com você mesmo.

Me escoro na bancada, franzo a testa vendo um corvo na sacada.

ㅡ Quero que você patrulhe com Aki e o Demônio Anjo. ㅡ desconfio, olhando o corvo.

ㅡ Algum motivo especial? 

ㅡ Acho que vocês se dariam bem. Mesmo que Aki tenha que força se dar bem com ele. Você se enturmar fácil, isso ajudaria. ㅡ sua voz era uma melodia doce como sempre ㅡ Aki tem que matar mais demônios para ir na expedição do Demônio da Arma. Você já está um caminho andando.

ㅡ E por que eu tenho que ir? ㅡ semicerro os olhos.

ㅡ É a parceira dele.

Xingo baixo. Passo meu dedo pela minha temporã, suspiro. Concordo e encerramos a ligação, me sento na bancada encarando o pássaro, que agora voava. Sempre que falava com Makima esses pássaros aparecem. Coincidência não deve ser, não vindo dela.

ㅡ Quem era? ㅡ a voz de Aki ecoa pelo lugar, dou um pulo me assustando.

ㅡ Minha família que não era. ㅡ pego o cigarro acendendo dando uma gargalhada ㅡ Era Makima.

Me levanto indo pro meu quarto. Ignorar ele seria difícil já que somos parceiros, então, vou fingir que nada aconteceu e esconder qualquer sentimento que eu sinta até sumir. Ótima idéia. Tomo um banho querendo me afogar na banheira, ou tomar gasolina, quem saiba assim esses sentimentos queimar junto com as borboletas.

Power e Denji estavam dormindo no chão da sala, acompanhandos pelo rouco do dois.

Explico o que Makima tinha me falado sem olhar em sua cara, e mudando de assunto quando Aki tocava sobre ontem a noite. Aquilo foi um erro. Eu erro demais na minha vida, mas não em relação a isso. Você está sendo uma corvade. Penso para mim mesma ne remoendo por dentro.

Fomos caminhando pois era perto, tinha levado luvas por precaução. Com a katana atrás das costa, ando olhando para os lados, nunca para Aki. Tinha quase certeza que minha bochechas estavam vermelhas. Não parecia que ele queria tocar no assunto, talvez tenha sido errado para ele também.

Era o que eu pensava até ele abrir a linda boca.

ㅡ Me desculpa. ㅡ essas palavras saindo dele são raras para mim.

Olho para sua cara sem entender.

ㅡ O que? Aki Hayakawa pedindo desculpas? Pra mim? ㅡ tinha que zoar sua cara, ele revira os olhos, dou um riso baixo ㅡ Pelo o que exatamente?

ㅡ Por ter te beijado. ㅡ contínua olhando para frente.

ㅡ Ah. ㅡ ele foi direto demais me deixando mais nervosa ainda ㅡ Tudo bem, quem iria resitir a mim. E não foi só você que beijou sozinho.

Faço um gesto com a mão triunfante. É lógico que estava sendo irônica, queria eu ter mesmo essa autoestima.

Chegamos ao encontro com Angel. Ele estava sentado no banco, faço companhia fazendo o mesmo, tomando uma casquinha de sorvete, nós dois encaravamos Aki com seu semblante de sempre.

ㅡ Quer sorvete? ㅡ ofereço para ver seu mau humor passava.

ㅡ Quero ir patrulhar. ㅡ me fuzila com o olhar.

ㅡ Tchau. Toma cuidado. ㅡ digo pegando mais duas casquinha, uma pra mim e outra para Angel.

Aki reclama, reclama e reclama. Me levanto e passo sorvete no seu nariz rindo, termino de comer e saio saltitante não querendo ser morta. E finalmente fomos patrulhar. Deixo todo o trabalho para Aki, eu já iria na expedição do Demônio da Arma não teria motivo para matar mais demônios. E estava com preguiça.

Me sento no muro balançando as pernas o vendo matar demônios. Angel estava parado, sendo preguiçoso. O olho pelo canto. Um demônio com grande poder tendo tanta preguiça de utilizá-lo, deduzo que algo deva o incomodar ao usar ele.

Agora estavamos preso pela chuva, usamos um prédio como refúgio. Estava em um canto sentada anotando em um caderno pequeno.

"Demônio do Anjo ㅡ> Tem desejo em ver os humanos morrerem de forma dolorosa. Não gosta de trabalhado e prefere morrer. Preguiçoso."

ㅡ É. ㅡ suspiro conversando comigo mesma ㅡ Vai ser difícil fazer uma amizade com ele, ou mudar sua visão sobre as coisas.

Guardo o caderno no bolso de dentro do meu terno, me levanto com as mãos para trás, me aproximo deles, sua conversa era sobre uma cantiga antiga. Já era um começo, melhor do que estarem se matando.

ㅡ Já estão se dando bem?

ㅡ Não. ㅡ respondem juntos.

Balanço a cabeça, acendo um cigarro pelo tédio. A chuva parecia que não ia parar tão cedo. Olho para Aki, ele já estava me olhando.

ㅡ Perdeu o que na minha cara? ㅡ encho meus pulmões de fumaça.

ㅡ A vontade de ficar te olhando. ㅡ desvia o olhar revirando os olhos.

ㅡ Fecha os olhos. ㅡ implico.

ㅡ Não quero. ㅡ retruca, coloca a mão no bolso.

ㅡ Que bom pra você. ㅡ viro a cara.

ㅡ Ótimo para mim. ㅡ dá um sorriso debochado.

ㅡ Dá pra cortar a tesão de vocês dois com a tesoura. ㅡ Angel fala encolhendo as asas. Fico perplexa pela suas palavras.

ㅡ Angel!? Como assim você não é um anjo inocente... ㅡ digo baixo boquiaberta em choque, balanço a cabeça ㅡ E não sinto nada por ele além de ódio.

ㅡ Odeia é? ㅡ Aki ri debochado, tranco o maxilar dando um chute em seu saco.

Ele se encolhe de dor, aliso seus cabelos sorrindo. A chuva tinha afinado, era o momento perfeito para irmos. Pego seu braço passando pelo meu ombro o ajudando a andar, era o mínimo após ter chutado suas bola no momento de raiva. Angel usa suas asas como um guarda-chuva nos protegendo dos pingos da chuva. Acho fofo da parte dele.

Logo chegamos em casa, por causa de seu peso jogado em cima de mim bato sua cabeça na porta.

ㅡ Foi sem querer. ㅡ mordo o lábio segurando a risada. Realmente foi sem querer. O levo pro seu quarto o deitando em sua cama. ㅡ De nada!

Coloco a mão na cintura recuperando o fôlego.

ㅡ Obrigado por ter me chutar de graça? ㅡ franze a testa. Peço desculpas por isso

ㅡ Já pedi desculpa. Foi na hora da raiva. ㅡ cruzo os braços, suspiro.

Aki se senta, começa tirando sua gravata, sapatos e terno. É, começou a ficar calor aqui.

ㅡ Perdeu o que na minha cara? ㅡ Aki diz sabendo que eu não estava olhando para sua cara.

Subo meu olhar para seus olhos. Faço um gesto vulgar com a mão, dou um sorriso de lado e vou embora pro meu quarto. É, nunca pensei na possibilidade de estar pesando isso. É, eu me fudi. Me fudi bonito.

Contínua...

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍𝐒, Aki HayakawaOnde histórias criam vida. Descubra agora