𝐟𝐢𝐟𝐭𝐞𝐞𝐧

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Com as pernas esticadas na parede, estava deitada no meio de minha cama com a cabeça virada de cabeça para baixo. Usando meias uma de cada cor por não conseguir achar os pares certos, cantarolava uma música que Iyato cantava para mim com sua guitarra.

Ouço gritos vindo de fora do quarto. Rolo pela cama e caio no chão de quatro. Vou engatinhando até a porta e me levanto abrindo ela. Me agacho quando um copo de vidro é lançado na minha direção. Era Denji e Power, como sempre.

ㅡ Me dá seu pedaço de pão seu cabeça de motosserra! ㅡ Power gritava querendo um pão.

ㅡ Sai pra lá, Powerrorosa!

Power vai pra cima dele o fazendo cair. Me escoro na porta e cruzo o braço, rindo baixo. Pareciam cão e gato correndo atrás de um pão. Parecia estar morando em um hospício, mas pelo menos me divertia. Passo por eles os deixando terem sua discussão "saudável".

Vou na cozinha, pego umas laranjas e as corto no meio, lavo o espremedor e começo a espremer as laranjas, adiciono água gelada e açúcar, fazendo um suco. E ainda dizem que sou péssima na cozinha! A panqueca queimada são águas passadas...

Encho o peito triunfante por ter conseguido fazer isso. Coloco a mão na cintura orgulhosa de mim mesma. Quando passo pelo os dois, um deles acerta minha mão fazendo meu suco cair no chão. Com a cabeça abaixada, me sinto derrotada.

Levanto a cabeça e dou um sorriso, depois, acerto a cara de Denji com um soco, quando vejo já estou no meio da briga deles, enforcado o demônio e com o pé na cara da infernal.

ㅡ Ô criança de 19 anos. ㅡ Aki chama minha atenção, Power puxava meus cabelos. O suco derramado perto se mim, frustação... ㅡ Estão nos chamando.

ㅡ Já vou. Depois de acabar com esses dois. ㅡ aperto mais o pescoço de Denji pelo meu suco derramado. Power estava com uma de suas pernas na minha cabeça empurrando.

Me levanto rapidamente deixando os dois caírem no chão. Me lembro de algo qur tinha que fazer hoje, só não lembrava do que era.

ㅡ A mudança de humor dessa mulher ainda vai matar alguém... ㅡ Denji diz jogado no chão.

Vou pro meu quarto me lembrando, tinha que achar meus fios. Procuro no meio daquela bagunça, pilhas de caixas e revistas. Acho os fios, porém, eles estavam normais, os demônios deveriam ter ido embora após passar muito tempo sem serem alimentados. Xingo mentalmente. Visto meu uniforme, coloco duas facas, uma em cada bota que usava.

Posiciono minha katana no quadril. Fecho a porta olhando pelo ombro o arco de osso que tinha que aprender a usar agora. Entro no carro, Aki estava me esperando. Não nos falamos durante o caminho. Nem sobre o acontecimento de ontem, estava sóbria o suficiente, me lembrava de todos os detalhes e a sensação. Até do nosso quase beijo. Entao, vou fingir que não lembro de nada!

Andávamos lado a lado até a sala de Makima. Os olhares eram colocados sobre a gente, nos seguindo. Aki bate na porta, entramos quando ouvimos a mesma falar: "Pode entrar".

ㅡ Vou tentar ser direta e rápida. ㅡ estava em pé atrás da mesa, de costa para a gente. Sorrindo ㅡ Se não se importarem, vou encarregar vocês dois de cuidarem do Demônio da Arma. Acho que ambos tem potencial suficiente para isso.

Não era ela que estava me chamando de fraca a semanas atrás? Fico boquiaberta com os braços cruzados. Ela quer que a gente morra? Não é possível...

ㅡ Sem problemas. ㅡ Aki concorda, o fuzilo com o olhar. Forço um sorriso para Makima fingindo estar sobre acordo.

ㅡ Sem problemas! ㅡ sorrio quase querendo cortar esse cabelo de cebola ao meio.

Puxo Aki para fora da sala pela sua gravata. Não importando sobre os olhares sobre nós no caminho. O mesmo fica sem entender. Fecho a porta da Makima com delicadeza, ainda puxando ele, o levo até para fora.

ㅡ Você tem problema ou o que? ㅡ o solto pra cima do carro quase o fazendo cair.

ㅡ A única coisa que me importa é matar ele. ㅡ pega um cigarro dando de ombros. Tiro o cigarro de sua mão o fazendo prestar atenção no que ia dizer.

ㅡ Você sabe que não importa se fomos fortes o suficiente, ou sei lá o que se passa na sua cabeça. Nós não damos conta dele! ㅡ afirmo, chego próximo ao seu rosto ㅡ Não ligo se iremos morrer. Não quero que nossa morte seja atoa.

ㅡ Eu não me importo de morrer. E sei que você também não. Cumprindo meu objetivo não importo com o que aconteça depois.

Olha no fundo dos meus olhos. Tranco meu maxilar, mordo minha língua me segurando para não meter o soco nele. Me sentia incomoda com isso de certa maneira.

ㅡ Ela nos colocou nessa posição para morrer. Makima sabe que só nos dois não é o suficiente. Teria que montar uma ótima estratégia e um bom plano, uma boa equipe e muitas pessoas. Tendo consciência que 50% dessa equipe não irá resistir. Isso demoraria meses. Não ia ser mamão com açúcar assim. ㅡ abaixo a cabeça ㅡ Você fala do Denji mas, deve ser outro cachorrinho Makima.

Dou gargalhada, dou as costas para ele. Não espero ele responder. Entrego na sua mão o cigarro. Saio andando, precisava esfriar a cabeça.

ㅡ Onde você vai? ㅡ diz de longe.

ㅡ Encher a cara. Ou me jogar no mar, quem sabe. ㅡ digo em tom sarcástico.

Não estava fazendo drama. Estava irritada. Makima estava usando nos de algum jeito e mesmo assim, conseguimos cair feito patinhos. Não sei porquê sou tão desconfiada com ela, talvez só seja paranoia minha, ou não. Confia nas pessoas sempre será um desafio mortal para mim.

Ouço o barulho de um carro que era bem familiar, andava bem devagar me acompanhando. Olho pro céu e xingo baixo murmurando. Desvio meu olhar irritado para ele, sua cara era debochada. Me rendo, já não aguentava mais andar, não que eu seja sedentária. Não curto caminhadas. E Aki sabia disso. O xingo de todas as formas possíveis em minha mente.

Abro a porta do carro e entro. Bufo e Aki ri.

ㅡ Ah. Como eu te odeio. ㅡ murmuro, cruzo os braços.

ㅡ O sentimento é recíproco. ㅡ coloca suas mãos no volante.

ㅡ Eu te odeio mais.

ㅡ Mesquinha.

ㅡ Mimado.

ㅡ Estressada.

ㅡ Cabeça de cebola.

Olho pelo retrovisor. Aki me fuzila com o olhar. Dou um sorriso e logo uma gargalhada baixa.

ㅡ Relaxa, emo. ㅡ sussuro.

ㅡ Você é irritante. ㅡ murmurou olhando para mim de lado.

Ah, se olhar matasse...

ㅡ Eu sei. Por isso eu vivia em um freezer. ㅡ rio até minha barriga doer. Até que uma lágrima escorre de meus olhos ㅡ Essa piada foi de gelar...

Aki me dá um lenço sem desviar seu olhar para a estrada. O jogo na minha cara, cruzo os braços olhando para cima. Com os olhos fechados, ouvia o som dos pneus rodando na estrada, um barulho alto. Relaxo e acabo pegando no sono.

Contínua...

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍𝐒, Aki HayakawaOnde histórias criam vida. Descubra agora