𝐭𝐡𝐢𝐫𝐭𝐞𝐞𝐧

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Mando o Demônio da Sombra ficar atento caso ele veja algo pelas suas sombras. Fico batendo minha katana pelos arredores verificando se não tem nenhuma armadilha pelo caminho.

Havia um caminho pela direita e a esquerda, sinto um calor vindo da esquerda. Então vou por ela, me encosto na parede e uso o reflexo de minha katana para ver quem estava ali, vejo chamas douradas e um cabelo platinado.

ㅡ Toshi! ㅡ grito, contraio meus lábios em um sorriso mostrando os dentes.

Chamo sua atenção após ele acabar de queimar mais zumbis. Toshi se vira e sorri, seus chifres estavam maiores, o que me preocupou. Saiu correndo em sua direção e pulo nele, ele me abraça forte.

ㅡ Que saudades desse seu fedor de bunda. ㅡ prendo a respiração ao sentir seu fedor.

ㅡ E eu desse seu humor quebrado. ㅡ desfazemos o abraço.

Era uma entrada sem saida, com cinzas e órgãos espalhados. Subo nas costas de Toshi o fazendo me carregar para fora.

ㅡ Seus chifres cresceram. ㅡ toco neles os sentindo quente.

ㅡ É... Mas, não tem com o que se preocupar!

Toshi era o Demônio das Chamas, conseguia fazer chamas de várias cores e isso aumentava seu poder. Porém, isso ia o queimando por dentro e, seus chifres iam crescendo mais e mais o avisando. Seu corpo ia se desgastando, com isso vinha a morte instantânea.

ㅡ Como tá sendo ser parceira do Hayakawa? ㅡ muda de assunto.

ㅡ No fundo ele é legal, está dando certo até agora. E o que você está fazendo aqui?

ㅡ Estou com os outros infernais... ㅡ vejo suas bochechas corando.

ㅡ Você continua gado e fedorento. ㅡ percebo que ele já estava gostando de outro infernal, desço de suas costas ㅡ Quem é?

Voltei para o ponto inicial, o tubarão e o cara de corvo focavam no Demônio Aranha, e o Angel nos zumbi. Olho para Toshi percebendo que estava olhando para o anjo sorrindo e corando.

ㅡ Vai que é sua atacante! ㅡ dou apoio em deu ombro e sorrio.

ㅡ Você acha que daríamos certo? ㅡ me pergunta envergonhado.

ㅡ Não.

Mato dois zumbis arrancando suas cabeças para fora de seus corpos. Toshi usa suas chamas para queimar os mesmo, falo para deixar uma cabeça, a pego e entrego para ele que estava cabisbaixo.

ㅡ Toma. Dá pro anjo.

ㅡ Por que eu daria isso?

ㅡ Por quê não? ㅡ jogo a cabeça para ele ㅡ Te dou cobertura matando os zumbis, coisa que não era pra eu estar fazendo, então anda depressa.

Chuto um dele o fazendo cair, coloco meu pé em sua cabeça e corto sua garganta. Acerto o coração de outro o fazendo sair inteiro na minha katana.

ㅡ Você pode dar isso também se preferir. ㅡ aproximo de sua cara, Toshi faz sinal de vômito ㅡ Qual é, você é um demônio ou um saco de batata?

ㅡ Acho que um saco de batata ou o Demônio Jumento... ㅡ coloca a mão na boca segurando o vômito e dizendo baixo.

Boquiaberta o encaro. Fico em silêncio e simplesmente saio para o elevador. Eu sabia que Toshi era burro, mas não ao ponto de se achar um saco de batata. Toshi afinal, é um infernal com pouco QI, sempre teve ideias estúpidas e suicidas. O que já tinha virado rotina para ele. Além de não tomar banho e feder a cabelo de bunda.

Fomos criados juntos mas, nem tão juntos ao mesmo tempo. Makima sempre esteve ao meu lado cuidado de mim, como uma irmã, o que não a considero, entretanto, a agradeço por ter cuidado de mim. Mas, meus sonhos que tinha com frequência me alertavam perigo vindo dela. Isso também pode significar nada.

Vou pro próximo andar quando não encontro nada em outro. Com muito sangue sendo derramado, Power fazia o que sabia fazer de melhor.

ㅡ Ei! Ei! Veja eu, Power, sendo a melhor, Mahine! ㅡ mata alguns zumbis.

Viro a cabeça pro lado e vou pra outro andar descendo, a observo até que a porta se feche.

Penso no meu irmão. Em Himeno e sua carta destinada a mim. Em Makima, teria algo estranho vindo da pessoa que ajudou a te criar?

Que pergunta besta. A respota era obviamente sim.

A porta se abre, um grupo de sete zumbis era relevado. Não iria usar nada de especial neles, apenas minha katana. Dobro meus joelhos quase sendo encostados no chão, seguro a katana no rumo de meus olhos, observava eles se movimentando notando minha presença.

"Você só é boa com katana. Inútil com outro tipo de arma, principalmente arco e flecha e armas."

Lembro das palavras de Hayga enquanto me ensinava a me defender. Seguro com mais força o cabo começando a doer.

"Vamos! Não quero uma decepção na família como você. Vou te transformar em algo que ela deva temer. Levante-se e continue."

Não sabia quem ele se referia no "ela", e nem quero saber. Tranco meu maxilar de frustação e ódio. Em um movimento rápido, corto a cabeça de quatro deles, arranco o coração de um, e corto o corpo do último deixando em pedaços.

"O ódio te motiva. Nunca, nunca sinta outra coisa além de ódio. Nunca sinta amor romântico, ele te enfraquecerá e te matará."

Olho para cima com sangue derramado em meu rosto. Se o amor é tão ruim assim, por que nossos pais se apaixonam? Por que Iyato queria sentir isso também?... Talvez isso não seja para mim afinal. Ouço pelo pequeno rádio que usavamos para nos comunicar, tinham achados ambos.

ㅡ•°°•ㅡ

Na sala, todos jantavam em volta da mesa. Me sinto feliz, não sei o motivo, apenas deixo o sentimento permanecer. Bebo uma latinha de cerveja sem muito álcool vendo todos felizes. Power cai no chão deitando e Denji a acompanha pegando no sono. Eu e Aki ficamos em silêncio.

Termino de beber, pego a bandeja e começo a juntas o lixo do jantar. Aki se levanta e abre a porta da sacada, antes de passar por ela, diz algo que me surpreende:

ㅡ Makima tem algo para te dar, quer te ver amanhã. ㅡ fala dando as costas.

Não digo nada. Jogo as embalagens no lixo e coloco a bandeja com os pratos na pia, até porque não ia ser eu que lavaria. Vou pro meu quarto, abro a janela colocando meus braços para o lado de fora. Fumando o cigarro, consigo ver Aki na sacada, também fumando.

Várias coisas se passam na minha mente.

Shadow. ㅡ o chamo baixo.

ㅡ Sim? ㅡ aparece na escuridão.

ㅡ Tenho quando tempo de vida?

ㅡ 12 anos.

ㅡ Você consegue ver quanto tempo de vida dos outros? ㅡ pergunto por curiosidade.

ㅡ Negativo.

ㅡ Merda...

Xingo baixo abaixando a cabeça. Puxo mais fumaça para meu pulmões. Penso no diário do meu irmão, e na possibilidade de eu ler a carta de Himeno. Penso em Toshi, quase imortal mas, que seu próprio poder poderia o matar facilmente não usado com moderação.

Me permito pensar sobre meus sentimentos pela primeira vez em anos, repreender eles sempre foi uma obrigação de Hayga para cima de mim. Porém, ele não está mais entre nós.

Penso em como gosto de comparar Aki com o oceano, achava que era pelo seus olhos azuis, mas não. Por não ter sido descoberto totalmente. Jogo a cabeça para trás soltando fumaça.

Odeio ele. Odeio tanto pelo fato que não consigo pensar em outra coisa. Odeio ter que esconder isso.

Contínua...

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍𝐒, Aki HayakawaOnde histórias criam vida. Descubra agora