𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍𝐒, Aki Hayakawa

𝐧𝐢𝐧𝐞

ㅡ Pedra, papel e tesoura! ㅡ coloco papel e Aki pedra ㅡ Ganhei!

Emburro Aki para mais perto do trilho quase se desmoronando de tão enferrujado. Fizemos a brincadeira para ver quem iria arriscar sua vida andando em cima do trilho. Eu que tinha dado a idéia e o obriguei a jogar. Parando para pensar, parece algo homicida.

ㅡ Eu vou te ajudar ficando bem aqui. ㅡ dou apoio moral, aceno com a mão sorrindo mostrando os dentes.

ㅡ Ninguém merece... ㅡ suspira e começa a ir na direção do trilho.

É claro que eu estava brincando, se ele morrer, com quem eu iria encher o saco? Ainda mais que Toshi se fora. Um traço da minha personalidade é encher o saco da pessoa até ela querer correr atrás de mim com uma faca. Me lembrou a vez em que Hayga queira fazer isso... Mas Iyato impediu.

Makima uns dias para trás me deu um frasco com sangue meu, para que eu usasse nos meus fios ou na marca em meu pulso. Sem usar muito de meu sangue desnecessariamente. Mergulho a ponta do meu dedo indicador no frasco e passo o sangue no pulso.

Minha visão se amplia. Não sabia se era tudo o que esse contrato me fornecia, espero que não. Porque se for, eu mato esse demônio.

Consigo ver a silhueta do demônio, tinha tentáculos, três de cada lado, dentes tortos e uma boca gigante, cabelo ralo, parecia mais com uma amoeba enorme marrom. Identifico o demônio e aviso para Aki:

ㅡ Sai dai! Agora! ㅡ Aki dá de ombros ao meu aviso e contínua.

Aquele era o Mud Devil, entramos em seu território, estamos dentro do seu estômago, junto ao seu corpo real. Os trilhos se transformam em mais tentáculos. Penso rápido e uso meus fios lançando eles em Aki, o puxo trazendo para perto de mim. Impeço que ele seja atacado.

ㅡ Eu falei pra você sair de lá! ㅡ solto meus fios. Aki se levanta ㅡ Estamos dentro do demônio da lama, em seu território, se não o matarmos rápido iremos virar lanchinho.

Todo o lugar começa a se encher de lama nos encurralado. Tentáculos são disparados em nossa direção, não tinhamos muito lugar para onde correr. Com minha visão consigo ver o interior do demônio, não havia coração nenhum ali, apenas gosma.

ㅡ Consegue usar seu cachorro? ㅡ implico usando o termo "cachorro".

Aki suspira revirando os olhos.

ㅡ Kon. ㅡ sua raposa engole o demônio inteiro.

Ficamos em silêncio. Todo aquele lugar estava em silêncio.

Até que um dos tentáculos arremessa Aki, o afundando na lama. O demônio se regenera, sou derrubada no chão por outro tentáculos. Aquele demônio sussurava palavras e mais palavras em uma língua indecifrável. Pego minha katana cortando o mesmo, me levanto e vou até Aki, passo seu braço pelo meu ombro.

ㅡ Você tá legal?

ㅡ Estando vivo é o que importa. ㅡ geme de dor ㅡ Posso usar a...

ㅡ Não. ㅡ o interrompo já sabendo o que iria falar ㅡ Deixa que uso a minha.

ㅡ Eu nem ia falar katana...

ㅡ Calado!

Enquanto decidimos o que fazer, mais uma vez dois tentáculos nos atacam, nos mandando para longe e em direções diferentes. Não soltei minha katana em momento algum, a seguro com mais força e me levanto a arrastando no chão. Lanço uma rajada de vento que paralisa o demônio.

ㅡ Nightmare! ㅡ chamo ele, minha mão começa a arder ㅡ Me ajuda, agora. ㅡ dou uma ordem.

A palma de minha mão que ardia surge um olho aberto, a marca começa a brilhar em chamas douradas. Ergo a mão na direção do demônio, Nightmare Devil aparece na sua forma não humanoide, não tinha mais perna, era uma cauda semelhante a nuvens negras, seu tamanho dava dois na do demônio da lama.

Com suas garras enormes Nightmare as perfura na cabeça do outro de sua espécie, olhava fixamente para os olhos dele, brilhando a dourado. Era como se ele estivesse entrando na mente dele e o destruindo internamente. Consumindo seu interior.

Sua cabeça é explodido. A lama pegajosa e podre do demônio estava esparramada pelo chão. Nightmare olha para, um olhar maldoso e perverso.

ㅡ Não gosto de receber ordens. ㅡ se olhar matasse eu já estaria morta.

ㅡ Então trata-se de se acostumar. ㅡ afirmo.

Sinto minha pele da canela sendo arrancada. Ele some dando um sorriso mortal.

ㅡ Você se superou fazendo um contrato com esse tipo de demônio. ㅡ Aki aparece mancando falando atrás de mim.

ㅡ Não tive muita escolha. ㅡ limpo o sangue de meu pulso voltando a enxergar normal. Enfaixo minha canela ㅡ Só pra lembrar, ainda estamos dentro do demônio.

ㅡ Jura? ㅡ diz em tom sarcástico.

ㅡ Até manco consegue ser sem educação...

Respiro fundo e guardo minha katana. Aki começa a revistar os pedaços de lama podre no chão. Sabia o que estava fazendo, então o ajudo para que acabe logo.

ㅡ Se seus irmão foram mortos pelo Demônio da Arma, você o mataria?

ㅡ Mataria como qualquer outro demônio.

ㅡ Até seu amigo infernal? ㅡ se refere a Toshi.

ㅡ Talvez, não sei ao certo. ㅡ afundo minhas mãos mais para fundo da gosma.

Toshi é um infernal racional, mas ele é um pamonha. Não acho que tenha conseguido matar meus irmãos ainda criança, não que eu esteja o subestimado.

Aki depois de algum tempo acha um pedaço do Demônio da Arma, era bem pequeno mas, já era alguma coisa. Uso meus fios para abrir mais a passagem abertada, minha claustrofóbia já estava me fazendo ficar nervosa. Odeio lugar apertados.

Tudo isso veio graças ao Hayga, que me deixava trancada dentro de um freezer desligado quando eu não fazia algo direito ou fracassava no treinamento, por sorte tinha Iyato que me tirava de lá antes da hora. Muito obrigada, Hayga!

ㅡ•°°•ㅡ

Estava me arrumando e tirando o cheiro de podridão pregado na minha pele. Todos nós e Himeno iriamos para um restaurante. Gostei da ideia porque é comida de graça, e meu bolso tá mais quebrado que minha coluna.

Cuido da minha pele arrancada a enfaixando e limpando com remédio. Sinto minha intuição atacando novamente. Termino os curativos e abro a caixa de Iyato, bem no fundo havia um anel e um bilhete. Pego os dois, o anel era fino e banhado a ouro, com uma pedra de prata ao meio.

"Shadow Devil."

Jogo o bilhete de volta na caixa acabando de ler.

ㅡ Demônio da Sombra... Interessante.

É claro que eu tinha em mente fazer contrato com esse demônio, não gosto de perder chances. Saio do meu quarto o trancando, aviso que iria na frente resolver algo e os alcançava depois.

Contínua...