Capítulo 2

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Há milhares de anos atrás eu sabia que estava condenado e julgado sem desculpas para me defender, como poderia se Deus era o próprio juízo.

Nunca me importei com essas criaturinhas, mas eu comecei a sentir um encômodo horrível, sentia minhas pernas formigarem, meu corpo não ser mais meu e sim de alguma coisa.. alguém..

Fiz de tudo durante longos e incessantes e perturbadores 17 anos, eu me sentia torturado por mim mesmo. Eu não consegui falar, meus olhos ficaram cegos todas as vezes que os fechava.

Fiz de tudo pra parar, cacei explicações com cada demônio que existia naquele vasto inferno, tive lutas incessantes pelo fato de estar questionando a minha fraqueza com os meu inferiores.

Demônios se viraram contra mim, eu destruí a escuridão dentro de cada um até que os seus ossos virassem as cinzas do fogo ardente que seus pés pisavam.

Então um voz suave como a de um anjo cantou até às entranhas da terra e viesse ate meus ouvidos, não me importei com o que era, se era boa ou ruim, se poderia me salvar ou me afundar mais. Mas eu a segui cegamente, a voz que me trouxe de volta a terra.

E quando bati meus olhos naquela garota soube de quem era a voz, eu senti.. Era como se eu estivesse a estrela mais radiante do céu e o fogo mais quente do inferno.

Eu falaria isso a Miguel, claro que sim. Mas eu tenho que fazer jus ao meu nome.

ー Eu já lhe disse, - me sento em um banco longe da garota de cabelos negros- não vou fazer nada.

ー Então por que não vai embora? - ele se senta ao meu lado-

ー Pelo mesmo motivo de você não ir - coloquei meus cotovelos sob meus joelhos e olhei para cima- você não consegue voltar.

Miguel ficou em silêncio e isso me fez questionar se ele estava cogitando duvidar de nosso pai. Mas eu estava errado.

ー Você está dizendo que nosso pai quer a gente aqui? - ele olha para frente - ou seja lá o que isso for.

Volto minha atenção ao meu irmão e suspiro antes de irritar os seus olhos e ossos.

ー Deveria saber o nome dela - ele me olha confuso - foi você quem fez, bom. Seja lá o que isso for.

Miguel não se alterou, apenas sorriu.

ー Sabe Damon, eu gostaria muito ter feito uma criança em alguém - ele debocha - mas eu não fiz aquilo - ele aponta a garota de cabelos negros-

Olho em direção ao seu dedo e todas as vezes que olho na direção daquilo, da garota meus olhos ardem. Incomoda.

Miguel não tinha dificuldade alguma para olhar em direção da garota, o que me irritava. Dava a ele uma vantagem.

ー Se não foi você quem fez aquilo - continuo olhando para ela, forçando as minhas vistas a suportar - como pode brilhar e me incomodar como um de vocês.

ー Damon, eu acho que eu deveria conversar com ela - olho para Miguel me perguntando se ele estava prestes a dar um tilt na aura dele-

Então ele continua..

ー É, ela parece ser uma serva de Deus, e você sabe né - Miguel se vangloria- ela agradecerá que sou um anjo em todas as orações que fizer.

ー Sei muito bem a oração que você quer que ela faça - me levanto colocando as mãos no bolso - teve a certeza de que ela não é sua, o nosso pai não deixa você voltar então quer ensinar a bonitinha a orar.

Miguel era visto por muitos como um herói, mas na verdade ele não passava de um filho mimado que dava suas escapadas.

ー Sinto te informar - respiro fundo - você não pode chegar perto dela sem desligar essa sua aura brilhante ridícula, está sem força pra isso. - começo a andar- mas já eu irmão, bom. Eu sou coberto de trevas.

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Até o próximo capítulo diabinhos

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