Depois de quatro anos dos fatos em Imperium, depois de Lauren Jauregui ter seguido em frente, depois dela encontrar um novo amor, depois de, de fato, Camila Cabello ter virado apenas uma canção triste em sua vida, o reencontro entre essas duas almas...
Vestida de preto dos pés a cabeça, expressão fechada, olhar abatido e perdido, enquanto olhava para a sepultura onde Clara havia sido sepultada horas atrás, Lauren estava ali, parada, sem sequer mexer um músculo, feito uma estátua, travando uma enorme batalha dentro de si.
Desde que descobriu que Clara, na verdade, sempre esteve viva todos aqueles anos que achou estar morta, Lauren desejou todos os dias que estivesse morta e agora que, de fato, estava, não acreditava, nem sabia exatamente o que sentia. Era um misto de mágoa, rancor, raiva, tristeza, e uma angústia insuportável em seu peito, que a deixava imóvel.
Clara estava morta, era fato. No entanto, ainda sim, apesar disso, não obstante, sem embargo, Lauren ainda não conseguia perdoá-la. Não sabendo que quem não perdoa, torna-se prisioneiro das ofensas, das lembranças, de cadeias de amargura e ressentimento. Não sabendo que aquilo, era um passo para voltar ao fundo do poço, que tanto lutou para sair.
De repente, o céu riscou em um clarão, seguido de um trovão e logo a chuva começou a cair, mas aquilo não fora capaz de fazê-la se mexer. E enquanto a chuva caía sobre sua cabeça, aqueles pensamentos a consumia, mas nem por isso, derramou uma gota sequer de lágrima e logo sentiu a chuva parar de cair sobre sua cabeça, e uma presença ao seu lado.
Era Camila, segurando-lhe um guarda-chuva.
------ . Temos que ir. Você está aqui parada há mais de três horas, e todos já foram. ------ ouviu a voz de Camila e respirou fundo, desviando o olhar.
------ . E você ainda estar aqui por quê?
------ . Eu disse que não deixaria mais você sozinha e não vou. ------ assegurou e Lauren, lentamente, passou a ponta da língua por seus lábios ------ . Suas amigas ainda estão aqui também.
------ . Vamos. ------ virou-se, caminhando em direção a saída do cemitério, fazendo Camila levar o guarda-chuva para outra mão e a envolver pelo ombro, para impedir que a chuva a molhasse mais.
Ao vê-las, Dinah e Jade se levantaram e as seguiram até o carro. Adentraram o mesmo no banco de trás, enquanto Camila abriu a porta do passageiro para Lauren, que entrou e adentrou no banco do motorista.
O caminho inteiro, Lauren não disse uma palavra sequer, olhando para o nada, sentindo o nó preso na garganta, o aperto no peito, e uma vontade enorme de chorar, mas as lágrimas não vinham. E enquanto isso, Dinah a olhava pelo retrovisor a cada minuto, preocupada...
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Ao descer do carro, Lauren seguiu para entrada de sua casa logo atrás de suas amigas, mas parou e virou-se para Camila.
