capítulo 75

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7 anos depois

A famosa frase "o tempo cura" não serviu pra mim.

Pensar na Maria Louise ainda dói, sinto muito falta dela.

Faz duas semanas que terminei minha faculdade de administração... como escolhi o curso? Fácil, por passar um tempo ajudando Lúcia com a empresa, acabei me interessando e gostando de estar naquele meio.

Acabei virando o braço direito dela ali dentro e ela sempre deixou claro a confiança que tem em mim e a vontade de me passar parte da empresa.

No meu aniversário que por coincidência foi uma semana antes de eu terminar a faculdade, ela me deu metade da empresa.

Eu óbvio que falei que não aceitaria de forma alguma mas ela acabou me fazendo ceder e aceitar... hoje somos sócias e ela ainda me ensina muitas coisas sobre a empresa.

Conheci muitas pessoas durante esse tempo mas meu ciclo de amigos de quando cheguei em São Paulo continua forte, meio online mas forte.

Pyetra quando fez dezoito decidiu passar um tempo viajando pelo mundo e Fernanda pra deixar mais liberdade acabou terminando o namoro que tinham começado a pouco tempo e terminou também a faculdade de veterinária, pois é, ela convenceu os pais de que não se daria bem no direito e que sua paixão era veterinária.

Mateo tomou vergonha na cara e pediu Maely em casamento, chorei tanto que parecia que meu filho estava casando.

Eles já tiveram o primeiro filho, o Arthur, o bebê mais bagunceiro que já conheci, inclusive hoje é aniversário de dois aninhos dele e combinamos de geral fazer um encontro na casa do Mateo.

Luan e Cadu também casaram e tem uma filha, a Tequila... uma golden retriever.

Júlia foi pro Paraná morar perto da família do Mikael e ter ajuda pra cuidar do bebê quando ele nascer.

Cris está fazendo o que tanto sonhou, recentemente abriu um estúdio de música junto com Ph.

Thaty conheceu o Henrique em uma viagem pra Cabo Frio e se apaixonou no surfista, agora moram juntos em uma casa perto da praia.

Minha neném Antonella já está do meu tamanho, choro toda vez que vejo o quão rápido ela cresceu.

Meu irmão vive de rolo mas nunca algo sério, continua morando em Minas Gerais e Bia também.

*ligação*
[Fernanda]

- Está no seu apartamento? (Fernanda)

- Estou sim, por que? (Sophia)

- Estou subindo, vou com você pro Mateo. (Fernanda)
***

Alguns minutos depois ela bateu na porta.

- O que compra pra dar de presente pra uma criança? (Fernanda)

- Eu comprei um caranguejo que anda de um lado pro outro (Sophia)

- Mano, eu passei a manhã inteira pensando no que comprar e ainda não comprei nada (Fernanda)

- Relaxa, antes de irmos lá, dá pra passar no shopping e você compra. (Sophia)

- Diria que você é um anjo se não soubesse seu histórico de vagabunda (Fernanda)

- Que horror Nanda, faz um mês que não sei o que é beijar (Sophia)

- Estou assim viu (Fernanda)

- Eu não sei com que roupa eu vou (Sophia)

- Vai com o vestido verde que você comprou semana passada (Fernanda)

- Ah dona Fernanda, lembrei o motivo da sua agitação (Sophia)

-  O que menina doida? (Fernanda)

- Vai rever a Pyetrinha (Sophia)

Ela sentou no sofá e deu de ombros.

- tenho uma notícia maravilhosa pra te dar (Sophia)

- Já fala já (Fernanda)

- Ela vai ficar aqui no meu apartamento, acabou de mandar mensagem avisando que daqui duas horas é pra eu buscar ela no aeroporto (Sophia)

Ela levantou e foi até minha geladeira.

- Lembrei que vou comprar o presente sozinha e combinei de ir pro aniversário com os meninos. (Fernanda)

- Meu cu, você vai buscar ela comigo (Sophia )

- Sabe quanto tempo não falo com ela? (Fernanda)

- Quarenta minutos, você respondeu ela no grupo (Sophia)

- É diferente responder em grupo Sophia (Fernanda)

- Deixa de ser pamonha hein, vai no quarto de hóspedes ver se está tudo certo (Sophia)

- Folgada do caralho, vai fazer o que pra eu comer? (Fernanda)

- Miojo, quer? (Sophia)

- Eca, não, vai fazer um macarrão decente (Fernanda)

***

- Coloca na lava louça pra eu ir trocar de roupa. (Sophia)

- Vai lá (Fernanda)

Troquei de roupa, peguei a chave do carro e desci com Fernanda pra irmos buscar a Pyetra no aeroporto.

- Vou mandar o carro pra lavar. (Sophia)

- Por que? Está limpo ué (Fernanda)

- Acho que tem formiga, você não para quieta nesse banco (Sophia)

- Me erra vai (Fernanda)

- Coloca uma música aí (Sophia)

Ela colocou Mirrors do Justin Timberlake.

- Troca por favor? (Sophia)

Ela me olhou confusa, logo entendeu e trocou.

Que merda Maria Louise, tudo me faz lembrar de você!

- Ei? (Fernanda)

- Hum (Sophia)

- Ela vai voltar ok? (Fernanda)

- Não vai Fernanda, ela não vai.. (Sophia)

Estacionei o carro e chorei sentindo meu peito apertar.

Com o tempo isso foi acontecendo com menos frequência mas ainda acontece.

- Calma Soph (Fernanda)

Ficamos um tempo até eu me acalmar e depois entramos pra esperar Py.

alguns minutos depois ela apareceu cheia de malas e fomos ajudar.

- Caralho que saudade (Pyetra)

Ela me abraçou forte e olhou sorrindo pra Fernanda.

Achei que ia ficar mó clima tenso entre elas mas se abraçaram forte e deram... um selinho? Ué...

- Que patifaria é essa? (Sophia)

- Longa história Sophizinha (Pyetra)

- Você são duas vagabundas, isso sim, odeio as duas (Sophia )

- Odeia nada (Pyetra)

- E afinal, vocês estão juntas ou não? (Sophia)

- Nos conhecendo (Fernanda)

- Meu cu, já se conhecem fazem quase oito anos. (Sophia)

- Vamos ver como está nossa relação ainda Soph (Pyetra)

- Então não vai ficar na minha casa? (Sophia)

- Vou (Pyetra)

- Ah tá bom, não vou tentar entender vocês não (Sophia)

Ajudamos ela a colocar as coisas no carro e fomos pro meu apartamento deixar as coisas e nos arrumar pra ir pro Mateo.

No elevador. (romance sáfico) Onde histórias criam vida. Descubra agora