1.0 - sombras de um obelisco

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cá estamos no primeiro capítulo dessa nova história, me sinto como se estivesse postando algo pela primeira vez! Particularmente estou muito animada para saber o que vocês irão achar das nossas personagens e do enredo como um todo, hihi. dito isso, eu espero do fundo do meu coração que vocês gostem e qualquer coisa estarei a disposição.

perdão qualquer erro, queridos, mas boa leitura e se cuidem 🤍

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Ihwa Dong, norte de Seul

O corpo de Momo aparentava atrofias devido a sessões intermináveis de bicos nos mais diversos lugares de Seul. Parecia que ela havia vivido uma semana seguindo a rotina de Sísifo, levar uma esfera rochosa de toneladas até o ponto mais alto de uma montanha e deixá-la cair ao sopé daquele monte e ter que carregá-la caminho acima novamente. E ela tampouco conseguia mexer suas pernas e braços de tanto cansaço, seus olhos viam de esgueio, entre as cortinas pesadas que tampavam parcialmente a janela, o movimento começar a se alastrar pelas bandas de Ihwa Dong. Aquela região parecia ter um despertador natural fazendo com que todos acordassem junto ao Sol.

Um gosto amargo tomou sua boca conforme suspirou fortemente antes de tentar colocar seu corpo de pé. Parecia que as dores se enraizaram nas solas de seus pés e iam subindo como trepadeiras em plena primavera e as dores agudas na região do lombar assemelhavam-se a espinhos, mas não havia tempo para lamentar-se pelas dores quando algumas notificações de contas já faziam pilhas ao centro do balcão de sua cozinha.

A tela luminosa de seu celular clareou o quarto ainda escuro e os olhos de Hirai capturaram rapidamente a mensagem recebida de um velho amigo, Chanyeol. No fundo ela sabia do que se tratava, uma breve tentativa do moço de carregá-la nas costas para dentro do batalhão novamente, mas essa era uma ideia que não tinha negociação. Nunca mais pisaria do lado de lá do portão e isso nunca mudaria para si. Apesar disso, Park Chanyeol lhe convidava para uma conversa na cafeteria de esquina conhecida por ambos, aquele local já fora frequentado para tocaia ou quando havia casos pesados demais para seus ombros e, agora, só era um lugar onde eles se sentavam e resgatavam algumas boas memórias e outras nem tanto.

Momo decidiu aceitar o convite embora estivesse com coisas demais na cabeça. Na realidade, acreditava que conversar com um velho amigo lhe traria um conforto que há tempos não sentia, semelhante a sensação de espalmar suas mãos diante de uma fogueira quentinha após enfrentar um frio tenebroso. Então, ela se levantou em caminho para o banheiro sentindo todo seu lombar enrijecer implorando para parar de ser dilacerado.

Ao adentrar no banheiro, ela se encarou demais no espelho, seu rosto clamava por descanso. Seus ombros estavam mais caídos que o normal, e ainda tinha as lombadas arroxeadas abaixo dos olhos... cada dia que se passava pareciam cada vez mais evidentes e naquele momento ela não poderia fazer nada além de jogar água no rosto e cobrir tais sinais com maquiagem barata:

— Acho bom você ter um bom motivo para tomar meu tempo, Chanyeol. - Momo disse conforme afofava a almofadinha de base sobre o rosto cansado.

Quando desceu rapidamente de sua kitnet, Momo fora abordada pela senhora Xiao, dona do pequeno prédio e também do restaurante que residia no térreo. E a moradora tinha que admitir que era engraçado morar acima de um restaurante chinês, virava e mexia ela ganhava refeições de graça ou escutava clientes bravos por não haver promoções na sexta a noite:

— Hirai, quando vai pagar suas contas? Não vou continuar deixando você morar de graça! - com o panfleto do restaurante e o sotaque carregado, a senhora de cabelos brancos e avental sujo batera com o papel nas costas da mulher.

vigilant shit | samoOnde histórias criam vida. Descubra agora